Estudo farmacoeconômico da adoção de fluxo de controle de antimicrobianos pela farmácia clínica de um hospital universitário
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v11i8.30875Palavras-chave:
Gestão de antimicrobianos; Farmacoeconomia; Resistência a antibióticos.Resumo
Atualmente a resistência aos antimicrobianos trata-se de uma grave ameaça à saúde pública. O aumento na incidência de infecções por organismos multirresistentes a medicamentos tornou-se foco de preocupação no que diz respeito à segurança do paciente em todo o ciclo de cuidado. O objetivo do estudo foi avaliar o impacto da implantação de novo fluxo de dispensação e controle de antimicrobianos em um hospital universitário. Realizou-se um estudo descritivo observacional e retrospectivo com abordagem quantitativa, caracterizado como uma análise farmacoeconômica, em um dos postos de internação do Hospital Universitário (HU) da Universidade Federal do Piauí (UFPI), localizado em Teresina, Piauí. Observou-se redução de consumo em 9 dos 12 antimicrobianos mais prescritos após a implementação do fluxo de dispensação, com exceção apresentada para três antimicrobianos, Ciprofloxacino 2mg/ml, Metronidazol 500mg/100ml e Vancomicina 500mg. Antes da implementação do fluxo, os 12 antimicrobianos mais prescritos implicavam em 93% dos ATB consumidos no hospital, passando a representar apenas 76% após as devidas intervenções farmacêuticas, demonstrando eficiência da metodologia adotada. Os 12 ATM mais prescritos representavam um custo de 98% dos gastos do hospital com antimicrobianos, o que passou a representar apenas 51% dos gastos com estes. A redução dos custos observada no período de 2021 em relação ao de 2020 pode estar diretamente relacionada à atuação dos farmacêuticos do hospital em parceria com as equipes multidisciplinares e CCIH. É evidente a relação entre a farmacoeconomia e o uso racional de antimicrobianos, de modo que o consumo de antimicrobianos afeta diretamente os custos gerados no hospital.
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