Pessoas desaparecidas no Brasil: utilização do banco de perfis genéticos e estratégias de busca
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v11i8.30305Palavras-chave:
Pessoas desaparecidas; Desaparecimento; Identificação humana; Ensino em saúde.Resumo
Uma importante ferramenta que tem sido empregada para a situação coletiva de desaparecimento de pessoas no Brasil é a Rede Integrada de Bancos de Perfis Genéticos - RIBPG. Este estudo teve como objetivo conhecer a atuação dos laboratórios brasileiros de Genética Forense que integram à RIBPG quanto a esta problemática, bem como as ações utilizadas para esta busca no país e a sua resolutividade. Para isto, foi realizado estudo documental e descritivo com ênfase nas metodologias de busca e na sua eficácia das ações realizadas. Os resultados demonstraram que as estratégias políticas e de gestão desenvolvidas juntamente com a mobilização da sociedade foram perceptíveis para o aumento do número de identificação de pessoas desaparecidas vivas ou mortas, a exemplo da Campanha Nacional de Coleta de DNA de familiares de pessoas desaparecidas. No que se refere à resolutividade das ações, ela se traduziu pelo considerável número de registros de pessoas localizadas após serem implementadas. O estado do Amapá representou como maior destaque entre os laboratórios quanto à contribuição para o Banco de Perfis Genéticos, seguido pelos estados de Pernambuco, Goiás e de Rondônia. Estes dados permitiram concluir a significativa importância da atuação dos laboratórios brasileiros de Genética Forense para identificação de pessoas desaparecidas, apresentando relevante poder de contribuição na resolutividade de suas ações.
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