Agregação de valor ao pescado: Análise sensorial de pescados enlatados em salmoura e em forma de patê
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v11i9.31057Palavras-chave:
Piavuçu; Lambari; Propriedades organolépticas; Tilápia; Tucunaré.Resumo
Na industrialização do pescado, o processo de resfriamento e congelamento em entrepostos, no transporte e armazenagem até chegar aos consumidores possui elevado custo, o que encarece o produto final. Algumas espécies de peixes inclusive possuem baixo valor comercial, o que impede sua produção por meio do processamento industrial. Com a finalidade de analisar uma possível alternativa para agregar valor ao pescado e possibilitar o acesso de algumas espécies de peixes ao mercado de pescado industrializado, este trabalho avaliou a qualidade apresentada por pescados enlatados de quatro espécies de peixes de água doce: tilápia (Oreochromis niloticus); tucunaré (Cichla ocellaris); piavuçu (Leporinus macrocephalus), e o lambari (Astyanax altiparanae), tanto preparados em salmoura como em forma de patê. Foram utilizadas 24 latas de 270 gramas destes pescados enlatados e realizadas análises bromatológicas, microbiológicas e sensoriais. A análise sensorial foi realizada por 35 provadores, que atribuíram notas de 1 a 9 para os atributos organolépticos, como aparência, aroma, sabor, cor, consistência e impressão global. Os dados foram submetidos em diversas análises estatísticas, tais como: Análise de Variância (ANOVA), Análise de Componentes Principais (PCoA), Análise Variância Permutacional (PERMANOVA). A qualidade bromatológica e microbiológica mostrou produtos dentro dos parâmetros legais, e os resultados indicaram maior preferência pelos pescados na forma de patê e uma boa aceitação dos enlatados em salmoura de piavuçu, tilápia e tucunaré. As análises de intenção de compra dos enlatados acompanharam o teste sensorial, apresentando melhores intenções de compra para os enlatados em forma de patê, e uma boa intenção de compra para os enlatados de tucunaré, piavuçu e tilápia. Conclui-se que o aproveitamento do pescado enlatado em salmoura pode constituir uma alternativa viável para agregar valor ao pescado sem necessidade de refrigeração, bem como a elaboração de patê de produtos enlatados pode possibilitar a agregação de valor e elaboração de uma diversidade de produtos de fácil preparo.
Referências
Association of Official Analytical Chemistry - AOAC. (2005). Official methods of analysis of the AOAC. 18 ed. Gaithersburg.
Barroso, R. M., Munõz, A. E. P., Tahim, E. F., Webber, D. C., Albuquerque Filho, A. da C., Pedrosa Filho, M. X., Tenório, R. A., Carmo, F. J. do., Barreto, L. E. G. de S., Muehlmann, L. D., Silva, F. M. & Hein, G. (2018). Diagnóstico da cadeia de valor da tilapicultura no Brasil. Brasília: Embrapa, 181p. 2018.
Caldas, K. D. P., Santos, P. R. B. & Atayde, H. M. (2018) Patê de peixe usando resíduos da indústria pesqueira amazônica: produção e aceitação. Revista Ibero-Americana de Ciências Ambientais, v. 9, n.6, p. 188-198, 2018.
Cardoso, D. A. (2015). Desenvolvimento de hambúrguer de piavuçu (Leporinus macrocephalus) adicionado de proteína texturizada de soja. Dissertação. Programa de Pós-Graduação em Ciência Animal. Universidade Federal de Mato Grosso. 48f.
Cavalcanti, J. M. M., Avelar, E. A., do Amaral, F. R. C. B. & Freitas, K. A. (2021). O Mar Não Está Para Peixe: Análise de Custos Incrementais na Pandemia. Revista de Administração Contemporânea, 25(spe).
Dutcosky, S. D. (2007). Análise sensorial de alimentos. Curitiba: Editora Universitária Champagnat.
Dutcosky, S.D. (2011). Análise sensorial de alimentos. 3rd ed. Curitiba, PR: Champagnat. 426 p.
Dutra, F. M., Machado, W. J., Caetano, M. S. & Gobbo, A. (2012). Avaliação sensorial do processamento em conserva, utilizando-se as espécies: tilápia (Oreochromisniloticus), lambari (Astianaxspp) e pacu (Piaractusmesopotamicus). Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, 14(3). p. 239-244.
Evangelista, J. (200). Tecnologia de Alimentos. São Paulo: Editora Varela.
Feiden, A., Napoli, M. A. dos S. de., Macedo, H. R., Chidichima, A. C., Corrêia, A. F. & Grandi, A. M. de. (2022). Consumption and use of water in freshwater fish slaughterhouses. Research, Society and Development, 11(6), e55511629360. https://doi.org/10.33448/rsd-v11i6.29360
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE. (2021a). Produção da Pecuária Municipal. p.1-8. Rio de Janeiro. Disponível em: https://www.ibge.gov.br/estatisticas. Acesso em 15 maio de 2022.
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE. (2021b). Pesquisa pecuária municipal. Tabela 3940 – Produção da aquicultura, por tipo de produto - 2021. Disponível em: https://sidra.ibge.gov.br/tabela/3940. Acesso em 10 de fevereiro de 2022.
Kazhibayeva, G., Issaeva, K., Mukhamejanova, A., Khayrullin, M., Kulikov, D., Lebedeva, N.Gribkova, V. & Rebezov, M. (2019). Development of formulation and production technology of fish pate for therapeutic and prophylactic purposes. International Journal of Engineering and Advanced Techonology. 8.
Laso, J., García-Herrero, I., Margallo, M., Vásquez-Rowe, I., Fullana, P., Bala, A., GAzulla, C., Irabien, A. & Aldaco, R. (2018). Finding and economic and environmental balance in value chains based on circular economy thinking: an eco-efficiency methodology applied to the fish canning industry. Resources, Conservation & Recycling, 133. pages 428-437.
Moraes, I. V. M. (2008). Dossiê técnico: tecnologia do pescado.
Oetterer, M. (2002). Industrialização do pescado cultivado. Guaíba: Agropecuária, 200p.
R Core Team (2021). R: A language and environment for statistical computing. R Foundation for Statistical Computing, Vienna, Austria. URL https://www.R-project.org/.
Scarparo, A. L. S. & Bratkowski, G. R. (2017). Manual para aplicação dos testes de aceitabilidade no Programa Nacional de Alimentos Escolar (PNAE). Ministério da Educação e Cultura - MEC. 2ª ed. Brasília.
Silva, N., Junqueira, V. C. A. & Silveira, N. F. A. (1997). Manual de Métodos de Análise Microbiológica de Alimentos. São Paulo: Livraria Valera.
Silva, T. S. & Piana, P. A. (2020). Production of tilapia in biofloc with different salt conditions: an evaluation of body composition and organoleptic properties. Boletim do Instituto de Pesca, 46(1). DOI: 10.20950/1678-2305.2020.46.1.537.
Szenttamásy, E. R., Barbosas, M. V. B. Oetterer, M. & Moreno, I. A. M. (1993). Tecnologia do pescado de água doce: aproveitamento do pacu (Piaractus mesopotamicus). Scientia Agricola, 50(2).
Tangkanakul, P., Auttaviboonkul, P., Tungtrakul, P., Ruamrux, M., Hiraga, C., Thaveesook, K. & Yunchalad, M. (2005). Utilization of fish flour in canned concentrated seasoning stock for Thai foods preparation. Kasetsart Journal (Natural Science) (Thailand), 39(2). ISSN 0075-5192. p. 308-318.
Teixeira, L. V. (2009). Análise sensorial na indústria de alimentos. Revista do Instituto de Laticínios Cândido Tostes. 64 (366), p. 12-21.
Vieira, R. H. S. F. (2004). Microbiologia, higiene e qualidade do pescado. São Paulo: Varela.
Zanini, K. R. P., Kunick, L. & Leonhardt, G. (2011). Contribuição ao emprego do modelo de difusão na otimização do processamento térmico de alimentos enlatados. Acta Scientiarum Technology. 33(3), p. 343-349.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Bruna Alessandra Von Dentz; Ana Maria da Silva; Humberto Rodrigues Macedo; Leonan Coelho da Costa; Fabio Bittencourt; Altevir Signor; Wilson Rogério Boscolo; Arlindo Fabrício Corrêia; Aldi Feiden
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.