Histerectomia radical após cesareana
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v11i3.27074Palavras-chave:
Cesárea; Gravidez; Histerectomia; Neoplasias do colo do útero; Parto.Resumo
Introdução: O câncer do colo do útero diagnosticado durante a gravidez é incomum, e existem fatores de risco para essa condição, como a falta de acesso aos serviços de saúde e a não realização do rastreamento preconizado para o diagnóstico precoce das lesões precursoras do câncer do colo do útero. Em pacientes jovens com maturação fetal, o tratamento é a histerectomia radical com linfnodenectomia pélvica bilateral, precedida de cesariana. Relatamos uma paciente de 33 anos que foi diagnosticada com um carcinoma epidermoide invasivo em seu estágio inicial no curso de uma gravidez de 26 semanas. Após discussão com o casal, optou-se por aguardar a maturação fetal e a gravidez seria interrompida na 36ª semana por cesárea, seguida de histerectomia radical e linfonodectomia pélvica bilateral. Metodologia: Trata-se de um estudo observacional retrospectivo, transversal, qualitativo e descritivo. Este trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual do Piauí, com CAAE n. 30154720.0.0000.5209. Considerações finais: o caso relatado e as publicações levantadas da literatura expõem concordância quanto a ser possível ter uma gravidez tranquila com um carcinoma de colo uterino sem prejuízos ao feto se for feito o acompanhamento e tratamento adequado. Apesar de que tanto o tratamento cirúrgico quanto o tratamento local e sistêmico apresentam vantagens e desvantagens, tanto para o feto quanto para a mãe, é necessário haver disponibilidade de uma equipe multidisciplinar a fim de que, de acordo com a individualidade do caso, possa acompanhamento e ajudar na tomada da melhor decisão para o conjunto materno-fetal.
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