Avaliação do fungo Penicillium sclerotiorum UCP 1040 na produção de biossurfactante utilizando óleo pós-fritura e milhocina
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v11i5.27502Palavras-chave:
Surfactante microbiano; Resíduos agroindustriais; Planejamento fatorial; Tensão superficial; Área de dispersão de óleo.Resumo
O presente trabalho avaliou o potencial biotecnológico do fungo Penicillium sclerotiorum UCP 1040, isolado do solo do Estado de Pernambuco, para a produção de biossurfactante utilizando resíduos agroindustriais como fontes alternativas de carbono e nitrogênio. As fermentações foram conduzidas durante 144 h, 28ºC e 150 rpm, em meios constituídos por diferentes concentrações de óleo pós-fritura (OPF) e milhocina, de acordo com um planejamento fatorial 22. Os efeitos dos substratos na produção do tensoativo foram avaliados através de análise estatística, utilizando a tensão superficial como variável resposta. As propriedades emulsificantes e dispersantes do biossurfactante foram investigadas pelo índice de emulsificação (IE24) e o teste de dispersão, respectivamente. Os resultados obtidos demostraram que P. sclerotiorum foi capaz de produzir um composto tensoativo na presença dos substratos renováveis, verificando-se a maior redução da tensão superficial (de 72,0 a 42,77 mN/m), na condição 2 do planejamento (meio constituído por 3% de OPF e 5% de milhocina). Embora o biossurfactante produzido nesta condição não tenha mostrado boas propriedades emulsificantes, apresentou excelentes propriedades dispersantes, com área de dispersão de óleo (ADO) de 44,18 cm2. O diagrama de Pareto comprovou a influência significativa da interação dos resíduos na produção do biossurfactante, constituindo substratos alternativos e de baixo custo, que tornam o bioprocesso econômico e, portanto, atraente para as diversas indústrias.
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