Avaliação da qualidade de diretrizes clínicas para o manejo da constipação intestinal segundo AGREE II
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v11i3.27086Palavras-chave:
Constipação; AGREE II; Diretrizes clínicas; Assistência farmacêutica; Saúde baseada em evidências.Resumo
A constipação é uma das queixas mais frequentes nos estabelecimentos de saúde, afetando aproximadamente 20% da população mundial. A chave para a gestão bem sucedida deste distúrbio é sua identificação precoce e tratamento imediato com medidas não medicamentosas como a principal alternativa terapêutica. Embora as diretrizes clínicas sejam documentos informativos que incluem recomendações destinadas a otimizar o atendimento ao paciente, este estudo visa avaliar a qualidade destes documentos disponíveis no manejo desta condição. Este estudo avaliou diretrizes clínicas disponíveis em bancos de dados, sociedades científicas e conselhos de classe, que tinham como tema o manejo da prisão de ventre. A metodologia utilizada para avaliar a qualidade destes documentos foi a aplicação do instrumento AGREE II. O teste Kappa de concordância entre avaliadores foi aplicado para corroborar a uniformidade na aplicação do instrumento AGREE II. Dos onze documentos analisados, apenas três apresentaram os critérios de recomendação propostos para uso na prática clínica, com uma média geral de índices de qualidade variando de 93 a 72%. Uma diretriz foi recomendada com modificações em sua estrutura, com uma média geral de índices de qualidade de 44%. A pontuação média geral entre os documentos analisados foi de 49,01%. O cuidado metodológico e a expressão das informações de forma concisa e clara, tanto do conteúdo quanto da metodologia empregada, resultam em documentos de grande qualidade, entretanto, nenhum aspecto estava presente na maioria das diretrizes analisadas. Além disso, observa-se que ainda existem pontos que devem ser melhorados.
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