Manifestações clínicas de leishmaniose mucocutânea exuberante: relato de caso

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v11i5.28029

Palavras-chave:

Leishmaniose mucocutânea; Leishmania; Doenças transmissíveis; Ensino em saúde.

Resumo

A leishmaniose mucocutânea (LM) é uma infecção crônica que acomete o trato respiratório superior e/ ou mucosa bucal e é causada por protozoários da espécie Leishmania. Um homem de 71 anos, fumante, recebeu atendimento odontológico no Serviço de Estomatologia do Hospital Metropolitano Odilon Behrens (HMOB) após várias consultas com médicos especialistas. Apresentava lesões granulomatosas e eritematosas na pele do nariz, mucosa do lábio superior e em todo o palato mole e úvula, além de destruição do septo nasal. Devido à suspeita de leishmaniose, foi realizada biópsia incisional. O exame histopatológico foi realizado, entretanto, a reação em cadeia da polimerase (PCR) e a imunofluorescência foram necessárias para confirmar o diagnóstico de LM. O paciente foi tratado com 27 doses de anfotericina B lipossômica a 20 mg/sbv/kg/dia. Devido à ausência de melhora, o paciente foi novamente internado, sendo repetida a medicação e acrescentando Fluconazol 150 mg. Então o paciente apresentou melhora significativa. O presente relato de caso mostra uma lesão infecciosa incomum na prática odontológica e a sua abordagem. A descrição das características e manejo, juntamente com o processo patológico foram apresentados.

Referências

Alvar J., Vélez I. D., Bern C., Herrero M., Desjeux P., & Cano J. (2012). Leishmaniasis worldwide and global estimates of its incidence. PLoS ONE, 7(5), 1-12.

Amato V. S., Tuon F. F., Siqueira A. M., Nicodemo A. C., & Amato Neto V. (2007). Treatment of mucosal leishmaniasis in Latin America: systematic review. Am J Trop Med Hyg, 77, 266-274.

Ameen M. (2010). Cutaneous leishmaniasis: advances in disease pathogenesis, diagnostics and therapeutics. Clin Exp Dermatol, 35, 699-705.

Amin M., & Manisali M. (1999). Cutaneous Leishmaniasis Affecting the Face: Report of a Case. J Oral Maxillofac Surg, 58, 1066-1069.

Aviles H., Belli A., Armijos R., Monroy F. P., & Harris E. (1999) Detection and identification of Leishmania parasites in clinical specimens in Ecuador: A comparison with classical diagnostic methods. Journal of Parasitology, 85, 181-187.

Bisetegn, H. et al. (2020). Clinical, parasitological and molecular profiles of Cutaneous Leishmaniasis and its associated factors among clinically suspected patients attending Borumeda Hospital, North-East Ethiopia. Plos Neglected Tropical Diseases, 14 (8), 8507.

BRASIL - Ministério da Saúde. Manual de Vigilância da Leishmaniose Tegumentar Americana. Segunda Edição Atualizada (2010). 17-31.

Brito M. E., Mendonça M.G., Gomes Y.M., Jardim M.L., & Abath F.G. (2000). Identification of potentially diagnostic Leishmania braziliensis antigens in human cutaneous leishmaniasis by immunoblot analysis. Clin Diagn Lab Immunol, 7 (2), 318-321.

Castling B., Layton S. A., & Pratt R. J. (1994). Cutaneous leishmaniasis. An unusual cause of facial swelling. Oral Surg Oral Med Oral Pathol, 78, 91-92.

Costa J. W. (2003). Mucocutaneous leishmaniasis in a US Citizen. Oral Surg Oral Med Oral Pathl Oral Radiol Endod, 96, 573-577.

Dimier‐David L., David C., Ravisse P., Bustillos R., Revollo S., & Lyevre P. (1991). Parasitological diagnosis of mucocutaneous leishmaniasis due to Leishmania braziliensis in Bolivia. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, 24, 231‐234.

Diniz J. L. C., Costa M. O. R., & Gonçalves D. U. (2011). Leishmaniose mucocutânea: marcadores clínicos em diagnóstico presuntivo. Braz J Otorhinolaryngol, 77: 380-384.

Escobar M. A., Smith D. S., & Palma G. I. (1992). American cutaneous and mucocutaneous leishmaniasis (tegumentary): A diagnostic challenge. Tropical Doctor, 22 (1), 69‐78.

Figueiredo Júnior, E. C., Silva, A. L., Oliveira, A. N., Marques, N. H. V. P., & Pereira, J. V. (2020). Leishmaniose tegumentar americana: perfil epidemiológico dos casos notificados no Brasil entre os anos de 2009 e 2018 e considerações sobre os aspectos e manifestações de importância odontologica. Research, Society and Develompment, 9 (9), 1-20.

Gontijo B., & Carvalho M. L. R. (2003). Leishmaniose Tegumentar Americana. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, 36 (1), 71-80.

Goto H., & Lindoso J. A. (2010). Current diagnosis and treatment of cutaneous and mucocutaneous leishmaniasis. Expert Rev Anti Infect Ther, 8, 419-433.

Klasco R. K. (Ed): Drugdex System. Thomson MICROMEDEX, Greenwood Village, Colorado, USA. Disponível em: http://www.thomsonhc.com/.

Lessa H. A., Lessa M. M., Guimarães L. H., Lima C. M., Arruda S., & Machado P. R. (2012). Um novo sistema de estadiamento clínico proposto para pacientes com leishmaniose mucosa. Trans R Soc Trop Med Hyg, 106, 376-381.

Lessa M. M., Lessa H. A., Castro T. W. N., Oliveira A., Scheifer A., & Machado P. (2007) Leishmaniose mucosa: aspectos epidemiológicos e clínicos. Braz J Otorhinolaryngol, 73, 843-847.

Maretti-Mira A. C., Rodrigues K. M. P., de Oliveira-Neto M. P., & Pirmez C. (2011). A atividade da MMP-9 é induzida pela infecção por Leishmania brazi-lisensis e se correlaciona com a leishmaniose mucosa. Acta Trop, 119, 160-164.

Manual de Controle da Leishmaniose Tegumentar Americana / Organização: Gerência Técnica de Doenças Transmitidas por Vetores e Antropozoonoses. - Coordenação de Vigilância Epidemilógica - Centro Nacional de Epidemiologia - Fundação Nacional de Saúde - Ministério da Saúde Brasília - 2000 62 p.

Palmeiro M. R., Rosalino C. M. V., Quintella L. P., Morgado F. N., Martins A. C. C., Moreira J., Schubach A. O., & Conceição-Silva F. (2007) Gingival leishmaniasis in an HIV-negative patient. Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod, 104, 12-16.

Paiva-Cavalcanti M., Dantas-Torres F., Albuquerque S. C. G., Morais R. C. S., Brito M. E. F., & Otranto D. (2013). Quantitative real time PCR assays for the detection of Leishmania (Viannia) braziliensis in animals and humans. Mol Cell Probes, 27, 122–128.

Paiva-Cavalcanti M., de Morais R. C. S., Pessoa-e-Silva R., Trajano-Silva L. A. M., Gonçalves-de-Albuquerque S. C., & Tavares D. H. C. (2015). Leishmaniases diagnosis: an update on the use of immunological and molecular tools. Cell Biosci, 5 (31).

Pedras, M. J. et al. (2018) Mucosal leishmaniasis: the experience of a brazilian referral center. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, 51 (3), 318-323.

Pereira A. S. et al. (2018). Metodologia da pesquisa científica. UFSM.

Pirmez C., Silva‐Trajano V., Paes‐Oliveira M., Cruz A. M., & Gonolves‐Da Costa S. C. (1999). Use of PCR in diagnosis of human American tegumentary leishmaniasis in Rio de Janeiro, Brazil. Journal of Clinical Microbiology, 37, 1819‐1823.

Sampaio R. N. R., Salaro C. P., Resende P., & de Paula C. D. R. (2002). Leishmaniose tegumentar americana associada à AIDS: relato de quatro casos. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, 35 (6), 651-654.

Silva, F. S., Silva, J. O., Aguiar, M. F. F., Neto, J. J. L. S., Porto, R. H. D., Ortega, J. R., Silva, F. M., de Sá, G. O., da Rocha, R. G., & Guimarães, V. H. D. (2021) American Tegumentary Leishmaniasis in Montes Claros: an epidemiological study. Research Society and Development, 10 (13), 1-8.

Van Griensven, J., & Diro, E. (2012). Visceral Leishmaniasis. Infectious Disease Clinics Of North America, 26 (2), 309-322.

Weiranther J. L., Jeronimo S. M. B., Gautam S., Sundar S., Kang M., & Kurtz M. A. (2011). Serial quantitative PCR assay for detection, species discrimination, and quantification of Leishmania spp. in human samples. J Clin Microbiol, 49, 3892–3904.

Word Health Organization (WHO). Control of the leishmaniasis: Report of a meeting of the WHO Expert Committee on the Control of Leishmaniases. Geneva: WHO technical report series; 202p.

Downloads

Publicado

31/03/2022

Como Citar

ABREU, C. P.; CASTRO, F. L. A. de L. .; BOTELHO, S. H. B.; FREITAS, H. B. de F.; FONSECA, F. P. .; LACERDA, J. C. T.; RESENDE, R. G. . Manifestações clínicas de leishmaniose mucocutânea exuberante: relato de caso. Research, Society and Development, [S. l.], v. 11, n. 5, p. e11311528029, 2022. DOI: 10.33448/rsd-v11i5.28029. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/28029. Acesso em: 18 jul. 2024.

Edição

Seção

Ciências da Saúde