Ordenamento fundiário dos assentamentos rurais de Conceição do Araguaia – Pará

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v11i8.30838

Palavras-chave:

Projeto de assentamento; Regularização fundiária; Responsabilidade ambiental.

Resumo

A questão agrária brasileira foi construída ao longo da história de cinco séculos por imposição de uma elite, que tinha terras e ditavam as regras com representações políticas na manutenção do poder ao longo de gerações em todo o país, a estrutura fundiária sempre privilegiou a concentração de terras na mão desta elite, nas últimas décadas do século XX, houve o enfrentamento dessa elite com as ocupações dos latifúndios, na busca de uma reforma agrária digna para essas populações de famílias trabalhadoras do campo. O objetivo deste estudo foi entender como foram constituídos os assentamentos rurais dentro do ordenamento fundiário, no aspecto dos conflitos nas disputas das áreas e das responsabilidades ambientais das instituições e dos assentados familiares nos Projetos de assentamentos do munícipio de Conceição do Araguaia (PA). A metodologia da abordagem é qualitativa, com o uso da pesquisa bibliográfica e documental, além de entrevistas semiestruturadas, analisadas com a técnica da Análise de Conteúdo (Enunciação), sendo realizadas com agentes públicos do INCRA, de ATERs, Sindicato de Trabalhadores Rurais e dos próprios assentados familiares que vivenciaram as lutas, conquistas e desafios ao longo dos anos nos assentamentos rurais investigados. O processo de implementação dos assentamentos rurais do município investigado foi desenvolvido a partir de ocupações espontâneas, não foi respeitada as legislações ambientais por grande parte dos beneficiários de imóveis rurais, pois o estado estava ausente nos respectivos assentamentos rurais, havendo negligencia das instituições como INCRA nos atos de orientação e fiscalização das demandas ambientais na região.

Biografia do Autor

Rafael Miranda Arraz, Universidade Federal do Tocantins

Atualmente é professor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará desde 2008. Possui Graduação em Zootecnia pela Universidade Federal Rural da Amazônia (2007). É Especialista em Educação do Campo pela UAB/IFPA (2011). Mestre em Ambiente e Desenvolvimento pela UNIVATES/RS (2015). É Doutorando em Ciências do Ambiente pela UFT/Palmas. Está finalizando o curso de graduação em Direito pela UNIESP/FACT em Colinas do TO. Tem experiência nos cursos de Graduação: Licenciatura em Biologia, Educação do Campo, Agronomia, Gestão Ambiental e Técnico em Agropecuária, atuando principalmente nos seguintes temas: Estágio Supervisionado, Cooperativismo e Associativismo, Gestão e Desenvolvimento Rural, Produção Agropecuária em Assentamentos Rurais, Zootecnia Geral, Ovinocaprinocultura, Educação do Campo, Meio Ambiente e Desenvolvimento regional, Sustentabilidade, Agricultura familiar, Sociologia Rural, Produção animal de ruminantes(Bovinocultura de corte e leite) e não ruminantes(Aves E Suínos), Agroecologia e Direito (Agrário, Fundiário, Ambiental e Penal).

Elineide Eugênio Marques, Universidade Federal do Tocantins

Graduada em Ciências Biológicas (UEM, 1986); mestrado em Ciências Biológicas - Zoologia (UFPR, 1993); e doutorado em Ecologia de Ambientes Aquáticos Continentais (UEM, 1999); pós-doutorado em Gestão Pesqueira na Universidade da Florida (2018). Professora Associada da Universidade Federal do Tocantins. Atua na área de ciências ambientais e ecologia, com ênfase em manejo e conservação de recursos naturais e nos temas: ictiologia; biologia e ecologia de peixes e pesca de água doce; ecologia de reservatórios; impactos socioambientais e econômicos de grandes empreendimentos.

Lucas da Silva Ribeiro, Universidade Federal de Santa Maria

Graduação em Geografia Bacharelado pela Universidade Federal do Tocantins - UFT (2019), Mestre em Geografia pela Universidade Federal de Santa Maria - UFSM (2022). Atualmente é Doutorando pelo Programa de Pós-graduação em Geografia da Universidade Federal de Santa Maria - UFSM. Tem experiência na área de Bacias Hidrográficas, Meio Ambiente, Geoprocessamento, Sensoriamento Remoto e mapeamento de uso e cobertura da terra.

Referências

Alencar, A., Pereira. C; Castro, I; Cardoso, A; Souza, l; Costa, R; Bentes, A. J; Stella, O; Azevedo, A; Gomes, J., & Novaes, R. (2016). Desmatamento nos assentamentos da Amazônia: histórico, tendências e oportunidades. Brasília - DF: IPAM, 93. Disponível em: <https://ipam.org.br/wpcontent/uploads/2016/02/DesmatamentonosAssentamentosdaAmaz%C3%B4nia.pdf>. Acesso em: 16 out. 2020.

Antunes. P.B. (2012). Direito Ambiental – 14 ed. São Paulo: Atlas.

Araújo, F. C. de. Reforma agrária e gestão ambiental: encontros e desencontros. (2006). 242 f. Dissertação (Mestrado) - Universidade de Brasília, Brasília.

Bardin, L. Análise de conteúdo. (2011). São Paulo: Edições 70.

Bergamasco, Sônia Maria Pessoa Pereira. (1997). A realidade dos assentamentos rurais por detrás dos números. São Paulo, Revista Estudos Avançados. v.11, n. 31. p.37-49.

Brasil. Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária. (2020). Ordenamento da Estrutura Fundiária. Normatização administrativa para governança fundiária do Programa Nacional de Reforma Agrária (PNRA). Site oficial do INCRA. Brasília, Publicado em 28 Janeiro 2020. Disponível em: <https://antigo.incra.gov.br/pt/ordenamento-da-estrutura-fundiaria.html>. Acesso em: 11 de abril de 2022.

Brasil. Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária. (2018). Instrução Normativa nº 97, de 17 de dezembro de 2018. Normatiza os procedimentos administrativos para titulação de imóveis rurais em Projetos de Assentamento de Reforma Agrária, criados em terras de domínio ou posse da União, bem como verificação das condições de permanência e de regularização de beneficiário no Programa Nacional de Reforma Agrária (PNRA). Diário Oficial da União, Brasília, Edição 249, Seção 1.

Brasil. Presidência da República. (2006). Lei n° 11.326, de 24 de julho de 2006. Estabelece as diretrizes para a formulação da Política Nacional da Agricultura Familiar e empreendimentos Familiares Rurais. Diário Oficial da República Federativa do Brasil. Disponível em: . Acesso em: 08 de Fev. de 2021.

Brasil. Constituição da República Federativa do Brasil. 1988. Disponível em:< https://www.senado.leg.br/atividade/const/con1988/con1988_15.03.2021/art_225_.asp> . Acesso em: 16 dez. 2021.

Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) (2004) Resolução n° 344, de 25 de março de 2004. Estabelece as diretrizes gerais e os procedimentos mínimos para a avaliação do material a ser dragado em águas jurisdicionais brasileiras, e dá outras providências. Disponível em: <http://www.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=445>. Acesso em: 31 jan. 2021.

Domingues, M. S. Bermann, C. (2012). O arco de desflorestamento na Amazônia: da pecuária à soja. Revista Ambiente e sociedade. vol.15 no.2. São Paulo. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.1590/S1414-753X2012000200002>. Acesso em 18/12/2020.

Farias, M. H. C. S.; Beltrão, N. E. S., Santos, C. A.; Cordeiro, Y. E. M. (2018). Impacto dos Assentamentos Rurais no Desmatamento da Amazônia. Mercator (Fortaleza), v. 17.

Fatorelli, L.; Mertens, F. (2010). Integração de políticas e governança ambiental: o caso do licenciamento rural no Brasil. Ambiente & Sociedade, v. 13, n. 2, p. 401-415.

Franco, M. L. P. B. (2008). Análise de conteúdo. 3.ed. Brasília: Liber Livro Editora, 79 p.

Galvão, C. (2005). Narrativas em Educação. Ciência & Educação. 3° Ed. São Paulo.

Guerra, G. A. D. (2001). O posseiro da fronteira: campesinato e sindicalismo no Sudeste Paraense. Belém: UFPA/NAEA.

Homma, A. K. O. et al. (2002). Os Projetos de Assentamentos no Sudeste Paraense como ciclo de ocupação. In: Congresso Brasileiro de Economia e Sociologia Rural, 40, 2002, p.3 – 4. Passo Fundo, RS. Anais. Brasília: SOBER.

Ianni, O. (1979). A luta pela terra: história social da terra e da luta pela terra numa área da Amazônia. Petrópolis: Vozes.

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE. (2018). Estatística populacional. Rio de Janeiro, Disponível em:http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/contagem2016/contagem_final.pdf>. Acesso em: 28 FEV de 2021.

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE. (2018). Cartografia de Áreas de Assentamento do município de Conceição do Araguaia. Agencia de Conceição do Araguaia – INCRA.

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE. (2021). Superintendência Regional Pará / Marabá - SR 27. (2021). Assentamentos - Informações Gerais. Recuperado de http://painel.incra.gov.br/sistemas/index.php.

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE. (2018). Cartografia de Áreas de Assentamento do município de Conceição do Araguaia. Agencia de Conceição do Araguaia – INCRA.

Little, Paul E. (2002). “Territórios sociais e povos tradicionais no Brasil: por uma antropologia da territorialidade”. Série Antropologia. N° 322. Brasília: DAN/UnB.

Nascimento Soares, J. L. (2008). A organização territorial de assentamentos rurais para atender a legislação ambiental na Amazônia. Campo-Território: Revista de geografia agrária, Uberlândia, V 3.

Oliveira, S. L. D. (2001). Tratado de Metodologia Científica: Projetos de Pesquisas, TGI, TCC, Monografias, Dissertações e teses. 2º ed. São Paulo: Pioneira,

PUPIO, Elizamar Gomes da Silva. Ação local Territorial: Um Estudo em Conceição do Araguaia (PA). 142f Dissertação (Mestrado em Dinâmicas Territoriais e Sociedade na Amazônia). Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (UNIFESSPA), Marabá-PA.

Santos, I. de J. P. (2010). Impactos causados pela bovinocultura de “cortes nos assentamentos de reforma agrária do Maranhão: Segurança Alimentar, Modificação da Paisagem e Transformações. Lisboa: ISA/UTL.

Silva, L. G. e T. e Homma, A. K. O. (2007). Política Agrária e o Desenvolvimento da Agricultura Familiar nos Assentamentos do Sudeste Paraense. Núcleo de Altos Estudos Amazônicos da Universidade Federal do Pará (NAEA-UFPA).

Stedile, J. P. (2011). A questão agrária no Brasil: O debate tradicional –1500-1960. Expressão Popular. 2 ed. São Paulo. 304 p.

Terence, M. F. (2013). Avanços e limites da reforma agrária no sul do Pará: Um estudo a partir do projeto de assentamento Canarana. 2013. 194 f. Dissertação (Mestrado em Geografia Humana) - Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo.

Triviños, A. N. S. (1987). Introdução à pesquisa em ciências sociais: a pesquisa qualitativa em educação. São Paulo: Athas,

Downloads

Publicado

21/06/2022

Como Citar

ARRAZ, R. M. .; MARQUES, E. E. .; RIBEIRO, L. da S. . Ordenamento fundiário dos assentamentos rurais de Conceição do Araguaia – Pará. Research, Society and Development, [S. l.], v. 11, n. 8, p. e35211830838, 2022. DOI: 10.33448/rsd-v11i8.30838. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/30838. Acesso em: 27 set. 2024.

Edição

Seção

Ciências Humanas e Sociais