A importância do exame físico dermatológico completo para o diagnóstico precoce de lesões malignas - relato de caso
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v11i4.27353Palavras-chave:
Melanoma; Diagnóstico Precoce; Exame físico dermatológico.Resumo
Introdução: O melanoma, tumor maligno originado dos melanócitos, é uma neoplasia de caráter agressivo com potencial metastático. Assim como os demais tipos de câncer de pele, o melanoma tende a ser assintomático. A possibilidade de cura e a taxa de sobrevida estão diretamente relacionadas ao estadiamento do tumor, o que se relaciona à excisão em fase inicial e diagnóstico precoce. A dermatoscopia é ferramenta de auxílio diagnóstico que aumenta a acurácia diagnóstica do melanoma em até 30%. Objetivo: Relatar um caso de diagnóstico de melanoma durante exame dermatológico completo, em uma área acral também acometida por psoríase. Metodologia: Trata-se de um relato de caso clínico. Resultados: Relatamos o caso de um paciente do sexo masculino, 61 anos, em seguimento dermatológico por psoríase e que, ao ser examinado, apresentava uma mácula castanho enegrecida de aproximadamente 1 cm, assimétrica, com bordas mal delimitadas na região plantar do pé direito. Negava qualquer queixa relacionada e não havia previamente notado a lesão. Foi realizada biópsia excisional, sendo confirmada a hipótese de melanoma in situ com posterior ampliação de margens cirúrgicas, que revelou ausência de neoplasia residual. Conclusão: Todo exame físico dermatológico deve, portanto, ser completo, minucioso e não restrito apenas às queixas do paciente. O exame físico dermatológico rotineiro é imperativo em todos os pacientes e lesões pigmentadas devem ser avaliadas por método de dermatoscopia sempre que possível. Para pacientes com baixo risco para câncer de pele, indica-se exame físico dermatológico completo ao menos uma vez ao ano. Em pacientes com fatores de risco, os intervalos de reavaliação devem ser individualizados.
Referências
Bauer, J., Blum, A., Strohäcker, U. & Garbe, C. (2005). Surveillance of patients at high risk for cutaneous malignant melanoma using digital dermoscopy. British Journal of Dermatology, 152 (1), 87-92.
Bauer, P., Cristofolini, P., Boi, S., Burroni, M., Dell'Eva, G., Micciolo, R. & Cristofolini, M. (2000). Digital epiluminescence microscopy: usefulness in the differential diagnosis of cutaneous pigmentary lesions. A statistical comparison between visual and computer inspection. Melanoma Research, 10 (4), 345-349.
Bradford, P. T., Goldstein, A. M., McMaster, M. L. & Tucker, M. A. (2009). Acral lentiginous melanoma: incidence and survival patterns in the United States, 1986-2005. Archives of Dermatology, 145 (4), 427-434.
Brandão, F. V., Sá, B. C. S., Pinto, C. A. L. & Duprat Neto, J. P. (2012). A importância da dermatoscopia digital no diagnóstico precoce do melanoma e no auxílio à histopatologia em paciente de alto risco. Surgical & Cosmetic Dermatology, 4 (3), 281-283.
Botton, D. V., Barbosa, D. G. R., Cavalcante Junior, C. A., Silva e Sousa, F., Moraes, D. S., Palhares, C. O. & Tefé-Silva, C. (2020). Relevância da dermatoscopia para o diagnóstico precoce de melanomas: uma revisão de literatura. Revista Interdisciplinar de Saúde e Educação, 1 (2), 159-174.
Crowe, S., Cresswell, K., Robertson, A., Huby, G., Avery, A., & Sheikh, A. (2011). The case study approach. BMC Medical Research Methodology, 11(100).
Frange, V. M. N., Arruda, L. H. F. & Daldon, P. E. C. (2009). Dermatoscopia: importância para a prática clínica. Revista de Ciências Médicas, 18 (4), 209-215.
Haenssle, H. A., Korpas, B., Hansen-Hagge, C., Buhl, T., Kaune, K. M., Johnsen S., Rosenberger, A., Schön, M. P. & Emmert, S. (2010). Selection of patients for long-term surveillance with digital dermoscopy by assessment of melanoma risk factors. Archives of Dermatological Research, 146 (3), 257-264.
Kittler, H., Pehamberger, H., Wolff, K. & Binder, M. (2002). Diagnostic accuracy of dermoscopy. The Lancet Oncology, 3 (3), 159-165.
Lopes, C. H. & Leite, A. K. R. M. (2021). Fatores de risco, patogenia e aspectos clínicos do melanoma no Brasil: um revisão integrativa. Revista de Patologia do Tocantins, 8 (3), 125-129.
Lopes, O. S. & Egito, E. P. (2008). Dermatologia comparativa: dermatoscopia em melanoma cutâneo. Anais Brasileiros de Dermatologia, 83 (5), 473-475.
Menzies, S., Ingvar, C. & McCarthy, W. H. (1996). A sensitivity and specificity analysis of the surface microscopy features of invasive melanoma. Melanoma Research, 6 (1), 55-62.
Oliveira, A. S. C. (2015). A aplicação da dermatoscopia no diagnóstico do melanoma maligno. Universidade de Coimbra. https://eg.uc.pt/handle/10316/37391.
Peralta, M. R., Saá, S. R, Salerni, G., Sabban, E. N. C. & Cabo, H. A. (2018). Dermatoscopia del melanoma acral. Dermatología Argentina, 24 (2), 111-113.
Pereira, A. S., Shitsuka, D. M., Parreira, F. J.& Shitsuka, R. (2018). Metodologia da pesquisa científica. UFSM.
Piccolo, D., Ferrari, A., Peris, K., Diadone, R., Ruggeri, B. & Chimenti, S. (2002). Dermoscopic diagnosis by a trained clinician vs. a clinician with minimal dermoscopy training vs. computer-aided diagnosis of 341 pigmented skin lesions: a comparative study. The British Journal of Dermatology, 147 (3), 481-486.
Saida, T., Yoshida, N., Ikegawa, S., Ishihara, K. & Nakajima, T. (1990). Clinical guidelines for the early detection of plantar malignant melanoma. Journal of the American Academy of Dermatology, 23 (1), 37-40.
Salvio, A. G., Segalla, J. G. M., Nicolini, H. R., Junior, A. A., Panfilo, B. L. & Didone, R. (2011). Experiência de um ano de modelo de programa de prevenção contínua do melanoma na cidade de Jaú-SP, Brasil. Anais Brasileiros de Dermatologia, 86 (4), 669-674.
Silveira, S. J. S. & Goulart, M. J. B. (2021). Dermatoscopia, uma ferramenta que pode baixar custos no tratamento do melanoma. Facit Business and Technology Journal, 1 (29), 403-421.
Skvara, H., Teban, L., Fiebiger, M., Binder, M., Kittler, H. (2005). Limitations of dermoscopy in the recognition of melanoma. Archives of Dermatology, 141 (2), 155-160.
Sober, A. J. & Burstein, J. M. (1994). Computerized digital image analysis: an aid for melanoma diagnosis. The Journal of Dermatology, 21 (11), 885-90.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Jéssica Pareja Guerra; Marilda Aparecida Milanez Morgado de Abreu; Ana Claudia Cavalcante Espósito
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.
