Determinação do perfil químico de extratos obtidos de Kalanchoe pinnata (Lam .) Pers nativa do município de Tabatinga-AM
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v11i4.27103Palavras-chave:
Perfil químico; Kalanchoe pinnata; Tabatinga; Cromatografia.Resumo
Kalanchoe pinnata anteriormente conhecido como Bryophyllum pinnatum, é uma espécie herbácea nativa de regiões tropicais como a África. No Brasil, foi introduzida e propagada com sucesso, sendo comumente utilizada em comunidades distantes das grandes capitais. O suco das folhas costuma ser usado no tratamento de doenças inflamatórias, úlceras gástricas, queimaduras, diarreias, vômitos, picadas de insetos e dores no corpo. Na literatura, são relatados compostos como antocianinas e flavonóides que possuem diferentes atividades biológicas como antimicrobiana, antioxidante, citotóxica, antitumoral, antiparasitária, antialérgica e hepatoprotetora. Com base nessas informações e considerando que existem poucos estudos sobre os compostos químicos de K. pinnata no Amazonas, principalmente em regiões mais distantes da capital, como no município de Tabatinga. O presente trabalho teve como objetivo determinar o perfil químico das frações do extrato bruto de K. pinnata nativa do município de Tabatinga - AM. Para isso, foi coletado material vegetal de um produtor local do município de Tabatinga. Em seguida, as folhas foram submetidas a uma extração por infusão. Logo após, o extrato bruto obtido foi fracionado com hexano, clorofórmio e acetato de etila. As frações resultantes foram analisadas por Cromatografia Líquida de Alta Eficiência (HPLC) no comprimento de onda λ=254 nm e, utilizando as informações disponíveis na literatura, foi possível estabelecer uma relação entre o composto quercetina 3-O -α-L- arabinopiranosil - (1→2)-α-L-ramnopiranosídeo, como responsável pelos picos cromatográficos observados nas frações hexano, clorofórmio e acetato de etila. Assim, o presente estudo servirá de base para futuros trabalhos de caracterização de compostos químicos presentes em K. pinnata do município de Tabatinga.
Referências
Ahn, K. (2017). The worldwide trend of using botanical drugs and strategies for developing global drugs. BMB Reports.
Almeida, A. P., da Silva, S. A., Souza, M. L., Lima, L. M., Rossi-Bergmann, B., de Moraes, V. L., & Costa, S. S. (2000). Isolation and chemical analysis of a fatty acid fraction of Kalanchoe pinnata with a potent lymphocyte suppressive activity. Planta Medica. 66(2), 134-137.
Almeida, Arimar Chagas de. (2019). Atividade antimalárica da Kalanchoe pinnata sobre o Plasmodium berghei em modelo experimental in vivo. Dissertação de Mestrado em Biociências. Universidade Federal do Oeste do Pará – UFOPA.
Araújo, E. R. D. (2017). Kalanchoe brasilienses Cambess e Kalanchoe pinnata (Lamarck) Persoon: caracterização química, avaliação gastroprotetora e anti-inflamatória tópica. Dissertação de mestrado em Ciências Farmacêuticas. Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
Araújo, E. R. D., Guerra, G. C. Bernardo, Araújo, D. F. de S., De Araújo, A. A., Fernandes, J. M., Júnior, R. F. De A., Da Silva, V. C., De Carvalho, T. G., Ferreira, L. De S., & Zucolotto, S. M. (2018). Gastroprotective and Antioxidant Activity of Kalanchoe brasiliensis and Kalanchoe pinnata Leaf Juices against Indomethacin and Ethanol- Induced Gastric Lesions in Rats. International. Journal of Molecular Sciences, 19(5), 1265.
Batista, L. A., Brandão, E. G., Rosas, L. V., Pinto, M. N., Pantoja, T. d., De Araújo, T. M., & Lima , R. A. (2019). Levantamento de plantas medicinais utilizadas contra parasitoses e verminoses intestinais no município de Atalaia do Norte-AM. Biota amazônia.
Benchimol, S. (2010). Amazônia: um pouco antes e além-depois. Universidade Federal do Amazonas. (2 ed.).
Biswas, S. K., Chowdhury, A., Das, J., Karmakar, U. K., & Shill, M. C. (2011). Assessment of cytotoxicity and antibacterial activitites of ethanolic extracts of Kalanchoe Pinnata Linn. (Family: Crassulaceae) Leaves and Steams. International Journal of Pharmaceutical Sciences and Research.
Brum, A. A. S., De Arruda, L. F., & Regitano-D´Arce, M. A. B. (2009). Extraction methods and quality of the lipid fraction of vegetable and animal samples. Química Nova, 32(4), 849-854.
Chibli, L. A. (2013). Caracterização química e atividades biológicas de Bryophyllum pinnatum (Lam.) Oken.
Costa, S. S., Jossang, A., Bodo, B., Souza, M. L., & Moraes, V. L. (1994). Patuletin acetylrhamnosides from Kalanchoe brasiliensis as inhibitors of human lymphocyte proliferative activity. Journal of Natural Products, 1503-1510.
Costa, S. S., Muzitano, M. F., Camargo, L. M., & Coutinho, M. A. (2008). Therapeutic Potential of Kalanchoe Species: Flavonoides and other Secondary Metabolites. Natural Product Communications, 2151-2164.
Coutinho, M. A. S., Casanova, L. M., Dos Santos L. B., Leal, D., Palmero, C., Toma, H. K., Dos Santos, E. P., Nasciutti, L. E., & Costa, S. S. (2021). Wound healing cream formulated with Kalanchoe pinnata major flavonoid is as effective as the aqueous leaf extract cream in a rat model of excisional wound. Natural Product Research, 35(24), 6034-6039.
Cruz, E. A., Da Silva, S. A. G., Muzitano, M. F., Silva, P. M. R., Costa, S. S., & Rossi-Bergmann, B. (2008). Immunomodulatory pretreatment with Kalanchoe pinnata extract and its quercitrin flavonoid effectively protects mice against fatal anaphylactic shock. International immunopharmacology, 8(12), 1616-1621.
Do Nascimento, A. L., & Yara, R.. (2015). Isolamento e caracterização de produtos bioativos extraídos de ulomoides dermestoides. Conic XXIII. pp. 4.
El Abdellaoui, S., Destandau, E., Toribio, A., Elfakir, C., Lafosse, M., Renimel, I., Landemarre, L. (2010). Bioactive molecules in Kalanchoe pinnata leaves: extraction, purification, and identification. Analytical and Bioanalytical Chemistry, pp. 1329-1338.
Embrapa. (2014). embrapa.br. Acesso em 23 de 01 de 2022, disponível em Contando Ciência: https://www.embrapa.br/contando-ciencia/bioma-amazonia
Ferreira, R. T., Coutinho, M. A. S., Malvar, D. do C., Costa, E. A., Florentino, I. F., Costa, S. S., & Vanderlinde, F. A. (2014). Mechanisms underlying the antinociceptive, antiedematogenic, and anti-inflammatory activity of the main flavonoid from Kalanchoe pinnata. Evidence-Based Complementary and Alternative Medicine (v.2).
Gonçalves, F. S. M. (2017). Mecanismos de ação relacionados à atividade antiúlcera de Kalanchoe pinnata (Lam.) Pers. (Crassulaceae). Universidade de São Paulo.
Higuchi, M. I. (2004). A floresta amazônica e suas múltiplas dimensões: uma proposta de educação ambiental. INPA / CNPq.
Ichikawa, M., Ogura, M., & Lima, T. (1986). Antiallergic flavone glycoside from Kalanchoe pinnatum.
Kamboj, A., & Saluja, A. K. (2009). Bryophyllum pinnatum (Lam.) kurz: phytochemical and pharmacological profile: A review. Pharmacognosy Review, pp. 364-375.
Klitgaard, A., Iversen, A., Andersen, M. R., Larsen, T. O., & Frisvad, J. C. (2014). Aggressive dereplication using UHPLC–DAD–QTOF: screening extracts for up to 3000 funga secondary metabolitesl. Anal Bioanal Chem, pp. 1933-1943.
Lanna, E. G., moreira, A. M. S., bittencourt, V. C. S., Sousa, O. V., & Denadai, A. M. L. (2019). Avaliação da atividade antioxidante de frações de Bryophyllum pinnatum (Lam.) Oken incorporadas em β-ciclodextrina. Revista Virtual de Química, 11(4).
Lisboa, M. S., Ferreira, S. M., & Silva, M. S. (2006). Uso de plantas medicinais para tratar úlceras e gastrites pela comunidade do povoado vila do capim, Município de Arapiraca-Al, Nordeste do Brasil. Setienbulus Série Ciências Biológicas (Etnobiologia).
Lorenzi, H., & Matos, F. J. (2008). Plantas medicinaisno Brasil: nativas exóticas cultivadas. (2a ed.), Instituto Plantarum de Estudos da Flora.
Marques, L. C. (2005). Preparação de extratos vegetais. Jornal Brasileiro de Fitomedicina, 3(2), 74-76.
Muzitano, Michelle F., Bergonzic, M. C., De Melo, G. O., Lage, C. L. S., Bilia, A. R., Vincieric, F. F., Rossi-Bergmann, B., & Costa, S. S. (2011). Influence of cultivation conditions, season of collection and extraction method on the content of antileishmanial flavonoids from Kalanchoe pinnata. Journal of Ethnopharmacology, 133(1), 132-137.
Muzitano, Michelle F., Tinoco, L. W., Guette, C., Kaiser, C. R, Rossi-Bergmann, B., & Costa, S. S. (2006) The antileishmanial activity assessment of unusual flavonoids from Kalanchoe pinnata. Phytochemistry, 67(18), 2071-2077.
Okwu, D. E., & Nnamdi, F. U. (2011). A novel antimicrobial phenanthrene alkaloid from Bryophllum pinnatum. Journal of Chemical and Pharmaceutical Research, 27-33.
Oliveira, V. B., Zuchetto, M., Oliveira , C. F., Paula, C. S., Duarte, A. S., Miguel, M. D., & Miguel, O. G. (2016). Efeito de diferentes técnicas extrativas no rendimento, atividade antioxidante, doseamentos totais e no perfil por clae-dad de dicksonia sellowiana (presl.). Hook dicksoniaceae. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, 230-239.
Pedroza, M. S., Carvalho, C. M., Sanchez, C. T., & Silva, I. O. (2017). Conhecimento etnobiológico sobre o uso de plantas medicinais e ensino de biologia: aproximações iniciais. Latin American Journal of Science Education.
Rodrigues, F. A., Pimenta, V. C., Braga, K. D., & De Araújo, E. G. (2016). Obtenção de extratos de plantas do cerrado. Enciclopédia biosfera, 870.
Silva, R. Y. A. (2019). Estudo dos efeitos de espécies vegetais da relação nacional de plantas medicinais de interesse ao SUS sobre o receptor PXR.
Skoog, D. A., Holler, W. D., F. J., & Crouch, S. R. (2010). Fundamentos de Química Analítica (8a ed.). Cengage Learning.
Smith, G. (2004). Kalanchoe species poisoning inpets. Vet. Medic., 933-936.
Snafi, A. S. (2013). The Chemical Constituents and Pharmacological Effects of Bryophyllum calycinum. A review. International Journal of Pharma Sciences and Research.
Soares, A. M. da S. (2017). Propriedade anti-inflamatória de Kalanchoe pinnata pode estar associada à inibição nitrérgica e a ação antioxidante. Universidade Federal do Oeste do Pará.
Sobreira, F. C. (2013). Avaliação da atividade antiúlcera de Kalanchoe pinnata (Lam.) Pers (Crassulaceae). Universidade de São Paulo.
Sousa, P. C., Rocha, J. S., Pessoa, A. M., & Carvalho, J. C. (2005). Estudo preliminar da atividade anti-inflamatória de Bryophillum calycium Salisb. Revista Brasileira de Farmacognosia, 60-64.
Tatsimo, S. J. N., Tamokou, J. De D., Havyarimana, L., Csupor, D., Forgo, P., Hohmann, J., Kuiate, J., & Tane, P. (2012). Antimicrobial and antioxidant activity of kaempferol rhamnoside derivatives from Bryophyllum pinnatum. BMC Research notes, 5(1), 1-6.
Wehrens, R., Carvalho, E., Masuero, D., de Juan, A., & Martens, S. (2013). High-throughput carotenoid profiling using multivariate curve resolution. Anal Bioanal Chem, 5075-5086.
Wright, S. J. (2002). Plant diversity in tropical forests: a review of mechanisms of species coexistence. Oecologia, 130.
Zucchi, M. R., Júnior-Oliveira, V. F., Gussoni, M. A., Silva, M. A., & Marques, N. E. (2013). Levantamento etnobotânico de plantas medicinais na cidade de Ipameri - GO. Revista Brasileira de Plantas Medicinais.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Caroline Vieira Alves; Sarah Raquel Silveira da Silva Santiago; Elzalina Ribeiro Soares; Richardson Alves de Almeida; Bruna Ribeiro de Lima; Cristiane Suely Melo de Carvalho; Paulo Alexandre Lima Santiago
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.