Prevalência de bullying no contexto escolar: um estudo com escolares em um município do Rio de Janeiro

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v11i7.29516

Palavras-chave:

Bullying; Contexto escolar; Prevalência; Violência escolar.

Resumo

O bullying é fenômeno multidimensional que ocorre no universo escolar e caracteriza-se por ações violentas repetitivas e desequilíbrio de poder entre agressor e vítima. Para refletir sobre essa temática, este estudo teve como objetivo investigar a prevalência do bullying em expressões e características do papel de vítima, papel de agressor e em práticas de violência física, comparando os seguintes grupos: estudantes de ambos os sexos, de diferentes idades (grupo I: 9,10 e 11 anos; grupo II: 12, 13 e 14 anos) e tipos de escola (i.e., pública e privada). A amostra foi composta por 325 alunos, sendo meninas (54,2%) e meninos (45,5%), oriundos de escolas públicas (83,4%) e privadas (16,6%), de um município do estado do Rio de Janeiro. O instrumento utilizado para a coleta de dados foi Escala de Bullying de Illinois. Os resultados evidenciaram que os meninos estão mais frequentemente no papel de agressor, bem como são os que mais praticam violência física. Além disso, o grupo etário II se revela no papel de agressor com maior prevalência. Em relação aos tipos de escolas, as três expressões de práticas de bullying são mais frequentes em escolas públicas. Salienta-se a necessidade de ações sociais e educativas focadas na prevenção de comunicação violenta e a promoção da convivência escolar saudável e equilibrada em favor do desenvolvimento integral de toda comunidade escolar.

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Publicado

14/05/2022

Como Citar

HARTH, R. F. .; MARTINS, L. M. D. G. .; YUNES, M. A. M. .; LIMA, R. F. F. . Prevalência de bullying no contexto escolar: um estudo com escolares em um município do Rio de Janeiro. Research, Society and Development, [S. l.], v. 11, n. 7, p. e1511729516, 2022. DOI: 10.33448/rsd-v11i7.29516. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/29516. Acesso em: 23 nov. 2024.

Edição

Seção

Ciências Educacionais