Contenção facilitada e enrolamento para o manejo da dor em prematuros: ensaio clínico randomizado crossover
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v11i6.28755Palavras-chave:
Recém-nascido prematuro; Manejo da dor; Contenção facilitada; Enrolamento.Resumo
Este trabalho teve como analisar a eficácia dos efeitos da contenção facilitada e do enrolamento para redução da dor em recém-nascidos prematuros. Foi realizada uma abordagem quantitativa, em consonância com os pressupostos de um estudo experimental do tipo ensaio clínico randomizado cruzado, crossover. Considerando as análises mediante ao tempo de duração do procedimento doloroso, alterações de frequência cardíaca, frequência respiratória e saturação de oxigênio e, da organização de acordo com os subsistemas de desenvolvimento autônomo, motor e de estados comportamentais do recém-nascido, evidenciou-se que não houve diferença estatisticamente significante entre as intervenções contenção facilitada e enrolamento. No entanto, no período de aplicação da contenção facilitada, observou-se uma estabilidade fisiológica e comportamental mais precoce, que promover a reorganização, diminuiu a agitação e alterações hemodinâmicas, comparado ao enrolamento. A contenção facilitada é realizada pelo posicionamento das mãos, simulando a posição fetal. Enquanto que o enrolamento, consiste em manter os membros em flexão e as mãos do neonato próximas à face, devendo ser garantida uma adequada excursão torácica, posição esta, que deve ser mantida envolvendo o corpo do prematuro em tecidos, faixas ou cueiros, os quais tem a função de oferecer maior segurança durante o procedimento doloroso. A realização desse estudo revelou eficácia nas intervenções não farmacológicas, contenção facilitada e enrolamento, demonstrando sua importância no manejo da dor durante procedimentos que suscitam no recém-nascido sensibilidade dolorosa de baixa intensidade.
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