O universo da sedução: infância, mídia digital e consumo

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v11i3.26768

Palavras-chave:

Criança; Consumo; Mídia digital.

Resumo

Este artigo tem como objetivo problematizar o papel da Indústria Cultural na constituição das infâncias para o consumo. Trata-se de ensaio teórico fundamentado nos dos estudos de Adorno e Horkheimer (1985), Dornelles (2005; 2012); Henriques (2012), Schor (2009) e Oliveira (2011) dentre outros. Esses teóricos nos ajudaram a compreender a função conformadora da Indústria Cultural nos modos de ser, agir e pensar infantis, conduzindo as crianças a consumirem cada vez mais. Na contemporaneidade as mídias digitais têm sido largamente utilizadas pelas crianças e reconfigurada a infância, vivida de forma confinada e com a consciência embotada e voltada ao consumo. No cerne de processos de encantamento e apoderamento das crianças, a indústria cultural, com vistas ao consumo, mediante técnicas de convencimento de que os produtos e bens de serviços são necessários à sua sobrevivência. Assim, a sociedade capitalista é regida pelo mercado e pelo lucro e tem, nos sujeitos infantis, indivíduos potenciais para desenvolver a cultura do consumo.

Biografia do Autor

Eliane Dominico , Universidade Estadual do Centro-Oeste

Doutora em Educação pela Universidade Estadual de Maringá (UEM). Mestre em Educação pela Universidade Estadual do Centro-Oeste (UNICENTRO). Formada em Pedagogia pela Faculdade Guairacá. Atuou como professora na Educação Infantil do Município de Guarapuava durante nove anos. Atualmente é professora colaboradora do Departamento de Pedagogia da Universidade Estadual do Centro-Oeste e professora dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental. Atua também, como Avaliadora na área de Desenvolvimento Infantil e Terapeuta Líder da área Acadêmica na Clínica ABA-NEURO. Possui experiência na área da Educação Infantil, do Ensino Fundamental e do Ensino superior, pesquisando principalmente os seguintes temas: infância, Educação Infantil, cultura e formação de professores. Integrante desde o ano de 2015 do GEPEDIN/CNPq- Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação Infantil da UNICENTRO.

Aliandra Cristina Mesomo Lira , Universidade Estadual do Centro-Oeste

Pós-doutora em Educação pelo Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Estadual de Maringá (UEM). Mestre e Doutora em Educação pela Universidade de São Paulo (USP), formada em Pedagogia pela Universidade Estadual de Maringá. Atualmente é professora Associada do Departamento de Pedagogia e do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Estadual do Centro-Oeste, em Guarapuava, Paraná, Brasil. Tem experiência na área de Educação, com ênfase em Ensino superior, pesquisando principalmente os seguintes temas: infância, educação infantil, cultura e formação de professores. Líder do GEPEDIN/CNPq- Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação Infantil da UNICENTRO. Durante a graduação participou do PET (Programa de Educação Tutorial).

Sabrina Plá Sandini, Universidade Estadual do Centro-Oeste; Pontifícia Universidade Católica do Paraná

Pós Doutoranda em Educação pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR). Doutora em Ciências de La Educación pela Universidade Nacional e La Plata – UNLP/Argentina e Mestre em Educação pela Universidade Estadual de Ponta Grossa –UEPG. Membro do Grupo de Pesquisa Políticas, Formação do professor e Representações Sociais (POFORS-PUCPR) e  do Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação Infantil da UNICENTRO GEPEDIN. Possui graduação em Pedagogia pelo Centro Universitário Santa Amélia - SECAL. Especialista em Educação Científica e Tecnológica pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná - UTFPR. Tem experiência em diferentes níveis de ensino e, atualmente é professora colaboradora do curso de Pedagogia na Universidade Estadual do Centro-Oeste – UNICENTRO/Paraná.

 

 

Melissa Rodrigues da Silva, Universidade Estadual do Centro-Oeste

Doutora em Educação pela Universidade Estadual de Ponta Grossa. Mestre em Educação pela Universidade Tuiuti do Paraná . Graduada em Pedagogia pela Universidade Estadual do Centro-Oeste. Professora na Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) no Departamento de Pedagogia. Pesquisadora no Grupo de Estudos e Pesquisas sobre Trabalho Docente (GEPTRADO / UEPG). Tem experiência na área de Educação, com ênfase na formação de professores, desenvolvendo pesquisas e atuando principalmente nos seguintes temas: educação infantil, formação inicial e continuada de professores e estágio supervisionado.

 

 

 

Referências

Adorno, T. L. W.; & Horkheimer, M. (1985). Dialética do esclarecimento: fragmentos filosóficos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar.

Adorno, T.L. (1995). Educação e Emancipação. Rio de Janeiro: Paz e Terra.

Ariès, P. (1998). História social da criança e da família. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara.

Buckingham, D. (2007). Crescer na era das mídias eletrônicas. São Paulo: Loyola.

Bujes, M. I. E. (2002). Infância e Maquinarias. Rio de Janeiro: DP&A.

Coelho, P. M. F.; Costa, M. R. M.; & Neto, J. A. M. (2018). Saber digital e suas urgências: reflexões sobre imigrantes e nativos digitais. Educação & Realidade, Porto Alegre, v. 43, n. 3, p. 1077-1094, jul./set. http://www.scielo.br/pdf/edreal/v43n3/2175-6236-edreal-2175-623674528.pdf.

Corazza, S. M. (2004). História da infância sem fim. São Paulo: Ed. UNIJUI.

Coutinho, K. D. Shopping centers, videogames e as infâncias atuais. In: Dornelles, L. V.; & Bujes, M. I. E. (Orgs.). Educação e infância na era da informação. Porto Alegre: Meditação, 2012, p.29-49.

Dominico, E.; & Lira, A. C. M. (2017). De princesas a super-heróis: a influência dos personagens na alimentação e educação das crianças. Revista da Faculdade de Educação, Cáceres, v. 28, n. 2, p. 113-127, jun./dez. http://www2.unemat.br/revistafaed/content/vol/vol_28/Faed_28.pdf#page=113.

Dornelles, L. V. (2005). Infâncias que nos escapam. Da criança na rua à criança cyber. Petrópolis, RJ: Vozes.

Dornelles, L. V.; & Bujes, M. I. E. (2012). Educação e Infância na era da informação. Porto Alegre: Ed. Mediação.

Duarte, R. (2003). Teoria Crítica da Indústria Cultural. Belo Horizonte: UFMG.

Foucault, M.( 1993). A governamentalidade. In: Foucault, M. Microfísica do Poder. Rio de Janeiro: Graal, p. 277-293

Foucault, M.( 2014). Vigiar e punir: o nascimento das prisões; 42. ed. Petrópolis, RJ: Vozes.

Henriques, I. V. M. (2012). Publicidade abusiva dirigida à criança. Curitiba: Juruá.

Horkheimer, M.; & Adorno, T. (1991). Textos escolhidos: traduções Zeljko Loparié et al. 5. ed. São Paulo: Nova Cultural, (Coleção Os Pensadores)

Jobim e Souza, S; Garcia, C. A.; & Castro, L. R. de. (1997). Mapeamentos para a compreensão da infância contemporânea. In: Garcia, C. A.; Castro, L.; & Jobim e Souza, S. (Orgs.). Infância, cinema e sociedade. Rio de Janeiro: Ravil, p. 93-108.

Lira, A. C. M.; Dominico E.; Johann, M. M. & Nunes, M. A. (2021). Infâncias confinadas: a educação como direito das crianças em tempos de pandemia. Educação em Revista, Marília, v.22, p. 59-76. https://doi.org/10.36311/2236-5192.2021.v22nesp.p59-76

Lira, A. C. M.; Dominico, E.; & Nunes, M. A. (2019). Crianças e brinquedos: uma relação inquestionável? HISTEDBR On-line, Campinas, n. 19 p.1-17. https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/histedbr/article/view/8653568/19243.

Lira, A. C. M.; Yaegashi, S. F. R.; & Dominico, E. (2019). Disfarça-me que te devoro: youtubers mirins, consumo e semiformação da criança. Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 14, n. esp. 4, p. 1960-1976, dez. https://periodicos.fclar.unesp.br/iberoamericana/article/view/12921

Mannheim, K.(1961). Diagnóstico de nosso tempo. Tradução de Octavio Alves Velho. 3. ed. Rio de Janeiro: Zahar.

Momo, M. (2009). A tecnologia dos desejos. In: Costa, M. V. (Org.). Rio de Janeiro: Lamparina.

Montigneaux, N. (2003). Público-alvo: crianças. A força dos personagens e do marketing para falar com o consumidor infantil. Rio de Janeiro: Campus.

Munhoz, S. A. (2002). Tecnologias aplicadas à educação: educação e tecnologia na sociedade da informação. Curitiba: IBPEX.

Oliveira, M. R. F. de. (2011). A lógica do consumo na sociedade contemporânea e sua influência na mediação do professor no processo de formação do pensamento infantil. Orientador: João Luiz Gasparin. 293f. Tese (Doutorado em Educação) – Universidade Estadual de Maringá- UEM.

Oliveira, M. R. F. de. & Silva, A. S. da. (2021). Critinf6ancia: novas trilhas e sentidos para a educação da infâancia em tempos de resistência. Cadernos Cajuína, v.6, n. 4, p. 07-21. http://dx.doi.org/10.52641/cadcaj.v6i4.532

Qvortrup, J. (2010). A infância enquanto categoria estrutural. Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 36, n. 2, p. 631-643, maio/ago. https://www.scielo.br/j/ep/a/M9Z53gKXbYnTcQVk9wZS3Pf/?format=pdf&lang=pt

Schor, J.(2009). Nascidos para comprar: uma leitura essencial para orientarmos nossas crianças na era do consumismo. São Paulo: Gente.

Veen, W.; & Vrakking, B. (2011). Educação na era digital. Pátio, Porto Alegre, n. 3, p. 4-7, jul./set. https://www.grupoa.com.br/revista-patio-educacao-infantil-n-40-p992520

Veiga-Neto, (2015). A. Por que governar a infância? In: Resende, H. de (Org.). Michel Foucault. O governo da infância. Belo Horizonte: Autêntica. p. 11- 24.

Downloads

Publicado

01/03/2022

Como Citar

DOMINICO , E.; LIRA , A. C. M. .; SANDINI, S. P. .; SILVA, M. R. da . O universo da sedução: infância, mídia digital e consumo. Research, Society and Development, [S. l.], v. 11, n. 3, p. e42211326768, 2022. DOI: 10.33448/rsd-v11i3.26768. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/26768. Acesso em: 30 jun. 2024.

Edição

Seção

Ciências Humanas e Sociais