Composição nutricional e potencial antioxidante das folhas de Chaya (Cnidoscolus aconitifolius) em diferentes métodos de cocção
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v11i8.30212Palavras-chave:
Plantas Alimentícias Não convencionais (PANC); Flavonoides; Compostos bioativos; Antioxidantes.Resumo
As Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANC), ainda pouco exploradas devido ao desconhecimento de suas propriedades e formas de uso, passaram a ser inseridas no cardápio da população brasileira para obter nutrientes e compostos bioativos que promovam bons efeitos à saúde. Dentre o leque de espécimes temos a Chaya (Cnidoscolous aconitifolius) um vegetal folhoso pouco estudado, que possui alto teor de minerais e vitaminas, além de conter valores proteicos significativos. Sendo assim, o objetivo deste artigo é avaliar a composição nutricional, presença de compostos bioativos e capacidade antioxidante desta PANC fresca e submetidas à diferentes métodos de cocção. O resultado mais significativo de proteína foi encontrado na folha desidratada (25,70 ± 2,10 mg/100g), já a folha branqueada revelou maior quantidade de fenólicos (11,47 ± 1,08 mg/g),e também apresentou 130,44 ± 41,77mg/g de flavonoides, apesar de haver 188,22 ± 25,71mg/g deste nutriente na folha fresca, não há grande perda quando submetida à fonte de calor. Já em relação à capacidade antioxidante, houve redução de 150,45 ± 0,36µM Trolox/g em ABTS na folha branqueada, e 21,42 ± 0,43µM Trolox/g em FRAP na folha fresca, porém quando comparado à folha branqueada houveram perdas mínimas, resultando em 20,57 ± 0,49µM Trolox/g. Foi possível concluir que a os métodos de cocção, visando diminuir os níveis de glicosídeo cianogênico, foram satisfatórios, além de serem resultados semelhantes e até exclusivos quando comparados à literatura, são valores expressivos, principalmente quando intencionamos seu uso na forma de ingredientes adicionais, afim de promover fortificação nutricional e reduzir a oxidação dos alimentos.
Referências
Almeida Callou, K. R. & da Silva, M. C. F. (2016). Biodisponibilidade de Micronutrientes e Compostos Bioativos: Aspectos Atuais. Revista Eletrônica da Estácio Recife [online], 1 (1). https://reer.emnuvens.com.br/reer/article/viewFile/79/27#:~:text=A%20biodisponibilidade%20de%20minerais%2C%20vitamin as,promotoras%20ou%20inibidoras%20d%20absor%C3%A7%C3%A3o.
Almeida, M. E. F., Junqueira, A. M. B., Simão, A. A. & Corrêa, A. D. (2014). Caracterização química das hortaliças não-convencionais conhecidas como ora-pro-nobis. Bioscience Journal [online], 30 (3), 431-439. https://seer.ufu.br/index.php/biosciencejournal/article/view/17555.
Aryouet-Grand, A., Vennat, B., Pouratt, A. & Legret, P. (1994). Standardization of propolis extract and indetification of principal constituents. Journal de Pharmacie de Belgique [online], 49, 462-468. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/7884635/
Azeredo Peres, B. C., Vidal, M. M. R., Gama, L. P., Pires, É. R., Reis, D. L., Silva, M. M. & da Silva, T. T. C. (2021). Oficina culinária como estratégia de articulação entre os movimentos sociais e a comunidade acadêmica para a promoção da alimentação saudável e sustentável: Relato de experiência. Revista Brasileira de Extensão Universitária [online], 12 (2), 179-189. https://periodicos.uffs.edu.br/index.php/RBEU/article/view/11611
Babalola, J. O. & Alabi, O. O. (2015). Effect of processing methods on nutritional composition, phytochemicals, and anti-nutrient properties of chaya leaf (Cnidoscolus aconitifolius). African Journal of Food Science, 9 (12), 560-565. https://doi.org/10.5897/AJFS2015. 1330
Bass, A., Theodoro, H., Minello, L.V., Scur, L., Pansera, M.R. & Sartori, V.C. (2020). Plantas Alimentícias Não Convencionais-PANC: Resgatando a Soberania Alimentar e Nutricional. EDUCS. https://www.ucs.br/site/midia/arquivos/ebook-plantas-alimenticias.pdf
Benzie, I. F. & Strain, J. J. (1996). The ferric reducing ability of plasma (FRAP) as a measure of “antioxidant power”: the FRAP assay. Analytical Biochemistry, 239 (1), 70-76. https://doi.org/10.1006/abio.1996.0292
Amaya, N., Meldrum, G., Padulosi, S., & Cifuentes, R. (2018). Resumen de investigación: Cadena de valor y potencial de mercado de la chaya para fortalecer la resiliencia climática, seguridad nutricional e ingresos en Guatemala. Rome (Italy); Bioversity International [online], 4 p. https://cgspace.cgiar.org/bitstream/handle/10568/98436/Cadena_Amaya_2018.pdf?sequence=1&isAllowed=y
Cerritos Motto, O. E. & Villacorta Cartagena, J. F. (2017). Elaboración de un snack a base de harina de Sorgo (Sorghum bicolor) fortificado com Chaya (Cnidoscolus aconitifolius) como alternativa nutritiva em la agroindustria de El Salvador. REDICCES. http://www.redicces.org.sv/jspui/bitstream/10972/3699/1/0002681-ADTESCE.pdf
Cunniff, P. (1995). Official methods of analysis of AOAC international. Association of Official Analytical Chemists, 16.
García-Rodríguez, R. V., Gutiérrez-Rebolledo, G. A., Méndez-Bolaina, E., Sánchez-Medina, A., Maldonado-Saavedra, O., Domínguez-Ortiz, M. Á. & Cruz-Sánchez, J. S. (2014). Cnidoscolus chaya mansa Mc Vaugh, an important antioxidant, anti-inflammatory and cardioprotect iveplantused in Mexico. Journal of Ethnopharmacology, 151 (2), 937-943. https://doi.org/10.1016/j.jep.2013.12.004
Godínez-Santillán, R. I., Chávez-Servín, J. L., García-Gasca, T. & Guzmán-Maldonado, S. H. (2019). Phenolic characterization and antioxidant capacity of alcoholic extracts from raw and boiled leaves of Cnidoscolus aconitifolius (Euphorbiaceae). Acta Botánica Mexicana, (126). https://doi.org/10.21829/abm126.2019.1493
Guzmán, E. L., González, J. C. C., Flores, M. C., Carrillo, A. S., Pescador, M. G. N. & Cruz, F. J. M. (2021). Effect on hyperglycemia and pâncreas cells of chaya aqueous extracts from two different regions in streptozotocin-induced diabetes rats. Brazilian Journal of Pharmaceutical Sciences, 56(18782). https://doi.org/10.1590/s2175-97902019000418782
Halliwell, B. & Gutteridge, J. M. (2015). Free radicals in biology and medicine. Oxford University Press. https://doi.org/ 10.1093/acprof:oso/9780198717478.001.0001
Herrera Gaibor, C. L. & Pinto Bastidas, R. V. (2020). Aprovechamiento de la hoja de chaya (Cnidoscolus Aconitifolius) para el desarrollo de una línea de vinagretas. Repos. Inst. de la Universidad de Guayaquil [online]. http://repositorio.ug.edu.ec/handle/redug/51331
Jesus Benevides, C. M., Souza, M. V., Souza, R. D. B. & Lopes, M. V. (2011). Fatores antinutricionais em alimentos: revisão. Segurança Alimentar e nutricional, 18(2), 67-79. https://doi.org/10.20396/san.v18i2.8634679
Martinelli, S. S. & Cavalli, S. B. (2019). Alimentação saudável e sustentável: uma revisão narrativa sobre desafios e perspectivas. Ciência & Saúde Coletiva, 24, 4251-4262. https://doi.org/10.1590/1413-812320182411.30572017
Matos Filho, A. M. & Callegari, C. R. (2017). Plantas Alimentícias Não Convencionais-PANCs. Epagri, Boletim Didático [online], 142, 53-53. https://publicacoes.epagri.sc.gov.br/BD/article/view/409
Mena Linares, Y., González Mosquera, D.M., Valido Díaz, A., Pizarro Espín, A., Castillo Alfonso, O. & Escobar Román, R. (2016). Estudio fitoquímico de extractos de hojas de Cnidoscolus chaya mansa Mc Vaugh (Chaya). Revista Cubana de Plantas Medicinales, 21 (4), 1-13. http://scielo.sld.cu/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1028-47962016000400003&lng=es&tlng=es.
Moraes, T. V., Ferreira, J. P. G., de Souza, M. R. A. & Moreira, R. F. A. (2020). Atividade antioxidante e conteúdo de compostos fenólicos do chá do caule da Pereskia Aculeata Miller fresco e armazenado sob congelamento. Research, Society and Development, 9 (5), e34953140. https://doi.org/10.33448/rsd-v9i5.3140
Peisino, M. C. O. (2018). Atividade antioxidante e anti-inflamatória in vitro de plantas alimentícias não convencionais. [Dissertação de mestrao, Universidade Federal de Viçosa], Repositório COLLAB UVV. https://repositorio.uvv.br/handle/123456789/5/browse?type=author&order=ASC&rpp=20&value=Peisino%2C+Maria+Carolina+Oliveira
Pozzebon, J. M. (2021). Cultivo, aspectos nutricionais e aplicação culinária de plantas alimentícias não-convencionais (PANC). [Dissertação de mestrado, Universidade Federal de Santa Maria], Repositório Manancial. http://repositorio.ufsm.br/handle/1/22540
Quintanilla Menjivar, C. I., Serrano Sibrian, F. L., Meléndez Calderón, O. L. & Oviedo Zelaya, R. (2016). Efecto de la alimentación com hojas de Ojushte (Brosimum alicastrum Swartz) y hojas de Chaya (Cnidoscolus chaya mansa) em la ganancia de peso de conejos de engorde de la raza neozelandés. [Tese de doutorado, Universidade de El Salvador], Repos. Inst. de la Universidad de El Salvador. https://ri.ues.edu.sv/id/eprint/10276
Ramírez Rodrigues, M. M., Metri Ojeda, J. C., González Díaz, M. & Baigts Allende, D. K. (2021). Use of Chaya (Cnidoscolous chayamansa) Leaves for Nutritional Compounds Production for Human Consumption. Journal of the Mexican Chemical Society, 65 (1), 118-128. https://doi.org/10.29356/jmcs.v65i1.1433
Ramos‐Gomez, M., Figueroa‐Pérez, M. G., Guzman‐Maldonado, H., Loarca‐Piña, G., Mendoza, S., Quezada‐Tristán, T. & Reynoso‐Camacho, R. (2017). Phytochemical profile, antioxidant properties and hypoglycemic effect of chaya (Cnidoscolus chaya mansa) in Stz‐induced diabetic rats. Journal of Food Biochemistry, 41 (1), e12281. https://doi.org/10.1111/jfbc.12281
Saeed, N., Khan, M. R. & Shabbir, M. (2012). Antioxidant activity, total phenolic and total flavonoid contents of whole plant extracts Torilis leptophylla L. BMC Complementary and Alternative Medicine, 12 (221), 1-12. https://doi.org/10.1186/1472-6882-12-221
Singleton, V. L. & Rossi, J. A. (1965). Colorimetry of total phenolics with phosphomolybdic-phosphotungstic acid reagents. American journal of Enology and Viticulture, 16 (3), 144-158. http://www.ajevonline.org/content/16/3/144.full.pdf+html
Souza, P. V. R. D., Mazzei, J. L., Siani, A. C. & Behrens, M. D. D. D. (2017). Vernonia polyanthes (Spreng.) Less.: uma visão geral da sua utilização como planta medicinal, composição química e atividades farmacológicas. Revista Fitos, 11 (1), 105-115. https://doi.org/10.5935/2446-4775.20170021
Us-Medina, U., Millán-Linares, M. C., Arana-Argaes, V. E., & Segura-Campos, M. R. (2020). Actividad antioxidante y antiinflamatoria in vitro de extractos de chaya (Cnidoscolus aconitifolius (Mill.) I.M. Johnst). Nutrición Hospitalaria, 37 (1), 46-55. https://dx.doi.org/10.20960/nh.02752
Valenzuela Soto, R., Morales Rubio, M. E., Verde Star, M. J., Oranday Cárdenas, A., Preciado-Rangel, P., Antonio González, J. & Esparza-Rivera, J. R. (2015). Cnidoscolus chaya mansa hidropônica orgánica y su capacidad hipoglucemiante, calidad nutraceutica y toxicidad. Revista mexicana de ciencias agrícolas, 6(4), 815-825. https://www.redalyc.org/pdf/2631/263138102012.pdf
Viana, M, Carlos, LA, Silva, EC, Pereira, SM, Oliveira, DB & Assis, ML (2015). Composição fitoquímica e potencial antioxidante de hortaliças não convencionais. Horticultura brasileira, 33, 504-509. https://doi.org/10.1590/S0102-053620150000400016
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Mariana Inêz Gregorio da Silva ; Giovana Seki Cavalheiro Figueiredo de Almeida ; Leticia Jalloul Guimarães ; Ana Luisa Granado Potinatti Alves ; Ingrid Schneider Ferreira Soares ; Milena Zenaide Queiroz Alves ; Marcelo Rodrigo Alves ; Angélica Augusta Grigoli Dominato ; Marilice Zundt Astolphi ; Sabrina Alves Lenquiste
![Creative Commons License](http://i.creativecommons.org/l/by/4.0/88x31.png)
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.