O olhar do estudante médico em relação ao parto humanizado em maternidade mageense: aprendizado e Merleau-Ponty
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v9i5.3230Palavras-chave:
Educação médica; Merleau-Ponty; Percepção; Educação Médica Continuada.Resumo
O objetivo do estudo foi captar a percepção dos estudantes de medicina em relação ao parto em unidade hospitalar do Sistema Único de Saúde com foco na humanização de sua práxis na cidade de Magé/Rio de Janeiro, onde é incipiente a implementação da Política Nacional de Humanização. O referencial filosófico teve embasamento em Maurice Merleau-Ponty. Foi estudo qualitativo em que, por meio de entrevista apoiada na fenomenologia com dezoito estudantes de medicina, em sala apropriada durante o horário do estágio não curricular dos mesmos, foram transcritos seus relatos e assim, se fez possível a reflexão da vivência dos mesmos em relação ao aprendizado do parto normal ou cesáreo. Após a aprovação por Comitê de Ética em Pesquisa específico (parecer número 2.872.462), realizou-se a entrevista fenomenológica. Os estudantes colocaram a qualidade de aprendizado do parto normal no referido estabelecimento de saúde como satisfatória, entretanto, apontaram a dificuldade de se colocarem em prática a humanização, diante da alta demanda de atendimentos na instituição de saúde em estudo. A análise da percepção do outrem reencontra a dificuldade que o mundo cultural suscita, conforme Merleau-Ponty, e assim se observa, por vezes, um lapso na formação de parte dos entrevistados, no tocante à construção da empatia, como elemento do humanizar. Depreende-se que a melhora do ensino médico prático em Obstetrícia deve envolver a compreensão do contexto sociocultural das gestantes e aspectos de gestão de recursos e política, capazes de impactar o cuidado integral da gestante e formação do médico.
Referências
Brasil, C. C. (1990). Lei no 8.080, de 19 de setembro de 1990. Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização eo funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências. Diário Oficial Da União, 20. Retrieved from https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8080.htm
Capalbo, C. (2007). A subjetividade e a experiência do outro:Maurice Merleau-Ponty e Edmund Husserl. Revista Da Abordagem Gestáltica, 13(1).
Capalbo, C. (1983). Notas sobre o funcionalismo. Debates Sociais, 19(36), 5–9.
Codato, L. A. B., Garanhani, M. L., & González, A. D. (2017). Percepções de profissionais sobre o aprendizado de estudantes de graduação na Atenção Básica. Physis: Revista de Saúde Coletiva, 27(3), 605–619. https://doi.org/http://dx.doi.org/10.1590/s0103-73312017000300012
Furlan, R., & Bocchi, J. C. (2003). O corpo como express�o e linguagem em Merleau-Ponty. Estudos de Psicologia (Natal), 8, 445–450. Retrieved from http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-294X2003000300011&nrm=iso
Lourenço, Kassab Paulo; Gomes, Laércio; Jirjoss, E. (2013). A tragédia do ensino médico no Brasil. Revista Da Associação Médica Brasileira, 59(4), 305–306.
Maurice Merleau-Ponty. (2006). A estrutura do comportamento (Martins Fontes, ed.). São Paulo.
Merleau-Ponty M; (2015). Fenomenologia da percepção (2nd ed.; M. Fontes, ed.). São Paulo.
Merleau-Ponty, M. (2015). Fenomenologia da percepção / Maurice Merleau-Ponty. In São Paulo. São Paulo.
Pereira, Ana Maria T. Benevides; Gonçalves, M. B. (2009). Transtornos emocionais e a formação em medicina: um estudo longitudinal. Revista Brasileira de Educação Médica. Maringá, 33(1), 10–33.
Rego, S. (2003). A formação ética dos médicos: saindo da adolescência com a vida (dos outros) nas mãos (Fiocruz, ed.). https://doi.org/https://doi.org/10.7476/9788575413241
Safa, Talita Carneiro Gader; Mendonça, S. (2012). Educação moral: a busca da excelência a partir de virtudes aristotélicas e a formação do educador. Conjectura: Filosofia E Educação, 17(3), 69–89. Retrieved from http://www.ucs.br/etc/revistas/index.php/conjectura/article/view/1797
Santos, Tania Steren. Considerações sobre mudanças na profissão médica e diferenciações ocupacionais no interior de um Hospital Universitário (HCPA) ; disponível em file:///E:/sbs2005_gt12_tania_dos_santospformacaomedicaartigobom.pdf
Saúde, B. M. da S. S. de A. B. (n.d.). HumanizaSUS: política nacional de humanização: PNH. Retrieved from http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/politica_nacional_humanizacao_pnh_folheto.pdf
Silva, E. F. da. (2009). A voz dentro da relação psíquico-orgânica: estudo sobre a influência das emoções na voz do ator. Revista Científica/FAP; Revista Científica, 4(1), 1–19. Retrieved from http://periodicos.unespar.edu.br/index.php/revistacientifica/article/view/1600
Tesser, C. D., Knobel, R., Andrezzo, H. F. de A., & Diniz, S. G. (2015). Violência obstétrica e prevenção quaternária: o que é e o que fazer. Revista Brasileira de Medicina de Família e Comunidade, 10(35), 1–12. https://doi.org/10.5712/rbmfc10(35)1013
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.