Espécies frutíferas nativas do bioma Mata Atlântica: Panorama dos estudos sobre a temática no período de 2014 - 2021
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v11i3.26372Palavras-chave:
Espécies frutíferas; Mata atlântica; Espécies nativas; Revisão sistemática.Resumo
O objetivo central deste trabalho é avaliar a disponibilidade de informações sobre espécies nativas frutíferas para o bioma Mata Atlântica. Para isso, revisamos sistematicamente a literatura disponível na base de dados gratuita Google Acadêmico (2014 - 2021). Especificamente, buscamos responder: (i) com que frequência espécies frutíferas nativas da Mata Atlântica têm sido alvo de estudos nos últimos anos?; (ii) quais são as abordagens destes estudos quanto à metodologia ou técnica de coleta de dados e de quais regiões brasileiras são provenientes?; (iii) quais são as espécies citadas com maior frequência? Após a triagem dos dados, apenas 18 estudos foram considerados nas análises deste trabalho. Os locais que obtiveram mais estudos foram: Paraná e São Paulo (regiões Sul e Sudeste do Brasil). Os anos com mais publicações sobre o tema foram 2014 e 2017. A metodologia mais utilizada nos estudos foi a experimental. As espécies que mais apareceram nos estudos foram: Passiflora spp. (maracujá), Inga spp. (ingá), Campomanesia spp. (guabiroba) e Annona spp. (araticum) e o tipo de uso mais comum foi alimentação humana (frutas in natura, sucos, tortas, doces, licor, cachaça, conservas, geleias, polpa congelada, etc.). Estudos que incluam espécies nativas na sua totalidade podem contribuir para um melhor entendimento da biodiversidade da Mata Atlântica, um bioma rico e ao mesmo tempo bastante ameaçado.
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