Caracteres macromorfoscópicos do crânio e sua aplicação para a estimativa da ancestralidade em populações contemporâneas da América: revisão sistemática
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v11i9.32103Palavras-chave:
América; Anatomia; Antropologia Forense; Crânio.Resumo
A identificação humana pode encontrar desafio quando da presença de corpos em avançado estado de decomposição – requerendo a reconstrução de um perfil biológico da vítima. Este estudo investigou quais caracteres morfológicos do crânio são mais utilizados para se estimar a ancestralidade em populações contemporâneas das Américas. Um protocolo de revisão sistemática foi registrado na base Open Science Framework e seguiu as recomendações do manual Joanna Briggs Institute. Buscou-se estudos macromorfoscópicos acerca da ancestralidade do crânio humano em populações americanas. Foram excluídos estudos arqueológicos, estudos em ossadas de indivíduos não adultos, e estudos com análises métricas ou genéticas. Sete bases de dados (MedLine via PubMed, Scopus, Embase, LILACS, BBO, SciELO e Web of Science) foram pesquisadas como fontes primárias de busca. As bases ProQuest, Google Acadêmico e OpenGrey foram utilizadas para capturar parcialmente a “literatura cinzenta”. Dois revisores de elegibilidade coletaram de maneira independente os dados e avaliaram o risco de viés. A síntese qualitativa foi realizada de maneira descritiva/narrativa. Foram encontrados inicialmente 4.526 registros. Seis estudos foram selecionados para a síntese qualitativa. Os estudos foram publicados entre 2010 e 2020 e realizados nos Estados Unidos da América, Canadá e Colômbia. Os estudos elegíveis indicaram como características morfológicas cranianas mais frequentemente estudadas para se estimar a ancestralidade a Espinha Nasal Anterior (ANS), a Largura Interorbital (IOB), a Largura da Abertura Piriforme/Nasal (NAW), o Sobrecrescimento dos Ossos Nasais (NO) e a Depressão Pós-bregmática (PBD). Tais estruturas são em sua maioria abordadas no método antropológico proposto por Hefner em 2009.
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