Quantificação de amilases produzidas por rizobactérias amazônicas em meio de cultura contendo farinha do mesocarpo de babaçu (Orbignya phalerata Mart.) como fonte de nutrientes
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v11i5.27216Palavras-chave:
Metabolismo bacteriano; Microbiota amazônica; Atividade enzimática.Resumo
O mesocarpo do babaçu apresenta elevado teor de amido, que não é aproveitado biotecnologicamente na Amazônia. A obtenção de rizobactérias capazes de converter esse amido em glicose pode fortalecer a cadeia produtiva dessa palmeira, colocando-a como uma das espécies vegetais a contribuir com a bioeconomia amazônica. Esse trabalho avaliou o efeito dos pHs 4,0, 5,0, 6,0 e 7,0 e das temperaturas de 27 °C e 55 °C na capacidade de cinco rizobactérias amazônicas produzirem glicose usando o mesocarpo do babaçu. As rizobactérias INPA R015, INPA R028, INPA R034, INPA R 236 e INPA R269 converteram o amido em glicose em todos os pHs e temperaturas testados. A presença da atividade amilolítica na temperatura de 55 °C mostra que elas podem ser usadas em processos industriais sob altas temperaturas, quando há menos possibilidade de contaminação por microrganismos mesofílicos. Houve influência significativa do pH dos meios e das temperaturas de incubação na produção de glicose, que variou de 3,02-8,66 g.L-1, com a menor ocorrendo 24 horas após o início de experimento usando a INPA R269 na temperatura de 27 ºC e pH 5,0 e, a maior, com essa mesma bactéria e temperatura, mas no meio com pH 7,0 após 96 horas de incubação. A presença de glicose nos meios indica que essas cinco rizobactérias mostram potencial para serem usadas para fins biotecnológicos usando a farinha de babaçu para seus crescimentos, fortalecendo a cadeia produtiva dessa palmeira pouco usada na Amazônia. Novos estudos são necessários, como por exemplo, se misturas com essas rizobactérias possibilitam maior produção de glicose do que as produções de cada uma delas individualmente.
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