O descarte de resíduos medicamentosos no Brasil: Uma análise normativa
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v11i9.32211Palavras-chave:
Logística reversa; Sustentabilidade; Legislação ambiental; Resíduos sólidos.Resumo
O Brasil é um dos maiores consumidores de medicamento do mundo, e estudos apontam que a grande parte da população realiza o descarte desses medicamentos no lixo comum, impactando o meio ambiente. Há legislação vigente para o correto descarte minimizando os impactos ambientais, porém, com fragilidades em sua composição e aplicação. Este artigo tem como objetivo analisar aspectos normativos do gerenciamento de resíduos de medicamentos domiciliares no Brasil, por meio da análise da legislação federal sobre o tema, apontando seus pontos fortes e fragilidades. Observou-se que o Brasil já dispunha de aparato legal que versava sobre os resíduos de medicamentos dos serviços de saúde, e mais recentemente deu um salto a fim de solucionar a lacuna que existia, ao iniciar a implantação do sistema de logística reversa para medicamentos domiciliares, ainda em andamento. O sistema prevê a responsabilidade compartilhada entre todos os agentes responsáveis pelo ciclo de vida dos medicamentos domiciliares e suas embalagens, em consonância com a Política Nacional de Resíduos Sólidos. Esta parece ser uma alternativa promissora para o problema do descarte desse tipo de resíduo no Brasil, porém de forma incompleta, pois exclui as cidades com menos de 100.000 habitantes, necessitando complementações na legislação vigente, bem como, de ações de educação da população para que esse sistema possa ser de fato efetivado com sucesso.
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