Análise da qualidade de amostras de Pariri (Arrabidaea chica) comercializadas em Belo Horizonte-MG
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v11i3.26663Palavras-chave:
Pariri; Erva medicinal; Controle de qualidade; Análise microbiológica.Resumo
Pariri (Arrabidaea chica) é uma planta usada com fins terapêuticos, na forma de infusão das folhas, pela população em geral. Na medicina popular suas folhas apresentam propriedades anti-inflamatória, cicatrizante, antianêmica e adstringente. O trabalho teve como objetivo analisar esta planta por testes físico-químicos e microbiológicos de 14 amostras comercializadas em Belo Horizonte. A análise das amostras seguiu os procedimentos das legislações vigentes. Avaliaram-se as embalagens e rótulos das amostras comerciais, além de matéria estranha e da determinação do teor de umidade e cinzas. As amostras apresentaram resultados coerentes com a legislação em respeito à avaliação de matéria estranha, embalagens e rotulagens. Quanto ao teor de umidade apenas a amostra 13 está de acordo com a legislação, enquanto o teor de cinzas, somente as amostras 8 e 11 se mostraram em desacordo. Os resultados das análises microbiológicas para fungos e bactérias mostraram valores abaixo do limite máximo descrito pela legislação. A análise de fenólicos totais pelo método de Folin-Ciocalteau mostrou resultados compatíveis com os valores encontrados na literatura. Conclui-se, portanto, que apesar de apenas a amostra 13 atender o parâmetro umidade e o mesmo contribuir para o crescimento de microrganismos, os resultados das análises mostraram valores inferiores àqueles preconizados pela legislação. Assim, as amostras apresentaram-se, de modo geral, próprias para o consumo.
Referências
Alves, M. S. M., Mendes, P. C., Vieira, J. G. P., Ozela, E. F., Barbosa, W. L. R. & Silva Júnior, J. O. C. (2010). Análise farmacognóstica das folhas de Arrabidaea chica (Humb. & Bonpl.) B. Verlt., Bignoniaceae. Brazilian Journal of Pharmacognosy, 20(2), 215 – 221. 10.1590/S0102-695X2010000200013.
Amaral, R. R., Santos, A. A. D., Saravia, A., Botas, G., Cruz, R. A. S., Fernandes, C. P., Rocha, L. & Boylan, F. (2012). Biological activities of Arrabidaea chica (Bonpl.) B. Verl. Leaves. Latin American Journal of Pharmacy, 31(3), 451-455.
ANVISA (2005). Rotulagem nutricional obrigatória: manual de orientação às indústrias de Alimentos - 2º Versão / Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Universidade de Brasília – Brasília: Ministério da Saúde, Agência Nacional de Vigilância Sanitária / Universidade de Brasília, 2005. 44p. ISBN 85-88233-17-7.
ANVISA, Agência Nacional de Vigilância Sanitária/ Fundação Oswaldo Cruz. (2010). Farmacopeia Brasileira. Brasília, p. 545.
ANVISA - Consolidado de normas da Coordenação de Medicamentos Fitoterápicos e Dinamizados COFID (Versão V)) 2015.
Aro, A. A., Freitas, K. M., Foglio, M. A., Carvalho, Dolder, J. E. H., Gomes, L., Vidal, B. C. & Pimentel, E. R. (2013). Effect of the Arrabidaea chica extract on collagen fiber organization during healing of partially transected tendon, Life Science. 92, 799–807. 10.1016/j.lfs.2013.02.011.
Behrens, M. D., Tellis, C. J. M. & Chagas, M. S. (2012). Arrabidaea chica (Humb. & Bonpl.) B. Verlot (Bignoniaceae). Revista Fitos, 7(4), 236-244.
Cardoso, C. M. V. (2009). Manual de Controle de qualidade e de matérias primas vegetais para farmácia magistral. LMC Pharmabooks, 1ª ed. ISBN-10: 8589731286.
Cortez de Sá, J., Souza, F. A., Oliveira, R. M., Oliveira, I. S. S., Lamarck, L., Magalhães, I. F. B., Lima, A. F. A., Ferreira, H. S & Silva, A. L. A. (2016). Leishmanicidal, cytotoxicity and wound healing potential of Arrabidaea chica Verlot. BMC Complementary and Alternative Medicine, 16, 1-11. 10.1186/s12906-015-0973-0.
Jorge, M. P., Madjaro, C., Ruiz, A. L. T. G., Fernandes, A. T., Rodrigues, R. A. F., Sousa, I. M. O., Foglio, M. A. & Carvalho, J. E. (2008). Evaluation of wound healing properties of Arrabidaea chica Verlot extract. Journal of Ethnopharmacology, 118, 361–366. doi:10.1016/j.jep.2008.04.024.
Mafioleti, L., Junior Silva, I. F. S., Colodel, E. M., Flach, A. & Martins, D. T. O. (2013). Evaluation of the toxicity and antimicrobial activity of hydroethanolic extract of Arrabidaea chica (Humb. & Bonpl.) B. Verl. Journal of Ethnopharmacology, 150, 576-582. doi 10.1016/j.jep.2013.09.008.
Martins, F. J., Caneschi, C. A., Vieira, J. L., Barbosa, W. & Raposo, N. R. (2016). Antioxidant activity and potential photoprotective from amazon native flora extracts, Journal of Photochemistry and Photobiology B: Biology, 161, 34–39. 10.1016/j. jphotobiol.2016.05.012.
Medeiros, B. J. L., Costa, K. S., Ribeiro, J. F. A., Silva Jr, J. O. C., Barbosa, W. L. R. & Carvalho, J. C. T. (2011). Liver protective activity of a hydroethanolic extract of Arrabidaea chica (Humb. and Bonpl.) B. Verl. (pariri). Pharmacognosy Research, 3(2), 79-84. 10.4103/0974-8490.81954.
Michel, A. F., Melo, M. M., Campos, P. P., Oliveira, M. S., Oliveira, F. A., Cassali, G. D., Ferraz, V. P., Cota, B. B., Andrade, S. P. & Souza-Fagundes, E. M. (2015). Evaluation of anti-inflammatory, antiangiogenic and antiproliferative activities of Arrabidaea chica crude extracts, Journal of Ethnopharmacology, 165, 29–38. 10.1016/j. jep.2015.02.011.
Ministério da Saúde – Secretaria de Vigilância Sanitária (1998) - Regulamento Técnico para Fixação de Identidade e Qualidade de Chás-Plantas Destinadas à Preparação de Infusões ou Decocções. Portaria Nº 519, de 26 de junho de 1998.
Nascimento, V. T., Lacerda, E. U., Melo, J. G., Lima, C. S. A., Amorim, E. L. C. & Albuquerque, U. C. (2005). Controle de qualidade de produtos à base de plantas medicinais comercializadas na cidade de Recife-PE: erva-doce (Pimpinellaanisum L.), quebra-pedra (Phyllantus spp.), espinheira santa (Maytenusilicifolia Mart. ) e camomila (Matricariarecutita L. ). Revista Brasileira de Plantas Medicinais, 7(3), 56-64.
Oliveira, D. P. C. D., Borrás, M. R. L., Ferreira, L. C. L. & Lozano, J. L. L. (2009). Atividade anti-inflamatória do extrato aquoso de Arrabidaea chica (Humb. & Bonpl. ) B. Verl. sobre o edema induzido por venenos de serpentes amazônicas. Revista Brasileira de Farmacognosia, 19(2b), 643–649. 10. 1590/S0102-695X2009000400024.
Oliveira, I. C. A. de (2011). Introdução à Metodologia Cientifica. 3. ed. 1. imp. Pará de Minas: Virtualbooks,.
Paula, J. T., Paviani, L. C., Foglio, M. A., Sousa, I. M. O., Duarte, G. H. B., Jorge, M. P., Eberlin, M. N. & Cabral, F. A. (2014). Extraction of anthocyanins and luteolin from Arrabidaea chica by sequential extraction in fixed bed using supercritical CO2, ethanol and water as solvents. The Journal of Supercritical Fluids, 86, 100–107. 10.1016/J.SUPFLU.2013.12.008.
Pires, A. L. R., Westin C. B., Hernandez-Montelongo, J., Sousa, I. M. O., Foglio, M. A. & Moraes, A. M. (2020). Flexible, dense and porous chitosan and alginate membranes containing the standardized extract of Arrabidaea chica Verlot for the treatment of skin lesions. Materials Science & Engineering C, 112, 110869. 10.1016/j.msec.2020.110869
Ribeiro, A. F. C., Telles, T. C., Ferraz, V. P., Fagundes, E. M. S., Cassali, G. D., Carvalho, A. T. & Melo, M. M. (2012). Effect pf Arrabidaea chica extracts on the ehrlich solid tumor development. Brazilian Journal of Pharmacognosy, 22(2), 364-373. 10.1590/S0102-695X2011005000225.
Ribeiro, F. M., Volpato, H., Lazarin-Bidóia, D., Desoti, V. C., Souza, R. O., Fonseca, M. J. V., Ueda-Nakamura, T., Nakamura, C. V. & Silva, S. O. (2018). The extended production of UV-induced reactive oxygen species in L929 fibroblasts is attenuated by posttreatment with Arrabidaea chica through scavenging mechanisms, Journal of Photochemistry and Photobiology B: Biology, 178, 175–181. 10.1016/j. jphotobiol.2017.11.002.
Schiozer, A. L., Cabral, E. C., Godoy, A. A. F., Chaves. F. C. M., Poppi. R. J., Riveros, J. M., Eberlin, M. N. & Barata, L. E. S. (2012). Electrospray Ionization Mass Spectrometry Fingerprinting of Extracts of the Leaves of Arrabidaea chica. Journal of Brazilian Chemical Society, 23(3), 409-414. 10.1590/S0103-50532012000300006.
Silva, J. V. S., Moragas-Tellis, C. J., Chagas, M. S. S., Souza, P. V. R., Moreira, D. L., Souza, C. S. F., Teixeira, K. F., Cenci, A. R., Oliveira, A. S., Souza, F. A., Behrens, M. D. & Calabrese, K. S. (2021). Carajurin: a anthocyanidin from Arrabidaea chica as a potential biological marker of antileishmanial activity. Biomedicine & Pharmacotherapy, 141, 111910. 10.1016/j.biopha.2021.111910.
Siraichi, J. T., Felipe, D. F., Brambilla, L. Z., Gatto, M. J., Terra, V. A., Cecchini, A. L., Cortez, L. E., Rodrigues-Filho, E. & Cortez, D. A. (2013). Antioxidant capacity of the leaf extract obtained from Arrabidaea chica cultivated in Southern Brazil, PLOS One, 8, e72733. 10.1371/journal.pone.0072733.
Taffarello, D., Jorge, M. P., Sousa, I. M. O. S., Duarte, M. C. T., Figueira, G. M., Queiroz, C. A., Rodrigues, R. A. F., Carvalho, J. E., Goes, A. L. T. R., Riveros, J. M., Eberlin, M. N. & Cabral, E. C. (2013). Atividade de extratos de Arrabidaea Chica (Humb. & Bonpl.) Verlot obtidos por processos biotecnológicos sobre a proliferação de fibroblastos e células tumorais humanas. Química Nova, 36(3), 431-436. 10.1590/S0100-40422013000300014.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Gustavo Henrique Cassemiro de Souza; Vinícius Moura Andrade; Ana Maria de Resende Machado; Fátima de Cássia Oliveira Gomes
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.