Caracterização química de morangos orgânicos congelados e embalados em alumínio
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v9i5.3115Palavras-chave:
Fragaria x ananassa Duch; Armazenamento; Conservação pós-colheita; Compostos fenólicos; Vitamina C.Resumo
O fruto do morangueiro é muito sensível e facilmente danificado quando manuseado in natura, gerando assim grandes perdas na pós-colheita, tanto comerciais como nutricionais. Assim, torna-se necessário o aprimoramento de tecnologias para otimizar o armazenamento, visando minimizar perdas nutricionais e sensoriais e que mantenham a integridade organoléptica do produto. Com o presente trabalho objetivou-se avaliar as características químicas de frutos inteiros e processados de morangueiro, cultivados em sistema orgânico, acondicionados em diferentes embalagens sob congelamento por 105 dias. Foram avaliados quatro tratamentos (polpa com embalagem plástica transparente; polpa com embalagem plástica envolta em alumínio; fruto inteiro com embalagem plástica transparente; fruto inteiro com embalagem plástica envolta em alumínio). Os frutos foram analisados em relação aos teores de sólidos solúveis, acidez titulável, compostos fenólicos, relação SS/AT e ácido ascórbico. A acidez titulável apresentou redução a partir dos 21 dias de armazenamento para frutos inteiros e a partir dos 42 dias, quando envolto em alumínio. O teor de sólidos solúveis também diminuiu em decorrência do armazenamento, sendo mais pronunciado nos frutos inteiros, envolto com alumínio. O ácido ascórbico e a relação SS/AT apresentaram decréscimo para todos os tratamentos a partir do congelamento, porém se mantendo estável por todo o período de armazenamento. Os compostos fenólicos aumentaram ao longo do período de congelamento, tanto na polpa quanto no fruto, com uso ou não de alumínio como envoltório na embalagem. De forma geral, o congelamento se mostrou apropriado para manutenção das propriedades químicas dos frutos de morangueiro. A polpa como forma de armazenamento, manteve as propriedades químicas do fruto. Para a maioria das características analisadas, a folha de alumínio não contribuiu de forma significativa para manutenção ou melhoria das propriedades químicas da polpa/frutos, quando congelados.
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