Caracterização da resposta bioquímica de acessos de Coffea canephora quanto a resistência à ferrugem alaranjada
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v11i7.30171Palavras-chave:
Atividade enzimática; Café; Clones; Melhoramento genético.Resumo
Em situações de estresse abiótico ou biótico as plantas tendem a ativar respostas de defesa, sejam estruturais ou bioquímicas. Objetivou-se neste trabalho estudar a interação de clones de Coffea canephora x Hemileia vastatrix, identificar as respostas do hospedeiro na interação de incompatibilidade e de compatibilidade com o patógeno. Para tanto, mudas com 120 dias de idade dos clones da variedade BRS ‘Ouro Preto’ C199, C160 e C125, foram inoculadas com o patógeno (1,5 x 104 uredósporos/mL) e as plantas foram levadas à câmara de inoculação à 25 °C e umidade relativa de 90% por até 168 horas. Os dados foram submetidos à análise de variância e as médias comparadas por teste de Tukey a 1% de significância. Após a quantificação das proteínas totais, é possível observar que nos Clones C199 e C160 a primeira resposta de aumento de teor de proteínas ocorreu após seis horas, sendo o pico máximo de produção ocorrido após 72 horas. E este dispersando-se levemente somente após 120 horas. No clone susceptível, a resposta só ocorreu após 48 horas, sendo este 20% inferior à variedade resistente e não houve um segundo pico de resposta, de produção. Para as atividades de peroxidase e fenilalanina-amônia-liase, o padrão de resposta semelhante foi observado para os clones em estudo, onde uma indução da atividade e a intensidade desta foram maiores nestes clones resistentes. Este resultado sugere que há resposta bioquímica envolvida na resistência à ferrugem e esta deve ser especialmente investigada às 72 horas após a inoculação.
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