Registro de morte acidental de morcego (Mammalia: Chiroptera) em cerca de arame farpado
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v11i4.27166Palavras-chave:
Acidentes; Armadilhas antrópicas; Carollia perspicillata; Emaranhamento; Fauna.Resumo
A utilização de cercas de arame farpado é uma prática muito comum em diversas regiões no Mundo, para a delimitação de terras e outros ambientes. Contudo, há um bom tempo, algumas discussões já foram abordadas sobre o perigo que estas cercas causam à fauna, em grupos de animais de pequeno a grande porte, alados ou terrestres, dentre eles, os morcegos. Com isso, o presente trabalho tem como objetivo descrever um registro de morcego encontrado morto emaranhado a uma cerca de arame farpado. Tal incidente aconteceu em uma área rural do município de Chã Grande (8° 13' 57''S , 35° 27' 43''W) no interior do estado de Pernambuco, Nordeste do Brasil. O registro refere-se a um macho adulto de Carollia perspicillata, que estava preso pelo endopatágio. Este foi o primeiro registro desse tipo incidente para a espécie no Brasil. Apesar de não estar ao nosso alcance o controle das armadilhas naturais, é nosso dever buscar alternativas que minimizem tal problema associado as armadilhas antrópicas como cercas e fios, para isso é necessário que haja inicialmente a conscientização para a não utilização de cercas de arame farpado, bem como tomar conhecimento de outros cuidados que podem ser tomados em casos em que a utilização já seja feita, a fim de minimizar os impactos na fauna silvestre. Mesmo que algumas estratégias não sejam totalmente eficientes, muitas delas diminuem os impactos sobre a fauna, protegendo as espécies e garantindo a perpetuação delas.
Referências
Booth, C. 2006. Barbed Wire Action Plan. Draft for comment. The Australasian Bat Society Newsletter, 26(1), 59-72.
Breviglieri, C. P. B. (2014). Registros de duas espécies de morcegos (Chiroptera: Molossidae) encontrados mortos em cercas de arame farpado no noroeste do estado de São Paulo, Brasil. Biotemas, 27(1): 147-150.
Carvalho Neto, F. G. (2013). Ecologia, assimetria flutuante e dimorfismo sexual em pequenos mamíferos em remanescentes de floresta atlântica do nordeste do Brasil. Vitória de Santo Antão. 106p. (Dissertação de mestrado). Universidade Federal de Pernambuco – UFPE Vitória de Santo Antão, PE, Brasil. https://attena.ufpe.br/bitstream/123456789/10477/1/dissertacao%20final%20francisco%20neto_fichado.pdf
Cloutier, D., & Thomas, D. W. (1992). Carollia perspicillata. Mammalian species, (417) 1-9.
Díaz, M. M., Solari, S., Aguirre, L. F., Aguiar, L. & Barquez, R. M. (2016). Clave de Identificación de los murciélagos de Sudamérica–Chave de identificação dos morcegos da America do Sul. Publicación Especial Nor, (2), 160p.
Ferreira, R. S. B. & Martins, R. A. (2017). Os impactos ambientais provocados pela construção da duplicação da rodovia GO-213 (morrinhos-caldas novas): debilitando a passagem da fauna. in: simpósio interdisciplinar ambiente e sociedade (sias), campus Morrinhos: UEG, 1(1) 1-13. https://www.anais.ueg.br/index.php/sias/article/view/12045
Harrington, J. L., & Conover, M. R. (2006). Characteristics of ungulate behavior and mortality associated with wire fences. Wildlife Society Bulletin, 34(5) 1295-1305.
Heithaus, E. R. & Fleming, T. H. (1978). Foraging movements of a frugivorous bat, Carollia perspicillata (Phyllostomatidae). Ecological Monographs, 48(2) 127-143. https://esajournals.onlinelibrary.wiley.com/doi/abs/10.2307/2937296
Iwen, F. A. (1958). Hoary bat the victim of a barbed wire fence. Journal of Mammalogy 39 (3): 438.
Jacomassa, F. A. F., Pacheco, S. M., Miranda, J. M. D. & Oliveira, K. P. A. (2017). Bats found entangled in natural and artificial traps. Mammalia, 82(1) 65-67.
Maclean, J. J. (2006). Reducing the impact of barbed wire on wildlife. The Australasian Bat Society Newsletter,27: 33-34.
Krell. (2002). The devil's rope: a cultural history of barbed wire. London, England: Reaktion Books
Martínez-Fonseca, J. G., Chavés-Velásquez, M., Williamn-Guillen, K. & Chambers, C. L. (2020). Bats use live fences to move between tropical dry forest remnants. Biotropica, 52(1): 5-10.
Mascarenhas, J. C. Beltrão, B. A. Souza Júnior, L. C. S. (2005). Projeto cadastro de fontes de abastecimento por água subterrânea. Diagnóstico do município de Chã Grande, estado de Pernambuco 01-13.
Mello, M. A. R., Schittini, G. M., Selig, P., & Bergallo, H. G. (2004). A test of the effects of climate and fruiting of Piper species (Piperaceae) on reproductive patterns of the bat Carollia perspicillata (Phyllostomidae). Acta Chiropterologica 2(6) 309-318.
Mikich, S. B. (2002). A dieta dos morcegos frugívoros (Mammalia, Chiroptera, Phyllostomidae) de um pequeno remanescente de Floresta Estacionai Semidecidual do sul do Brasil. Revista brasileira de Zoologia, 19(1) 239-249. https://doi.org/10.1590/S0101-81752002000100023
Pereira, K. B.; Dinardi, A. J. & Pessano, E. C. A abordagem da Educação Ambiental em um Projeto Pedagógico de um Curso de Ciências da Natureza. Research, Society and Development, [S. l.], 9(8): p. e101985200, 2020. DOI: 10.33448/rsd-v9i8.5200. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/5200. Acesso em: 8 fev. 2022.
Piccoli, G. C. O.; Rocha-Jr. H. A; Fernandes, F.; Reis-Filho, J. M. & Taddei, F. G. (2007). Riqueza e dieta de morcegos (Mammalia, Chiroptera) frugívoros em um fragmento de mata ciliar do noroeste do estado de São Paulo. In. CONGRESSO DE ECOLOGIA DO BRASIL. Caxambu - Minas Gerais: IB/USP. http://www.seb-ecologia.org.br/revistas/indexar/anais/viiiceb/pdf/185.pdf
Pigage, J. C.; Bunn, R. L. (2011). Multiple bats entangled ok cactus. The Prairie Naturalist 43(1-2), 64–65. Retrieved from https://digitalcommons.unl.edu/cgi/viewcontent.cgi?article=1099&context=tpn
Reis, N. R., Peracchi, A. L., Pedro, W. A., & Lima, I. P. (2007). Morcegos do Brasil. Londrina, Universidade Estadual de Londrina.
Reis, N. R., Peracchi, A. L., Batista, C. B., Lima, I. P. & Pereira, A. D. (2017). História Natural dos morcegos brasileiros: chave de identificação de espécies. Technical Books Editora.
Van Der Ree, R. (1999). Barbed wire fencing as a hazard for wildlife. Victorian Naturalist, 116(6): 210-217.
Wisely, A. N. (1978). Bat dies on barbed wire fence. Blue Jay, 36(1). https://doi.org/10.29173/bluejay4532
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Dayanne Cicera da Silva ; Rosângela Margarida da Silva; Bruna Carolina da Silva Barbosa; Luiz Augustinho Menezes da Silva
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.