Abandono escolar no Ensino de Jovens e Adultos na Escola Abraham Lincoln, Medicilândia, Pará

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v11i3.26365

Palavras-chave:

Educação do campo, Escolas do campo, Ensino.

Resumo

O objetivo é analisar os aspectos ligados ao abandono escolar no Programa de Educação de Jovens e Adultos (EJA) na escola Abraham Lincoln, Medicilândia, Pará, no período de 2003 a 2017, analisando as causas do abandono e as dificuldades pedagógicas apontadas pelos docentes e gestores. Trata-se de pesquisa quali-quantitativa, em que foram entrevistados alunos, docentes e gestores desta unidade de ensino e feita a análise dos relatórios finais das turmas de Educação de Jovens e Adultos nesse período. Foi verificado que dos 5670 matriculados no período 2003 a 2017, 2696 estudantes desistiram dos estudos, ou seja, o abandono escolar atingiu 47,5 % ao longo de 15 anos, sendo que o maior índice de abandono foi em 2004, com 66,5%, representado por trezentos e dois alunos desistentes, destacando também os anos 2006, 2012, 2014 e 2015. Verificou-se que as causas mais comuns dos alunos que residem na área urbana é a dificuldade de conciliar com o trabalho e a baixa motivação dos mesmos, e os da área rural, além do trabalho, foi mencionada a falta de transporte público regular para se deslocarem para a cidade. Outro ponto crítico para o aprendizado e permanência dos estudantes está na deficiência do suporte didático e pedagógico, e no uso de metodologias não diferenciadas, que não consideram a diversidade do público, quanto ao gênero, modo de vida e falta de apoio no âmbito familiar.

Biografia do Autor

  • Maclice Carvalho da Silva, Secretaria de Educação de Medicilândia

    Licenciada em Educação do Campo, ênfase em Ciências da Natureza, pela Universidade Federal do Pará, Campus de Altamira, Faculdade de Etnodiversidade; funcionária pública da Secretaria de Educação de Medicilândia, Pará.

  • Carla Giovana Souza Rocha, Universidade Federal do Pará

    Docente da Universidade Federal do Pará desde 1995, integrou a equipe de Pesquisa-desenvolvimento do Laboratório Agroecológico da Transamazônica em Altamira-PA do então denominado Núcleo de Estudos em Agricultura Familiar - NEAF (atual INEAF/UFPA). O LAET foi criado a partir das relações com os movimentos sociais de camponeses da região da Transamazônica e Xingu, e teve no enfoque sistêmico, interdisciplinar e agroecológico os seus princípios metodológicos e de visão de desenvolvimento que até hoje direcionam as ações de pesquisa, formação e desenvolvimento da docente. Atualmente está como docente da Faculdade de Etnodiversidade do Campus Universitário de Altamira, professora do curso de Licenciatura em Educação do Campo que tem como abordagem a pedagogia da alternância e o público são agricultores, extrativistas, indígenas, quilombolas e outras populações tradicionais. Engenheira agrônoma, especialista em Agriculturas Familiares Amazônicas pela Universidade Federal do Pará (NEAF/DAZ), mestre em Ciências (Desenvolvimento e Agricultura) pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro e doutora em Desenvolvimento Rural pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul . A tese discutiu as lógicas de reprodução social e as práticas produtivas em suas relações com os elementos do meio natural de agricultores familiares na microrregião de Altamira, no sudoeste do Estado do Pará.

     

Referências

Arroyo, M. G.; Caldart, R. S.; Molina, M. C. (2011). Por uma educação do campo. Petrópolis: Vozes.

Arroyo, M. (2017). Passageiros da noite: do trabalho para a EJA- itinerários pelo direito a uma vida justa. Petrópolis: Vozes.

Arroyo, M. (2018). Educação de Jovens e Adultos: um campo de direitos e de responsabilidade pública. In: Soares, L.; Giovanetti, M. A.; Gomes, N. L. (Org.). Diálogos na Educação de Jovens e Adultos. Belo Horizonte: Autêntica, p.19-50.

Brasil. (2000). Resolução de nº 01, de 05 de julho de 2000, do Conselho Nacional de educação (CNE), Diretrizes Curriculares Nacionais.

Brasil. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade. (2009). Documento Nacional. Preparatório à VI Conferência Internacional de Educação de Adultos (VI CONFINTEA) / Ministério da Educação (MEC). – Brasília: MEC; Goiânia: FUNAPE/UFG.

Brasil. (2020). Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Censo da Educação Básica 2019: resumo Técnico. Brasília.

Brasil. Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Diário Oficial da União, Brasília, DF. .

Caldart, R. S. (2009). Educação do campo: notas para uma análise de percurso. Trab. Educ. Saúde, Rio de Janeiro, v. 7 n. 1, mar./jun. p. 35-64.

Caldart, R. (2011). Por uma educação do campo: traços de uma identidade em construção. IN.: Arroyo, M., Caldart, R., Molina, M. (Orgs.). Por uma educação do campo. 5 ed. Petrópolis, RJ: Vozes.

Cardoso, M. B. da C.; Hage, S. M. (2017). Educação de Jovens e Adultos no ressignificar da formação docente e currículo na Amazônia brasileira. Revista Terceira Margem Amazônia. V. 2, n. 6. http//www.revistaterceiramargem.com/index.php/terceiramar¬gem/article/view/107/95. Acesso em: 24 jan. 2022.

Escola Municipal de Ensino Fundamental Abraham Lincoln (EMEFAL). (2020). Dados de alunos matriculados entre 2003 e 2017. Escola Secretaria de Educação do município, Medicilândia.

Freire, P. (1996). Pedagogia da Autonomia: saberes necessários a prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996.

Gerhardt, T. E.; Silveira, D. T. (orgs.). (2009). Métodos de pesquisa. Porto Alegre: Editora da UFRGS.

Minayo, M. C. de S. (2008). O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. São Paulo: Hucitec, 407p.

Oliveira, J.; Barreto, M. de L.; Litka, M. (2011). Tempo livre para o estudo e seu impacto na organização pedagógica em EJA. Florianópolis, SC: UFSC. V Encontro Brasileiro de Educação e Marxismo: Marxismo, Educação e Emancipação Humana.

Pará. (2009). Documento base nacional: Desafios da Educação de Jovens e Adultos no Brasil- Sujeitos da Educação de Jovens e adultos. http://forumeja.org.br/pa/node/5.

Rossini, M. A. (2001). Pedagogia Afetiva. 6.ed. Petrópolis, Rio de Janeiro: Vozes.

Santos, R.; Albuquerque, A. E. M. (2019). Análise das taxas de abandono nos Anos finais do ensino fundamental e do ensino médio a partir das características das escolas. In: 19º Congresso Brasileiro de Sociologia, Florianópolis, SC.

Silva, F.V. da. (2017). Uma breve discussão sobre quem são sujeitos da EJA e quais suas expectativas na sala de aula. Trabalho de Conclusão de Curso. João Pessoa: UFPB/Centro de Educação. 44p. https://repositorio.ufpb.br/jspui/bitstream/123456789/11227/1/FVS30052018.pdf

Soares, L. (2002). Educação de jovens e adultos: Diretrizes curriculares nacionais. Rio de Janeiro: DP&A.

Stoll, V. G., Bierhalz, C. D. K., Alves, S. S., Chaves, L. L., & Castro, C. J. de. (2020). Reflections and perspectives for constituting the identity of students in Youth and Adult Education. Research, Society and Development, 9(12), e46791211348. https://doi.org/10.33448/rsd-v9i12.11348.

Tardif, M. (2002). Saberes docentes e formação profissional. Petrópolis: Vozes.

Tardif, M.; Lessard, C. (2004). O trabalho docente: elementos para uma teoria da docência como profissão de interações humanas. Tradução de João Batista Kreuch. 3. ed. Petrópolis, RJ: Vozes.

Tenório, W.; Formigosa, M., Rocha, C. G., & Santana, R. (2019). A formação e atuação docente na disciplina de ciências em escolas do campo na Amazônia Paraense. Revista Insignare Scientia - RIS, 2(4), 158-179. https://doi.org/10.36661/2595-4520.2019v2i4.11021

Xavier, M. do P. do S. R., Seruffo, M. C. da R., & Pires, Y. P. (2020). Analyze of persistence and school dropout in Youth and Adult Education: A case study in the Municipality of Castanhal-Pará. Research, Society and Development, 9(6), e190963481. https://doi.org/10.33448/rsd-v9i6.3481.

Yin, R. K. (2015). Estudo de caso: planejamento e métodos. 5 ed. Porto Alegre: Bookman.

Downloads

Publicado

2022-02-12

Edição

Seção

Ciências Educacionais

Como Citar

Abandono escolar no Ensino de Jovens e Adultos na Escola Abraham Lincoln, Medicilândia, Pará. Research, Society and Development, [S. l.], v. 11, n. 3, p. e6911326365, 2022. DOI: 10.33448/rsd-v11i3.26365. Disponível em: https://rsdjournal.org/rsd/article/view/26365. Acesso em: 27 dez. 2025.