Saúde mental de discentes do ensino superior em um cenário de metodologias ativas de ensino e aprendizagem

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v11i7.29944

Palavras-chave:

Educação Superior; Saúde Mental; Sistema de Aprendizagem em Saúde.

Resumo

Objetivou-se pesquisar a prevalência de sinais e sintomas depressivos dentre os discentes de graduação de cursos na área da saúde, de uma Universidade Federal, com projeto curricular pedagógico baseado em Metodologias Ativas de Ensino Aprendizagem, de um município no interior do nordeste brasileiro. Trata-se de um estudo transversal e observacional, de abordagem analítica, descritiva e quantitativa realizado por meio de questionários semiestruturados autoaplicáveis. Os sujeitos deste estudo foram discentes de graduação matriculados nos oito cursos da área de ciências da saúde. A pesquisa foi realizada entre fevereiro de 2018 a junho de 2019. Os dados quantitativos foram processados por meio do software Excel (Microsoft®) de forma descritiva. As influências centrais do módulo de tutorial foram ansiedade (77%; n=314), alterações de sono (79%; n=323), competitividade (66%; n=271), individualismo (60%: n=244) e estresse (83,7%; n=343); outros módulos obtiveram proporções menores. Cerca de 36% mudariam de instituição de ensino, 44% mudariam de curso; Aproximadamente 31% (n=129) dos discentes apresentava ao menos uma morbidade referida. Problemas Mentais Comuns foram o grupo de morbidade referida mais prevalente (49%; n=63).  O Inventário Beck identificou que 35% (n=143) dos participantes apresentou algum grau de depressão; 2% (n=8) autoavaliou sua saúde como ‘ruim/muito ruim’; 8% (n=33) referiu utilizar medicamentos.  O grupo de substâncias químicas mais frequentemente utilizadas foram os psicofármacos, tendo destaque os medicamentos ansiolíticos (43%; n=18) e antidepressivos (29%; n=12); 45% (n=20) relacionou o uso de medicamentos à entrada na Universidade. Entendemos que uma reflexão institucional, discente e docente sobre a aplicabilidade das metodologias ativas de ensino aprendizagem deve ser considerada.

Biografia do Autor

Luiz Eduardo Oliveira Matos, Universidade Federal de Sergipe

Farmacêutico (2016) pela Universidade Federal de Sergipe (UFS). Residente no Programa Multiprofissional de Pós Graduação em Atenção Hospitalar à Saúde (HUL-UFS/EBSERH). Pesquisador no Núcleo Transdisciplinar de Estudos em Saúde Coletiva (NUTESC)

Marcia Schott, Universidade Federal de Sergipe

Doutora em Educação pela Universidade Estadual de Campinas e Mestre em Saúde Pública pela Escola Nacional de Saúde Pública/FIOCRUZ. Docente no Departamento de Educação em Saúde da Universidade Federal de Sergipe (UFS), campus universitário Professor Antônio Garcia Filho. Pesquisadora no Núcleo Transdisciplinar de Estudos em Saúde Coletiva (NUTESC).

Iana Alves Andrade, Universidade Federal de Sergipe

Graduanda em Fisioterapia pela Universidade Federal de Sergipe (UFS), campus universitário Professor Antônio Garcia Filho.

Renata Jardim, Universidade Federal de Sergipe

Doutora e Mestre em Saúde Pública pela Universidade Federal de Minas Gerais. Docente no Departamento de Educação em Saúde da Universidade Federal de Sergipe (UFS), campus universitário Professor Antônio Garcia Filho. Pesquisadora no Núcleo Transdisciplinar de Estudos em Saúde Coletiva (NUTESC).

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Publicado

24/05/2022

Como Citar

MATOS, L. E. O.; SCHOTT, M.; ANDRADE, I. A. .; JARDIM, R. Saúde mental de discentes do ensino superior em um cenário de metodologias ativas de ensino e aprendizagem. Research, Society and Development, [S. l.], v. 11, n. 7, p. e28811729944, 2022. DOI: 10.33448/rsd-v11i7.29944. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/29944. Acesso em: 26 dez. 2024.

Edição

Seção

Ciências da Saúde