A Epistemologia Histórica da Zoologia Pré-Curricular: Da América Portuguesa ao Brasil Império (1550-1837)

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v11i6.28889

Palavras-chave:

Zoologia; História da ciência; Epistemologia histórica; História curricular; Ensino.

Resumo

As pesquisas científicas desenvolvidas no decorrer dos séculos atuaram diretamente no contexto educacional das Ciências enquanto saber escolar. O conceito da epistemologia histórica de Bachelard defende que a ciência é uma construção social coletiva e não linear. Por sua vez, o currículo escolar possui em seu escopo a sistematização dos conhecimentos socialmente válidos e escolhidos por uma elite. O presente ensaio possui como objetivo a contextualização da Biociência Zoologia a luz de Bachelard e da epistemologia histórica antes de ser sistematizada na primeira política curricular expressa documentalmente no ano de 1837 pelo Colégio Imperial de Pedro II. Portanto, utilizou-se o termo “Zoologia pré-curricular” como conceito genérico para denominar o período anterior ao ano de 1837. É discutida a influência de três países nas pesquisas zoológicas em solo nacional, a Holanda, Portugal e Áustria com seus maiores interesses sendo a pesquisa médica zoológica, descobrir utilidades e pesquisas taxonômicas respectivamente.

Referências

Ambiel, V.C. (2014). A Missão Leopoldina: Primeira Expedição da missão científica austríaca ao Brasil no século XIX. Revista IHGSP. 71-84.

Andrade, M.M.C. (2008). 1808-Motivos reais para a vinda da corte portuguesa ao Brasil: Fuga ou estratégia política? RICAM Revista Interdisciplinar de Ciências Aplicadas à Atividade Militar, 2 (2), 5-15.

Apple, M. W. (2006). Ideologia e currículo. (3a ed.), Artmed.

Bachelard, G. (1971). “A Epistemologia’’. Edicoes 70. Lisboa.

Bastos, M. H. C. (2008). Manuais escolares franceses no Imperial Colégio de Pedro II (1856-1892). História da educação, 12 (36), 39-58.

Bastos, F. I., & Sá, M. R. (2011). O cientista como historiador: Paulo Vanzolini e as origens da zoologia no Brasil. História, Ciências, Saúde-Manguinhos, v. 18, n. 4, p. 1021-1038.

Brasil, I. P. (1837). Decreto-lei 2 de dezembro de 1837. Institui a criação do colégio Dom Pedro II. 1837.

Cruz, A. L. R. B. (2004). Verdades por mim Vistas e Observadas, oxalá foram fábulas sonhadas: Cientistas brasileiros do setecentos, Uma Leitura Auto-Etnográfica. Tese de doutoramento. Curitiba, Universidade Federal do Paraná –UFPR.

De Fátima, M. (2017). Imagens para instruir. Estudo das estampas que compõem a edição portuguesa do livro de poemas As Plantas, de Ricardo de Castel. InMediaciones de la Comunicación, 12 (2), 31-47.

De Moraes, E. M, Dos santos, C. F., & Da Silva Campos, R. D. (2012). Filosofia Natural Lusa: A Viagem Philosophica e a Política Iluminista na América Portuguesa Setecentista. Rivista di Studi Iberoamericani, 4 (1), 75-91.

Domingues, A. (2001). Para um melhor conhecimento dos domínios coloniais: a Constituição de Redes de informações no Império português em finais do Setecentos. História, Ciências, Saúde –Manguinhos. 1(3), 23-38.

Forster, J. R. (1795). Indische Zoologie, oder systematische Beschreibungen seltener und unbekannter Thiere aus Indien mit 15 illuminirten Kupfer-tafeln erläutert. Nebst einer kurzen... Abhandlung über den Umfang von Indien und die Beschaffenheit des Klima... und einem Anhange darin ein kurzes Verzeichniss der Thiere in Indien.(Zoologia Indica, etc.) Ger. and Lat.

Françozo, M. (2010). Alguns comentários à Historia Naturalis Brasiliae. Cadernos de etnolinguística. 2 (1), 1-7.

Goodson, I. (2011). Currículo: Teoria e História. Petrópolis. Editora Vozes.

Japiassu, R. (2008). No tempo da delicadeza: ensaio sobre a suavidade da Imperatriz Dona Leopoldina do Brasil. Caderno Espaço Feminino, 1(20).

Kury, L (2009). Comissão Científica do Império, 1859-1861.Rio de Janeiro: Andrea Jakobsson, 272.

Lopes, A. (2014). Teorias de currículo. Editora Cortez. 1ed.

Lopes, A. (2013). Teorias pós-críticas, política e currículo. Educação, sociedade & culturas, 39(9), 7-23.

Lopes, A. (1996). Bachelard: o filósofo da desilusão. Caderno Brasileiro de Ensino de Física, 13(3), 248-273.

Lorenz, K & Vechia A. (2011). O debate Ciências versus Humanidades no século XIX: Reflexões sobre o ensino de ciências no colégio Don Pedro II. Education Faculty Publications. 1, 115- 152.

Lorenz, K. M. (2010). Ciência, Educação e Livros Didáticos do Século XIX: Os compêndios das Ciências Naturais do Colégio de Pedro II. Editora EDUFU, Uberlândia.

Lustosa, I. (2006). D. Pedro I. Editora Companhia das Letras.

Medeiros, M. F. T &Albuquerque, U.P. (2014). Food flora in 17th century northeast region of Brazil in Historia Naturalis Brasiliae. Journal of ethnobiology and ethnomedicine, 10(1), 1-20.

Monteiro, L. A, Munhoz, D., & Bertholini, F. (2012). Bachelard e a Epistemologia Histórica: uma vivência sobre a formação do espírito científico. Anais do Encontro da ANPAD (EnAN-PAD), (36).

Neiva, A. H. (1929). Esboço histórico sobre a botânica e zoologia no brasil, de gabriel soares de souza, 1587, a 7 de setembro de 1922. 1929.

Neto, A. S., & Maciel, L. S. B. (2008). O Ensino Jesuítico no período colonial brasileiro: Algumas Discussões. Revista Educar. 169-189.

Nomura, H. (1996). História da zoologia no Brasil: século XVII. Fundação Vingt-Un Rosado.

Odetti, C. A, Magalhães, L., & Tiriba, L. (2021). Historicizar a experiência: ensaio sobre seus fundamentos teórico-metodológicos. Research, Society and Development, 10(4), e9810413882-e9810413882, 2021.

Paiva, W. A. (2015). O Legado dos jesuítas na educação brasileira. Educação em Revista. p 201-222.

Soares, S. V, Picolli, I. R & Casagrande, J. (2018). Pesquisa bibliográfica, pesquisa bibliométrica, artigo de revisão e ensaio teórico em administração e contabilidade. Administração: ensino e pesquisa, 19(2), 1-19, 2018.

Souto, C. (2019). Objeto em perspectiva e sujeito em devir na epistemologia histórica de Gaston Bachelard. Intelligere, (8), 13.

Trindade, D. F & Trindade, L. S. P. (2003). Os Pioneiros da Ciência Brasileira: Bartholomeu de Gusmão, José Bonifácio, Landell de Moura e D. Pedro II. Revista Sinergia, v. (4), 163.

Vandelli, D. (1788). Diccionario dos termos téchnicos de historia natural: extrahidos das obras de Linnéo, com a sua explicac̦aõ, e estampas abertas em cobre, para facilitar a intelligencia dos mesmos; e A memoria sobre a utilidade dos jardins botânicos na real officina da Universidade.

Veloso, J. M. (1800). Aviario brasilico ou Galleria ornithologica das aves indigenas do Brasil.

Vianna, M. L. (1987). A note on the spiny lobster described by Marcgrave in his historia naturalis brasiliae (1648). Crustaceana, 53(3), 308-310.

Downloads

Publicado

23/04/2022

Como Citar

AZEVEDO, H. J. C. C. de .; MEIRELLES, R. M. S. de . A Epistemologia Histórica da Zoologia Pré-Curricular: Da América Portuguesa ao Brasil Império (1550-1837): . Research, Society and Development, [S. l.], v. 11, n. 6, p. e14511628889, 2022. DOI: 10.33448/rsd-v11i6.28889. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/28889. Acesso em: 16 dez. 2024.

Edição

Seção

Ciências Educacionais