É tempo de ninguém se soltar de ninguém: gênero, raça e sexualidades
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v11i5.28150Palavras-chave:
Escrevivências; Feminismos; Interseccionalidades; Conhecimento afetado.Resumo
Este artigo é um produto coletivo da disciplina Tópicos de Serviço Social, ministrada pela professora Dra. Elaine Nascimento no Programa de Pós-Graduação em Políticas Públicas da Universidade Federal do Piauí no ano de 2019. A proposta era discutir gênero, raça, sexualidades e saúde na interlocução com as demandas da população LGBTQIA+. O desenho da disciplina não se propunha a uma discussão meramente conceitual, envolvia a discussão de textos de autoras negras, clipes de música também de mulheres negras e poesias e um certo nível de exposição das alunas (eram todas mulheres, num total de cinco e também da professora) que ali se encontravam, era preciso dizer o que estavam fazendo ali e o que esperavam encontrar. A abordagem da disciplina envolvia um despir de si mesma para lidar com uma troca acadêmica de conhecimento e experiência que passava pelo afeto, que chamamos de aquilombamento, baseada numa metodologia de espelhamento, onde toda a produção seria construída de forma coletiva, compartilhada e partilhada. Significa dizer que o texto escrito por uma era lido por outra e defendido por uma terceira, a autora do texto fazia o exercício da escuta. A experiência a princípio trouxe um certo desconforto, mas dito por elas foi interessante, criaram-se laços de confiança e respeito inclusive para esta produção. A partir desses elementos, o artigo tem por objetivo principal apresentar uma análise crítica das relações entre gênero raça e sexualidade, através dos distintos atravessamentos que a experiência compartilhada na disciplina permitiu visualizar.
Referências
Akotirene, C. (2019). Interseccionalidade. Pólen Produção Editorial LTDA.
Araújo, R., & Argolo, M. M. P. (2017). Construções de Gênero das Mulheres/Mães Negras no Contexto da Violência Policial Contra Adolescentes e Jovens. Dikè-Revista Jurídica do Curso de Direito da UESC, 17, 147-168.
Bilge, S. (2018). Interseccionalidade desfeita: salvando a interseccionalidade dos estudos feministas sobre interseccionalidade. Revista Feminismos, 6(3).
BirolI, F., & Miguel, L. F. (2015). Feminismo e política: uma introdução. Boitempo Editorial.
Carneiro, S. (2003). Mulheres em movimento. Estudos avançados, 17(49), 117-133.
Collins, P. H. (2019). Pensamento feminista negro: conhecimento, consciência e a política do empoderamento. Boitempo Editorial.
Crenshaw, K. (1991). Mapeando as Margens: Interseccionalidade, Política de Identidade e Violência Contra a Mulher de Cor. Stanford Law Review, 43(6), 1241-1299.
Crenshaw, K. (2002). Documento para o encontro de especialistas em aspectos da discriminação racial relativos ao gênero. Revista estudos feministas, 10, 171-188.
Da Silva Gomes, F. D. M. Connell, Raewyn; Pearse, Rebecca. Gênero: uma perspectiva global. Versos, 2015.
Davis, A. (2016). Mulheres, raça e classe. Boitempo Editorial.
De Almeida Teles, M. A. (2018). Breve história do feminismo no Brasil e outros ensaios. Alameda Casa Editorial.
De Siqueira, C. B., & de Azevedo Bussinguer, E. C. (2020). As ondas do feminismo e seu impacto no mercado de trabalho da mulher. Revista Thesis Juris, 9(1), 145-166.
Duarte, C. L. (2003). Feminismo e literatura no Brasil. Estudos avançados, 17(49), 151-172.
Fraser, N. (2012). O feminismo, o capitalismo e a astúcia da história.
Hirata, H. (2014). Gênero, classe e raça Interseccionalidade e consubstancialidade das relações sociais. Tempo social, 26, 61-73.
Hooks, B. (2015). Mulheres negras: moldando a teoria feminista. Revista Brasileira de Ciência Política, (16), 193-210.
Kilomba, G. (2020). Memórias da plantação: episódios de racismo cotidiano. Editora Cobogó.
Martins, T. C. S. (2013). Racismo, questão social e serviço social: elementos para pensar a violação de direitos no Brasil. Revista Inscrita, (10).
Minayo. M. C. (1992). O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde., HUCITEC-ABRASCO.
Minayo, M.C. (2001). Pesquisa Social. Teoria, método e criatividade. Vozes.
Narvaz, M. G., & Koller, S. H. (2006). Metodologias feministas e estudos de gênero: articulando pesquisa, clínica e política. Psicologia em estudo, 11, 647-654.
Piedade, V., & Tiburi, M. (2017). Dororidade. Nós.
Piscitelli, A. (2008). Interseccionalidades, categorias de articulação e experiências de migrantes brasileiras. Sociedade e cultura, 11(2).
Ribeiro, D. (2016). Feminismo negro para um novo marco civilizatório. 24, 99-104.
Saffioti, H. I. B. (2004). Gênero, patriarcado, violência. In Gênero, patriarcado, violência (pp. 151-151).
Santin, A. C. A. (2019). Perspectivas feministas, interseccionalidades e o encarceramento de mulheres no Brasil (2006-2018).
Toledo, A. (2017). Me empodera te empoderar. Trabalho de Conclusão de Curso de Comunicação Social/Jornalismo. Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Elaine Ferreira do Nascimento; Bárbara Cristina Mota Johas; Hilziane Layza de Brito Pereira Lima; Claudilene de Sousa Rocha; Anne Piauilino Leopoldo; Ana Cecília Carvalho Sousa Morais Helal
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.