Avaliação e manejo dos efeitos adversos do tratamento quimioterápico pediátrico: revisão integrativa

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v11i10.32131

Palavras-chave:

Criança; Adolescentes; Sintomas; Neoplasias; Enfermagem.

Resumo

A principal terapia para o tratamento do câncer infantojuvenil é a quimioterapia e seus efeitos adversos mais frequentes são: dor, fadiga, apatia, perda do apetite, emagrecimento, alopecia, hematomas, sangramentos, mucosite, náuseas, entre outros. E o objetivo do trabalho foi identificar na literatura a atuação do enfermeiro frente aos efeitos adversos mais comuns do tratamento quimioterápico pediátrico e para isso, realizou-se uma revisão integrativa da literatura, no período de janeiro de 2010 a fevereiro de 2022, sendo incluídos 21 produções na íntegra. A quimioterapia promove uma série de transformações para crianças e adolescentes, físicas, emocionais e em suas rotinas. Os estudos mostram que aproximadamente 80% desses pacientes apresentaram sintomas que classificam como grave e muito grave. A dor é comum e persistente, e foi o sintoma mais abordado dentre os estudos, seguida da fadiga. A longa jornada de tratamento faz com que o enfermeiro tenha a missão de encorajar e auxiliar os pacientes e seus familiares a superarem as adversidades, e promover a observância e continuidade do tratamento, orientando boas práticas para lidar com os eventos adversos, despertando uma sensação de conforto e segurança. Todos os efeitos adversos do tratamento quimioterápico podem ser adequadamente manejados pelos profissionais da enfermagem visando proporcionar um tratamento menos traumático, com controle e alívio dos sintomas de forma farmacológica ou por meio de terapias alternativas, e promovendo apoio emocional às famílias.

Biografia do Autor

Fernanda Machado Silva-Rodrigues, Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo

RN, PhD. Professor de Enfermagem Pediátrica na Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, São Paulo, Brasil. Sou membro do Comitê de Pesquisa e Prática Baseada em Evidências da Associação de Enfermagem Pediátrica e Hematológica de Oncologia (APHON). Meus interesses de pesquisa são Enfermagem Oncológica Pediátrica; manejo de sintomas durante o tratamento do câncer; quimioterapia; necessidades das famílias durante o câncer infantil; o impacto do câncer infantil na dinâmica familiar; dor pediátrica; enfermagem em oncologia e hematologia.

Referências

Arslan, F. T. & Basbakkal, K. M. (2013). Quality of Life and Chemotherapy-related Symptoms of Turkish Cancer Children Undergoing Chemotherapy. Asian Pacific Journal of Cancer Prevention. 14(3): 1761-1768. doi: 10.7314/APJCP.2013.14.3.1761

Azevedo, D. M., Nascimento, V. M., Azevedo, I. C., Cavalcanti, R. D. & Sales, L. K. O. (2014). Assistência de enfermagem à criança com dor: avaliação e intervenções da equipe de enfermagem. Revista Brasileira de Pesquisa em Saúde. 16(4): 23-31. https://periodicos.ufes.br/rbps/article/view/11170

Baggott, C. R.; Dodd, M.; Kennedy, C.; Marina, N.; Matthay, K. K. & Miaskowski, B. C. C. (2011). An evaluation of the factors that affect the health-related quality of life of children following myelosuppressive chemotherapy. Support Care Cancer. 19(3): 353-61. DOI: 10.1007/s00520-010-0824-y

Baggott, C.; Dodd, M.; Kennedy, C.; Marina, N.; Matthay, K. K.; Cooper, B. A. & Miaskowski, C. (2010). Changes in Children’s Reports of Symptom Occurrence and Severity During a Course of Myelosuppressive Chemotherapy. Journal of Pediatric Oncology Nursing. 27(6): 307–315. doi: 10.1177/1043454210377619

Brasil a. (2021). Câncer infantojuvenil. Instituto Nacional de Câncer - Ministério da Saúde. https://www.inca.gov.br/tipos-de-cancer/cancer-infantojuvenil

Brasil b. (2021). 15/02 – Dia Internacional do Câncer na Infância. Ministério da Saúde. https://bvsms.saude.gov.br/15-02-dia-internacional-do-cancer-na-infancia/

Brasil c. (2021). OPAS pede maior acesso ao diagnóstico e tratamento para crianças e adolescentes com câncer na América Latina e no Caribe. Representação da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e da Organização Mundial da Saúde (OMS) no Brasil. https://www.paho.org/pt/noticias/16-9-2021-opas-pede-maior-acesso-ao-diagnostico-e-tratamento-para-criancas-e-adolescentes

Cheng, K. K. F.; Lee, V.; Li, C. H.; Goggins, W.; Thompson, D. R.; Yuen, H. L. & Epstein, J. B. (2011). Incidence and risk factors of oral mucositis in paediatric and adolescente patients undergoing chemotherapy. Oral Oncology. 47(3): 153–162. DOI: 10.1016/j.oraloncology.2010.11.019

Cheng, K. K. F.; Lee, V.; Li, C. H.; Yuen, H. L.; Ip, W. Y.; Ele, H. G. & Epstein, J. B. (2013). Impact of oral mucositis on short-term clinical outcomes in paediatric and adolescent patients undergoing chemotherapy. Support Care Cancer. 21(8): 2145–2152. DOI: 10.1007/s00520-013-1772-0

Cheng, K. K. F. & Tan, L. M. L. (2021). Pilot Study of the Effect of a Home-Based Multimodal Symptom-Management Program in Children and Adolescents Undergoing Chemotherapy. Cancer Rep (Hoboken). 4(3): e1336. DOI: 10.1002/cnr2.1336

CicognaI, E. C.; Nascimento, L. C. & Lima, R. A. G. (2010). Crianças e adolescentes com câncer: experiências com a quimioterapia. Revista Latino-Americana de Enfermagem. 18(5): 1-9. DOI: 10.1590/S0104-11692010000500005

Duran, J.; Bravo, L.; Torres, V.; Craig, A.; Heidari, J.; Adlard, K.; Secola, R.; Granados, R. & Jacob, E. (2020). Quality of Life and Pain Experienced by Children and Adolescents With Cancer at Home Following Discharge From the Hospital. Journal Pediatric Hematology Oncology. 42(1): 46–52. DOI: 10.1097/MPH.0000000000001605

Fraga, M. M.; Terreria, M. T.; Azevedoa, R. T.; Hilárioa, M. O. E. & Len, C. A. (2019). Percepção e enfrentamento da dor musculoesquelética. Revista Paulista de Pediatria. 37(1): 11-19. DOI: 10.1590/1984‑0462/;2019;37;1;00006

Gonzalez, V. G.; Williams, P. D.; Williams, A. D.; Pharm, E. P. & Colon, G. (2016). The symptom experiences of Puerto Rican children undergoing cancer treatments and alleviation practices as reported by their mothers. International Journal of Nursing Practice. 23(1): 1-8. DOI: 10.1111/ijn.12500

Guimarães, C. A.; Dellazzana-Zanon, L. L. & Enumo, S. R. F. (2021). Enfrentamento materno do câncer pediátrico em quatro fases da doença. Pensando Famílias. 25(2): 81-97. http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1679-494X2021000200007

Heumann, S. & Cavalcante, L. I. C. (2018). Rotinas de crianças e adolescentes em acolhimento institucional: estudo descritivo. Arquivos Brasileiros de Psicologia. 70(2): 22-37. http://pepsic.bvsalud.org/pdf/arbp/v70n2/03.pdf

Hooke, M. C.; Garwick, A. W. & Gross, C. R. (2011). Fatigue and physical performance in children and adolescents receiving chemotherapy. Oncology Nursing Forum. 38(6): 649-657. DOI: 10.1188/11.ONF.649-657

Hooke, M. C.; McCarthyc, K.; Taylor, O. & Hockenberry, M. J. R. (2015). Fatigue and carnitine levels over multiple cycles of chemotherapy in children and adolescents. European Journal of Oncology Nursing. 19(1): 7-12. DOI: 10.1016/j.ejon.2014.07.015

Hundert, A. S.; Birnie, K. A.; Abla, O.; Positano, K.; Cassiani, C.; Lloyd, S.; Tiessen, P. H.; Lalloo, C.; Jibb, L. A. & Stinson, J. (2022). A Pilot Randomized Controlled Trial of Virtual Reality Distraction to Reduce Procedural Pain During Subcutaneous Port Access in Children and Adolescents With Cancer. The Clinical Journal of Pain. 38(3): 189-196. DOI: 10.1097/AJP.0000000000001017

Instituto Desiderata. (2021) Panorama da Oncologia Pediátrica. http://desiderata.org.br/production/content/uploads/2021/08/3d12c3585d19f20ae72eddbec38978be.pdf

Iuchno, C. W. & Carvalho, G. P. (2019). Toxicidade e efeitos adversos decorrente do tratamento quimioterápico antineoplásico em pacientes pediátricos: revisão integrativa. Ciência & Saúde. 12(1): e30329. https://revistaseletronicas.pucrs.br/index.php/iberoamericana/N%C3%83%C6%92O%20https:/www.scimagojr.com/index.php/faenfi/article/view/30329

Linder, L. A. & Hooke, M. C. (2019). Symptoms in Children Receiving Treatment for Cancer-Part II: Pain, Sadness, and Symptom Clusters. Journal of Pediatric Oncology Nursing. 36(4): 262-279. DOI: 10.1177/1043454219849578

Maraba, R. R. B.; Lima, S. F. S.; Bezerra, D. G.; Lima, A. S. & Reis, R. P. (2019). O papel do enfermeiro frente à criança hospitalizada com câncer. Brazilian Journal of Surgery and Clinical Research. 28(1): 80-86. https://www.mastereditora.com.br/periodico/20190905_224334.pdf

Momani, T. G.; Mandrell, B. N.; Gattuso, J. S.; Oeste, N. K.; Taylor, S. L. & Hinds, P. S. (2016). Children with minimal chance for cure: parent proxy of the child's health-related quality of life and the effect on parental physical and mental health during treatment. International Journal of Neuro-Oncology. 129(2): 373-381. DOI: 10.1007/s11060-016-2187-9.

Monteiro, A. C. M.; Rodrigues, B. M. R. D. & Pacheco, S. T. A. (2012). O enfermeiro e o cuidar da criança com câncer sem possibilidade de cura atual. Escola Anna Nery. 16(4): 741-746 DOI: 10.1590/S1414-81452012000400014

Reeve, B. B.; Edwards, L. J.; Jaeger, B. C.; Hinds, P. S.; Dampier, C.; Gipson, D. S.; Selewski, D. T.; Troost, J. P.; Thissen, D.; Barry, V.; Gross, H. E. & DeWalt, D. A. (2017). Assessing responsiveness over time of the PROMIS pediatric symptom and function measures in cancer, nephrotic syndrome, and sickle cell disease. Quality of Life Research. 27(1): 249–257 DOI: 10.1007/s11136-017-1697-z.

Reeve, B. B.; McFatrich, M.; Lin, L.; Lucas, N. R.; Mack, J. W.; Jacobs, S. S.; Withycombe, J. S.; Baker, J. N.; Freyer, D. R. & Hinds, P. S. (2021). Validation of the Caregiver Pediatric Patient-Reported Outcomes version of the Common Terminology Criteria for Adverse Events Measure. American Chemical Society Online Journals. 127(9): 1483–1494. DOI: 10.1002/cncr.33389.

Rodriguez, M. M. L.; Millan, A. F.; Fernández, M. D. R.; Sanz, I. D. & Medina, I. M. F. (2020). New Technologies to Improve Pain, Anxiety and Depression in Children and Adolescents with Cancer: A Systematic Review. International Journal of Environmental Research and Public Health. 17(10): 3563-3577. DOI: 10.3390/ijerph17103563

Santos, S. C. (2018). Revelando os sintomas vivenciados a cada sessão de quimioterapia: a experiência da criança e do adolescente com câncer. Anais dos Seminários de Iniciação Científica. 20(1): 1-4. DOI: 10.13102/semic.v0i20.3499

Silva, E. M. V. B.; Silva, D.; Aparício, G.; Bica, I.; Albuquerque, C. & Cunha, M. (2020). Promoção da saúde mental das crianças: contributos dos enfermeiros. Acta Paulista de Enfermagem. 33(1): 1-7. DOI: 10.37689/acta-ape/2020AO0254

Silva, K. A. S.; Dassi, N.; Michalowski, M. B. & Daudt, E. L. (2016). Efeitos tardios do tratamento do câncer infantil. Boletim Científico de Pediatria. 5(3): 87-91. Recuperado de https://www.sprs.com.br/sprs2013/bancoimg/170118174017bcped_05_03_a04.pdf

Walker, A. J.; Johnson, K. P.; Miaskowski, C.; Lee, K. A. & Gedaly-Duff, V. (2010). Sleep quality and sleep hygiene behaviors of adolescents during chemotherapy. Journal of Clinical Sleep Medicine. 6(5): 439-444. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2952746/

Walker, A. J.; Pongsing, Y.; Nail, L.; Pedhiwala, N.; Leo, M.; Price, J.; Lee, K. & Gedaly-Duff, V. (2011). Sleep-wake patterns of school-age children and adolescents before diagnosis and during induction chemotherapy for acute lymphocytic leukemia. Journal of Pediatric Nursing. 26(6): 37-44. DOI: 10.1016/j.pedn.2011.02.006.

Whittemore, R. & Knafl, K. (2005). The integrative review: updated methodology. Journal of Advanced Nursing. 52(5) :546-553. DOI: 10.1111/j.1365-2648.2005.03621.x

Downloads

Publicado

22/07/2022

Como Citar

MARTINS, N. F.; SILVA-RODRIGUES, F. M. Avaliação e manejo dos efeitos adversos do tratamento quimioterápico pediátrico: revisão integrativa . Research, Society and Development, [S. l.], v. 11, n. 10, p. e46111032131, 2022. DOI: 10.33448/rsd-v11i10.32131. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/32131. Acesso em: 17 ago. 2024.

Edição

Seção

Artigos de Revisão