Estágios supervisionados das licenciaturas em ciências biológicas na condição de ensino remoto emergencial: análise de trabalhos acadêmicos no Brasil

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v11i5.28721

Palavras-chave:

Ensino; Pandemia e a formação docente; Prática de ensino em biologia.

Resumo

A condição de Ensino Remoto Emergencial (ERE) durante a pandemia da Covid-19 exigiu um processo de reformulação na sistemática dos estágios supervisionados de cursos de licenciatura. Por isso, o objetivo desta pesquisa foi investigar os impactos da pandemia nos estágios das licenciaturas em ciências biológicas em condição emergencial de aulas remotas. Esse trabalho caracteriza-se como uma pesquisa bibliográfica, exploratória, descritiva, com abordagem qualitativa, envolvendo a categorização dos dados por análise de conteúdo. A investigação envolveu a análise de produções acadêmicas publicadas entre o início dos anos de 2020 e 2022 que buscaram contribuir com as discussões sobre os desafios do ERE nos estágios das licenciaturas em ciências biológicas, tendo o Google Scholar como fonte de pesquisa. O trabalho iniciou com a elaboração de instrumentais de organização das obras, considerando as questões norteadoras relacionadas à pesquisa. Após a seleção de 12 trabalhos, os aspectos positivos e negativos do ERE nos estágios em ciências biológicas foram divididos em 06 e 20 categorias, respectivamente. Os fatores positivos de mais destaques foram: aprendizagem e melhor utilização das ferramentas e recursos tecnológicos no ensino; e reflexão social relacionada à profissão docente. Alguns pontos negativos também se destacaram, como: exclusão digital; falta de preparação adequada dos professores e estudantes para o uso das tec­nologias educacionais; e falta de articulação dos conteúdos teóricos com atividades práticas. De modo geral, os trabalhos revelam a falta de equidade no ensino remoto, mas também apresentam estratégias de superação das dificuldades decorrentes do ERE.

Biografia do Autor

Fabrício Bonfim Sudério, Universidade Estadual do Ceará

Possui bacharelado em Ciências Biológicas pela Universidade Federal do Ceará (1998); Licenciatura Plena/Formação Pedagógica em Ciências Biológicas pela Universidade Estadual do Ceará (2005); Mestrado e Doutorado em Bioquímica pela UFC (2001; 2007). Atualmente, realizando estágio Pós-Doutoral no Programa de Pós Graduação em Educação da UFC (PPGE-UFC). Professor Associado da UECE, atuando no Curso de Ciências Biológicas da FAEC/UECE e como Docente Permanente do Mestrado Profissional em Ensino de Biologia em rede (PROFBIO/UECE). Coordenador de Estágio Supervisionado do Curso de Ciências Biológicas da FAEC/UECE. Principais áreas de atuação: Práticas e estratégias pedagógicas para o ensino de Ciências e Biologia; Formação Docente; Produção e avaliação de recursos didático-pedagógicos para o ensino de Ciências e Biologia; e Ensino de Botânica. Experiência como Coordenador de Área do PIBID/CAPES, como Docente Orientador do Programa Residência Pedagógica (CAPES) e em Pesquisas nas áreas de Bioquímica e Fisiologia vegetal.

Luís Távora Furtado Ribeiro, Universidade Federal do Ceará

Possui graduação em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Ceará (1983); Mestrado em Educação pela Universidade Federal do Ceará (1990) e Doutorado em Sociologia pela Universidade Federal do Ceará (2002). Concluiu Estágio Pós-doutoral na École de Hautes Études en Sciences Sociales (EHESS) sob a supervisão de Michel Löwy com bolsa CNPq. É professor titular da Faculdade de Educação da Universidade Federal do Ceará, atuando na graduação e pós-graduação (mestrado e doutorado em Educação) nas linhas: Educação, Currículo e Ensino e História e Memória da Educação. Professor colaborador do mestrado intercampi Feclesc/Fafidam em Educação da Universidade Estadual do Ceará. Coordena o Projeto de Pesquisa Intitulado “aspectos históricos e atuais sobre as políticas públicas de formação docente no Brasil”. Tem cursos na área de educação no Instituto Aharon Ofri em Israel e no CPEIP no Chile. Atua nas áreas formação de professores; política educacional e financiamento da educação; movimentos sociais e escola; ensino de história e geografia; história da educação; sociologia e filosofia da educação; educação e religião; diretrizes curriculares; metodologias de ensino e ética. É membro da Anfope (Associação Nacional para Formação de Profissionais em Educação) e colabora com o Instituto Anísio Teixeira (INEP/MEC) na qualidade de Avaliador do Basis para reavaliação e supervisão especial dos cursos de Pedagogia e Ciências Sociais em todo o Brasil. Professor-pesquisador do Programa de Pós-graduação em Educação Brasileira da Universidade Federal do Ceará (UFC) e do Mestrado Acadêmico Intercampi em Educação e Ensino (MAIE), da Universidade Estadual do Ceará. Professor-pesquisador do Convênio de Colaboração entre o Programa de Mestrado em Antropologia de Iberoamérica da Universidade de Salamanca (MAI). Linha de Pesquisa: Educação, Estética e Sociedade (E-Luta) do Programa de Pós-Graduação em Educação Brasileira da Universidade Federal do Ceará (UFC).

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Publicado

15/04/2022

Como Citar

SUDÉRIO, F. B.; RIBEIRO, L. T. F. Estágios supervisionados das licenciaturas em ciências biológicas na condição de ensino remoto emergencial: análise de trabalhos acadêmicos no Brasil. Research, Society and Development, [S. l.], v. 11, n. 5, p. e54711528721, 2022. DOI: 10.33448/rsd-v11i5.28721. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/28721. Acesso em: 28 set. 2024.

Edição

Seção

Ciências Educacionais