Mulheres, Abelhas e Sustentabilidade: O caso de um curso de meliponicultura
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v11i9.31807Palavras-chave:
Meio ambiente; Meliponicultura; Sociedade; Manejo de abelhas nativas.Resumo
Cursos de meliponicultura podem ser uma forma eficiente de apresentar uma atividade sustentável, com potencial para transformar-se em fonte de renda complementar e um momento de autoconhecimento e reflexão social para mulheres. Relatamos aqui a experiência de desenvolvimento de um projeto de inclusão feminina usando como mote “abelhas sem ferrão”, que envolveu desde a criação de um grupo multidisciplinar, até o desenvolvimento da metodologia e do material didático, identificação do público-alvo (mulheres prioritariamente agricultoras e em situação de risco) e a sua efetivação. Foram matriculadas 22 mulheres e o curso durou três meses (40 h). O curso foi oferecido online, devido à pandemia de COVID-19, com auxílio financeiro às alunas mais carentes. Foi dividido em 5 módulos de 8 h: 1. “O animal mais importante da Terra”. 2. “A História da relação entre o ser humano e as abelhas”. 3. “A relação entre as abelhas e as flores". 4. “Criação de abelhas nativas” e 5. “Manejo de abelhas sem ferrão”. Foram discutidos tanto temas relacionados à biologia e ao manejo de abelhas como aspectos psicossociais. Os resultados sugerem que cursos de este tipo podem ser uma ótima via para inclusão de mulheres na sociedade, tanto pelo autoconhecimento, valorização da sua história e ambiente, como pelo conhecimento sobre uma atividade de renda complementar. O desenvolvimento de cursos de meliponicultura deve ser estimulado em comunidades em todo o Brasil, inclusive naquelas em que se pretende ressaltar o papel da mulher na sociedade e na qualidade de vida e do meio ambiente.
Referências
Ascher, J. S. & Pickering, J. (2020) Discover Life bee species guide and world checklist (Hymenoptera: Apoidea: Anthophila). https://www.discoverlife.org/mp/20q?guide=Apoidea_species.
Ballester, W. C. (2006). Conhecimento dos índios Kaiabi sobre abelhas sem ferrão no Parque Indígena do Xingu, Mato Grosso, Brasil (Doctoral dissertation, Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-Graduação em Agricultura Tropical da Universidade Federal de Mato Grosso).
Ballivián, J. M. P. P. (2008). Abelhas nativas sem ferrão. Oikos, 128.
Brasil (1994) Decreto Legislativo no 2, de 3 de fevereiro de 1994. Aprova o texto da Convenção sobre Diversidade Biológica. Diário do Congresso Nacional (Seção II) Brasília, DF, 8, pp. 500-510.
Camargo, J. M. F. & Posey, D. A. (1990). O conhecimento dos Kayapó sobre as abelhas sociais sem ferrão (Meliponinae, Apidae, Hymenoptera): Notas adicionais. Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi, Série Zoologia, 6(1), 17-42.
Devillers, J. & Pham-Delègue, M. (2018). Honey Bees: Estimating the Environmental Impact of Chemicals. Editora Taylor & Francis Inc, 29 West 35th Street, New York, NY 10001. 348p.
Diegues, A. C. (Org.). Os saberes tradicionais e a biodiversidade no Brasil. São Paulo: MMA/COBIO/NUPAUB/USP, 2000. 211 p. Pedro, SRM (2014). A Fauna das Abelhas Sem Ferrão no Brasil (Hymenoptera: Apidae). Sociobiologia, 61 (4), 348-354.
Lopes, Rita de Cássia Sobreira, Prochnow, Laura Pithan & Piccinini, Cesar Augusto. A relação da mãe com suas figuras de apoio femininas e os sentimentos em relação à maternidade. Psicologia em Estudo. 2010, 15(2), 295-304.
Minayo, M. C. S. (Org.). Pesquisa social: teoria, método e criatividade. Vozes, 2001
Nogueira Neto, P. (1997). Vida e criação de abelhas indígenas sem ferrão (No. 595.799 N778). Nogueirapis.
Oliveira, W. J. D. S. (2020). Etnobiologia das abelhas nativas do Brasil nas etnias Kaiabi, Kayapó, Xavante e Guarani (revisão bibliográfica). Repositório da Pontifícia Universidade Católica – Goiás –em //repositorio.pucgoias.edu.br/jspui/
Pecioli, P. F. O., Garcia, G..H, Nascimento, L.F., Lara, L. H. P., Diniz, J. H., Souza-Gessner, C. S. & Jarduli, L. R abelhas sem ferrão: a importância da polinização para os ecossistemas. http://www.cic.fio.edu.br/anaisCIC/anais2020/pdf/03.10.pdf
Rauber, T. A & Ciriato, A. (2011). Meliponicultura e seus desafios: Proposta de uma nova alternativa com sustentabilidade. UNOESC-SMO.
Ribeiro, M. F., Pereira, F. M, Lopes, M. T. R, Meirelles, R. N. Cap.10. Apicultura e meliponicultura. In: Melo, R. F. de, Voltolini, T. V. (Ed.). Agricultura familiar dependente de chuva no Semiárido. Brasília, DF, Embrapa, 2019.
Rodrigues, A. D. S. (2005). Etnoconhecimento sobre abelhas sem ferrão: saberes e práticas dos índios Guarani M'Byá na Mata-Atlântica (Doctoral dissertation, Universidade de São Paulo).
Silva, L. (2014). Por uma leitura sociotécnica da história da criação de abelhas no Brasil: análise à luz da Social Construction of Technology (SCOT) Mosaico Social - Revista do Curso de Ciências Sociais da UFSC. Ano XII, n. 07.
Silveira, Fernando, Melo, Gabriel & Almeida, Eduardo. (2002). Abelhas Brasileiras: Sistemática e Identificação.
Sivolella, R. F. “Somos todas Terezas”: a (re) inclusão feminina e a igualdade de gênero na sociedade e na política. Informativo Migalhas, 1, 1-1, (2020). https://www.migalhas.com.br/depeso/336064/somos-todas-terezas----a--re--inclusao-feminina-e-a-igualdade-de-genero-na-sociedade-e-na-politica
Teixeira, I. R. V., Luz, C., & Barchuk, A. R. (2022). Cap. 10. Educação por meio de zumbidos: Utilização de Abelhas e Flores como uma alternativa de práticas educativas em vários saberes. In: Refletindo sobre educação, saúde e sono. Org. Valle L.H.R e outros. Ed Estância. São Paulo, SP Brasil. 366p.
Villas-Bôas, J. K. (2018) Manual Tecnológico de Aproveitamento Integral dos Produtos das Abelhas Nativas Sem Ferrão. Brasília – DF. Instituto Sociedade, População e Natureza (ISPN). (2a ed.). Brasil.
Villas-Bôas, J. Manual Tecnológico: Mel de Abelhas sem Ferrão. Brasília – DF. Instituto Sociedade, População e Natureza (ISPN). Brasil, 2012.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Isabel Ribeiro do Valle Teixeira; Gleycon Velozo da Silva; Isabela Cristina da Silva Leite; Laura Oliveira; Luis Claudio Marques; Angel Roberto Barchuk
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.