Fibromialgia, mulher e trabalho na saúde: um ensaio dialético sobre a dor e o distanciamento

Resumo

A fibromialgia pode ser definida como uma síndrome dolorosa crônica, não inflamatória, de etiologia desconhecida, que se manifesta no sistema músculo esquelético, podendo apresentar sintomas em outros aparelhos, provocando impacto negativo na qualidade de vida e atividades da vida diária dos seus portadores. Por ser uma doença que provoca restrição de movimentos, compreende-se que o trabalhador pode ser afetado, sendo necessário o afastamento de suas atividades laborativas, reduzindo assim sua qualidade de vida. Assim, surgiu a seguinte questão norteadora: Quais as dificuldades enfrentadas pelos portadores de fibromialgia na sua atividade laboral? E, para responder à questão norteadora, elaborou-se como objetivo: Identificar as dificuldades enfrentadas na qualidade de vida e desempenho laboral pelos trabalhadores da saúde portadores de fibromialgia. Trata-se de um estudo descritivo, feito através da divulgação de um questionário eletrônico, contendo perguntas abertas e fechadas, que teve como cenário as redes sociais do Grupo de Práticas Integrativas e Complementares em Saúde – UFF e os participantes do referido grupo fizeram parte do estudo. A metodologia utilizada para a análise de dados foi a triangulação de métodos. Conclui-se que a carga de trabalho, a dinâmica rígida de controle de atividades e os fatores ergonômicos contribuem como fatores de risco para o aparecimento e a cronificação das restrições impostas pela fibromialgia. Propõe-se que a classe de trabalhadores da saúde tenha um enfoque especial, tanto em pesquisas, estudos de risco ocupacional e estabelecimento de ações de promoção, prevenção e educação em saúde do trabalhador, com vistas à melhoria de sua qualidade de vida.