Concepções sobre avaliação externa presentes nas narrativas de professores e estudantes: um olhar para o Programa Aprender Valor
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v11i7.30347Palavras-chave:
Educação Financeira; Educação para o consumo; Mercado Educacional; Ensino.Resumo
As avaliações externas e em larga escala, consolidam-se no atual contexto brasileiro com grande influência da globalização e da perspectiva neoliberal. Nesse viés, que no ano de 2020, teve início um novo programa de avaliação, conhecido como Aprender Valor (AV), uma iniciativa do Banco Central do Brasil (BCB), que busca estimular o desenvolvimento de competências e habilidades da Educação Financeira (EF) e Educação para o Consumo (EC) em alunos das escolas públicas brasileiras. Assim, esta pesquisa tem como objetivo analisar as concepções de estudantes e professores do Ensino Fundamental de uma escola do Rio Grande do Sul, sobre o programa AV. O percurso metodológico traçado, parte de uma pesquisa qualitativa, com viés descritivo e exploratório, realizada a partir de um questionário para professores e estudantes que participaram do programa AV. Os dados produzidos foram categorizados, com base na Análise de Conteúdo de Bardin. Os resultados evidenciam concepções distintas sobre o mesmo processo avaliativo, sendo que as categorias representativas das concepções dos estudantes, são: I) Finalidade da avaliação; II) Superficialidade dos conteúdos e III) Preparação para a avaliação. Enquanto que as concepções dos professores sobre o programa, foram categorizadas, como: I) Relevância do Aprender Valor; II) Formação para os docentes e III) Abordagem de conhecimentos sobre Educação Financeira e para o Consumo. Contudo, observou-se que os estudantes não compreendem o papel dessas avaliações e que os professores convivem com uma sobrecarga de projetos/programas sem conseguir apropriar-se das reais intenções dessas propostas.
Referências
Afonso, A. J. (2009). Nem tudo o que conta em educação é mensurável ou comparável: Crítica à accountability baseada em testes estandardizados e rankings escolares. Revista Lusófona de Educação, 13(13), 13–29. https://revistas.ulusofona.pt/index.php/rleducacao/article/view/545
Amestoy, M. B., & Tolentino-Neto, L. C. B. (2020). Políticas de avaliação e os organismos internacionais: uma relação necessária? Revista Cocar, 14(18), 824–837. https://doi.org/10.31792/rc.v14i28
Aprender Valor. (2020). Aprender Valor. https://aprendervalor.caeddigital.net/#!/programa
Banco Central do Brasil. (2022). Banco Central do Brasil. https://aprendervalor.bcb.gov.br/site/aprendervalor
Bardin, L. (2011). Análise de Conteúdo. Edições 70.
Bauer, A., Alavarse, O. M., & Oliveira, R. P. d. (2015). Avaliações em larga escala: uma sistematização do debate. Educação e Pesquisa, 41(spe), 1367–1384. https://doi.org/10.1590/s1517-9702201508144607
Brasil (1997). Secretaria da Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: apresentação dos temas transversais, ética. http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/ttransversais.pdf
Brasil (2019). Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Temas Contemporâneos Transversais na BNCC: contexto histórico e pressupostos pedagógicos. http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/implementacao/contextualizacao_temas_contemporaneos.pdf
Brasil. (2022). Pisa. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira | Inep. https://www.gov.br/inep/pt-br/areas-de-atuacao/avaliacao-e-exames-educacionais/pisa
Dias Sobrinho, J. (2004). Avaliação ética e política em função da educação como direito público ou como mercadoria? Educação & Sociedade, 25(88), 703–725. https://doi.org/10.1590/s0101-73302004000300004
Freitas, L. C. d. (2012). Os reformadores empresariais da educação: da desmoralização do magistério à destruição do sistema público de educação. Educação & Sociedade, 33(119), 379–404. https://doi.org/10.1590/s0101-73302012000200004
Gil, A. C. (2002). Como Elaborar Projetos de Pesquisa (4a ed.). Atlas.
Hojas, V. F., & Manfio, A. (2015). Educação de Qualidade: Concepções da Equipe de Gestão e de Docentes Acerca da Organização do Trabalho na Escola e da Avaliação em Larga Escala. Educação em Revista, 15(01). https://doi.org/10.36311/2236-5192.2014.v15n01.4744
Hypolito, A. M. (2010). Políticas curriculares, Estado e regulação. Educação & Sociedade, 31(113), 1337–1354. https://doi.org/10.1590/s0101-73302010000400015
Janisch, A. B. L., & Jelinek, K. R. (2020). Explorando a educação financeira no ensino fundamental: um estudo de possibilidades a partir das orientações da BNCC. Brazilian Journal of Development, 6(7), 48324–48342. https://doi.org/10.34117/bjdv6n7-468
Kistemann, M. A., Coutinho, C. Q., & Figueiredo, A. F. (2020). Cenários e desafios da Educação Financeira com a Base Curricular Comum Nacional (BNCC): Professor, Livro didático e Formação. Em Teia | Revista de Educação Matemática e Tecnológica Iberoamericana, 11(1). https://doi.org/10.36397/emteia.v11i1.243981
Machado, D., Bueno, D. G., & Monteiro, S. (2019). Um olhar docente sobre os processos de avaliação no contexto escolar. Research, Society and Development, 8(6), e18861032. https://doi.org/10.33448/rsd-v8i6.1032
Perboni, F. (2016). Avaliações externas e em larga escala nas redes de educação básica dos Estados brasileiros / [Text, Presidente Prudente]. http://hdl.handle.net/11449/136441
Rio Grande do Sul. (2021). Escolas da Rede Estadual têm até 31 de julho para aderir ao Programa Aprender Valor do Banco Central. Secretaria da Educação. https://educacao.rs.gov.br/escolas-da-rede-estadual-tem-ate-31-de-julho-para-aderir-ao-programa-aprender-valor-do-banco-central
Rocha, P. D. P. (2020). O dispositivo político educacional das avaliações em larga escala no Brasil e educação em ciências/química: uma análise de produções sobre o Enem nas mídias e em documentos oficiais [Tese de doutorado, Universidade Federal do Rio Grande do Sul]. repositório lume. https://lume.ufrgs.br/handle/10183/212277
Souza, S. C. d., & Simões, M. S. B. (2007). A mercantilização do ensino fundamental: experiências do quase-mercado educacional. Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, 2(1), 81–90. https://doi.org/10.21723/riaee.v2i1.460
Welter, C. B., & Pasini, J. F. S. (2014). Avaliação em larga escala: que avaliação? O que dizem as crianças? In X ANPED SUL (pp. 1–13). UDESC. http://xanpedsul.faed.udesc.br/arq_pdf/1709-0.pdf
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Kélli Renata Corrêa de Mattos; Aline Teresinha Walczak; Riceli Gomes Czekalski; Micheli Bordoli Amestoy; Poliana Antunes da Rosa; Luiz Caldeira Brant de Tolentino-Neto
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.