Monumentos de barbárie: lugares de memória e suas lembranças esquecidas
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v11i9.31477Palavras-chave:
Walter Benjamin; Memória; Experiência; Sigmund Freud; Pierre Nora.Resumo
O presente artigo busca, a partir de uma revisão bibliográfica de autores como Sigmund Freud, Pierre Nora e, em especial, Walter Benjamin, analisar a constante presença de monumentos históricos nas vidas de não negligenciável parcela da população. Para tanto, encarar-se-ão os monumentos em questão como lugares de memória, isto é, como espaços em que as rememorações de determinada esfera social foram consignadas. A partir da supracitada forma de enxergar os palácios, obeliscos, praças e demais monumentos, o texto procura demonstrar que estes acabam por representar uma história amplamente excludente, que desconsidera inúmeros grupamentos de suma importância para o meio social. Como exemplificação da abordagem desenvolvida, o artigo analisa a cidade de Petrópolis, frequentemente vista como “a única cidade imperial das Américas” e/ou como “a cidade do colono alemão”, ambas visões deturpadas que acabam por excluir da rica história do local os demais grupamentos (imigrantes italianos, portugueses e, especificamente, os negros escravizados, entre outros) que participaram da construção da cidade.
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