Como a saúde cuida da própria saúde? Sentidos identitários tomados por graduandos de medicina que apresentam hábitos alimentares extremos
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v11i4.27370Palavras-chave:
Estudantes de medicina; Comportamento alimentar; Autocuidado.Resumo
O indivíduo constrói sua identidade em um contexto atravessado por ideologias e normativas propostas pela cultura a qual pertence, podendo recorrer a dietas extremas, práticas de atividade física extenuantes, uso de medicações, e outros hábitos potencialmente danosos para alcançar um objetivo estético. Dada a complexidade do desenvolvimento dos hábitos alimentares extremos e dos transtornos alimentares, são englobados fatores psicossociais como vivências, sentimentos e cotidiano, que por sua vez são fonte de fatores predisponentes, precipitantes e mantenedores do processo saúde-doença do indivíduo. Considerando a rotina dos estudantes de medicina e o acesso à informação na área da saúde, propõe-se analisar o desenvolvimento de hábitos alimentares extremos em adultos jovens dos cursos de medicina da cidade de São João del Rei – MG. Por meio de metodologias qualitativa e quantitativa, foram selecionados sete voluntários a partir dos escores obtidos na aplicação do questionário Eating Attitudes Test (EAT-26). A coleta de dados foi realizada por meio de entrevista, com base na História Oral Temática e cinco perguntas norteadoras. A análise de dados seguiu os critérios da Análise de Conteúdo de Bardin. Os entrevistados consideram que seus hábitos alimentares extremos estão ligados à cobrança social e familiar, mecanismos de compensação e culpa, fenômenos psiquiátricos, influência digital, pandemia de COVID-19 e assistências profissionais. Foram encontradas variações de discurso quanto à influência positiva ou negativa desses fatores no desenvolvimento de hábitos alimentares extremos.
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