Perfil motivacional de licenciandos em química na perspectiva sociocognitivista: considerando gênero e programas institucionais

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v11i9.31942

Palavras-chave:

Motivação; Teoria da Autodeterminação; Formação de Professores de Química; Ensino.

Resumo

Este estudo teve por finalidade analisar o perfil motivacional de licenciandos em Química na cidade de Manaus considerando fatores como gênero e participação em programas institucionais. Para tanto, adotamos a abordagem mista de pesquisa que possibilita o diálogo e integração entre dados quantitativos e qualitativos. A pesquisa contou com a participação de 58 estudantes de duas instituições federais de nível superior. Os dados foram coletados mediante aplicação de um questionário formado por itens que avaliavam diferentes níveis motivacionais propostos pela Teoria da Autodeterminação. Além disso, empregamos entrevista semiestruturada buscando compreender melhor os fatores que influenciaram no perfil motivacional dos participantes. Em relação ao questionário, os dados foram tratados a partir de estatística descritiva e inferencial, enquanto os discursos foram analisados de acordo com os pressupostos da Análise Textual Discursiva. Os resultados evidenciaram um perfil motivacional pouco autodeterminado com médias mais elevadas para itens que avaliavam a motivação extrínseca por regulação introjetada. A partir dessa compreensão é possível desenvolver estratégias e ações que favoreçam a permanência no curso, bom desempenho e bem-estar nos contextos de formação. Dessa maneira, esperamos que esta pesquisa possa contribuir para promover discussões acerca da importância da motivação na formação de professores de química.

Biografia do Autor

João Bosco Paulain Santana Júnior, Universidade Federal do Amazonas

Possui graduação em Licenciatura em Química e Mestrado em Ensino de Química pela Universidade Federal do Amazonas (Ufam) - ênfase no estudo da Motivação para a Aprendizagem no Ensino Médio. Atualmente, cursa o doutorado pelo Programa de Pós-Graduação de Química da Ufam com ênfase no estudo da motivação para a aprendizagem no Ensino Superior e atua como Professor Mestre da Secretaria de Estado da Educação do Amazonas (SEDUC/AM), ministrando a disciplina de Química e atuando como professor-orientador do Projeto Cultura Digital. Tem experiência na área de Química no estudo eletroquímico para a detecção de metais a partir de eletrodos de diamante dopado com Boro.

Sidilene Aquino de Farias, Universidade Federal do Amazonas

Possui graduação em Bacharelado e Licenciatura em Química, mestrado em Química de Produtos Naturais pela Universidade Federal do Amazonas (UFAM). É doutora em Ciências (área de concentração: Química) pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). Atualmente é Professora Associada I da Universidade Federal do Amazonas. Atua, principalmente, no Curso de Licenciatura em Química ministrando disciplinas dos eixos curriculares Estágio Curricular e Prática como Componente Curricular. Já coordenou o subprojeto Química na Residência Pedagógica, no período de 2018 a 2020. Em relação a pesquisa e orientação, está credenciada no Programa de Pós-Graduação em Química, linha de pesquisa Ensino de Química. Possui experiência na administração como coordenadora de cursos de graduação e pós-graduação. Tem experiência na área de Química, com: cromatografia, separação e identificação de classes lipidicas, ácidos graxos (peixes e oleos vegetais), análise de combustíveis. Atualmente desenvolve pesquisas na área de Educação Química, principalmente nos seguintes temas: formação de professores de Ciências, ensino médio, materiais didáticos e experimentação no ensino.

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Publicado

15/07/2022

Como Citar

SANTANA JÚNIOR, J. B. P.; FARIAS, S. A. de. Perfil motivacional de licenciandos em química na perspectiva sociocognitivista: considerando gênero e programas institucionais . Research, Society and Development, [S. l.], v. 11, n. 9, p. e43211931942, 2022. DOI: 10.33448/rsd-v11i9.31942. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/31942. Acesso em: 27 nov. 2024.

Edição

Seção

Ciências Educacionais