Percepção de risco entre estudantes de ciências da saúde sobre o uso de substâncias químicas
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v11i7.30325Palavras-chave:
Ensino; Toxicologia; Segurança; Intoxicação; Saúde ocupacional.Resumo
As atividades dos profissionais de saúde prevêem o contato e manuseio constante de agentes químicos. Portanto, o conhecimento sobre o risco químico é essencial para a segurança pessoal tanto no ambiente de trabalho quanto no ambiente de ensino. Esta pesquisa teve como objetivo conhecer a percepção de estudantes da área da saúde sobre os riscos relacionados à presença de produtos químicos em seu ambiente de estudo e/ou trabalho. Trata-se de um estudo descritivo com abordagem quantitativa, realizado em uma instituição privada de Ensino Superior (IES) da cidade de Brasília (Brasil), com estudantes de biomedicina, ciências biológicas e enfermagem, por meio da aplicação de um questionário. Os resultados mostraram que os alunos estão mais preocupados com questões sociais como pedofilia ou intolerância racial do que com a presença de substâncias químicas. A maioria dos estudantes mencionou o câncer como uma questão preocupante, mas a ausência de percepção de risco é observada em questões consideradas pouco preocupantes, como o uso do cigarro. Quanto à periculosidade dos produtos químicos e das atividades profissionais, vacinação, antibióticos, exames de sangue, álcool etílico e iodo foram considerados não perigosos. Embora estes também possam apresentar riscos para a saúde profissional, os resultados mostraram que os alunos não os perceberam como riscos. Os dados obtidos indicam que a maioria dos alunos tem baixo nível de percepção de risco na presença de produtos químicos, e sugere-se que questões sobre toxicologia e biossegurança sejam intensificadas durante o processo de formação acadêmica.
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