Percepção das atletas do futebol feminino em relação à prática da modalidade no Brasil

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v11i7.29418

Palavras-chave:

Esporte; Psicologia do esporte; Mulheres.

Resumo

Diante das dificuldades que o futebol feminino ainda enfrenta no Brasil, o presente estudo teve, como objetivo, compreender a percepção das atletas praticantes de futebol feminino brasileiro acerca da motivação e aspectos que favorecem a prática e inserção no esporte, bem como as dificuldades e desafios na profissionalização. A amostra foi composta por cinco atletas do sexo feminino com idades entre 18 e 26 anos (M = 21,01; DP = 2,94), as quais participaram de uma entrevista individual, conduzida a partir de cinco questões abertas. Por meio da análise de conteúdo, foi possível verificar diferentes desafios enfrentados, relacionados à falta de suporte que encontram em sua prática, machismo predominante, falta de recursos, distância da família, além da desigualdade de gênero. Por outro lado, indicaram o apoio do núcleo familiar para a participação na modalidade, e uma visão positiva de futuro, marcada pela esperança em avanços relacionados à melhores condições de prática e desenvolvimento da modalidade, que vêm sendo alcançados nas últimas décadas.

Biografia do Autor

Gisele Maria da Silva, Universidade São Judas Tadeu

Doutora em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas, Mestre em Educação Física pela Universidade São Judas Tadeu (2015), Especialista em Neuropsicologia (2021) e Terapia Cognitivo-Comportamental (2018) pela UNIFIA - Centro Universitário Amparense, Especialista em Psicologia do Esporte pelo Instituto Sedes Sapientiae (2009) e Graduada em Psicologia pela Universidade São Judas Tadeu (2006). Psicóloga da equipe profissional da modalidade de futebol da Sociedade Esportiva Palmeiras, docente da graduação de Psicologia da Universidade São Judas Tadeu e docente do curso de Pós-Graduação em Treinamento Desportivo da Faculdade Metropolitanas Unidas (FMU-SP). Entre os anos de 2012 e 2020 coordenou o Setor de Psicologia das categorias de base da modalidade do Futebol de Campo da Sociedade Esportiva Palmeiras, conduzindo o trabalho com atletas em processo de formação, transição para equipe profissional e atletas da equipe adulta. Anteriormente, atuou entre os anos de 2009 e 2012 com a modalidade de futebol de salão da mesma instituição (SEP). Em paralelo (2010), iniciou a implantação do Departamento de Psicologia do Esporte da Confederação Brasileira de Rúgbi (CBRu), onde permaneceu até janeiro de 2016. 

Heloíse Aparecida Secco, Universidade São Judas Tadeu

Psicóloga, formada na Universidade São Judas no ano de 2021.

Tatiana Cassia Nakano, Pontifícia Universidade Católica de Campinas

Docente permanente do programa de pós-graduação stricto sensu em Psicologia da PUC-Campinas, pesquisadora da linha de Instrumentos e processos em avaliação psicológica. Pós Doutorado na Universidade São Francisco (2009) e Doutorado em Psicologia como Profissão e Ciência (2006) pela PUC-Campinas. Pesquisadora produtividade nível 2 CNPq. Presidente passado da Associação Brasileira de Criatividade e Inovação (Criabrasilis, 2014-2017), membro colaborador do Conselho Brasileiro para Superdotação (Conbrasd, 2018-2020) e membro do grupo de trabalho Psicologia Positiva e Criatividade na Anpepp. Editora associada da Revista Estudos de Psicologia e Revista Iberoamericana de Criatividade e Inovação. Atualmente encontra-se como visiting schoolar na University of California - Berkeley como bolsista Fapesp. Atua principalmente na área de Avaliação Psicológica, Criatividade, Altas Habilidades /Superdotação, Inteligência, Competências Socioemocionais, Psicologia do Esporte e Psicologia Positiva

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Publicado

14/05/2022

Como Citar

SILVA, G. M. da .; SECCO, H. A. .; NAKANO, T. C. . Percepção das atletas do futebol feminino em relação à prática da modalidade no Brasil. Research, Society and Development, [S. l.], v. 11, n. 7, p. e3511729418, 2022. DOI: 10.33448/rsd-v11i7.29418. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/29418. Acesso em: 17 jul. 2024.

Edição

Seção

Ciências Humanas e Sociais