Gabiroba e Murici: Estudo do valor nutricional e antinutricional da casca, polpa e semente
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v9i5.3260Palavras-chave:
Campomanesia adamantium; Byrsonima ssp; Frutas de temporada; Co-productos; Frutos del CerradoResumo
Os frutos do murici e gabiroba são comuns no Cerrado Brasileiro, mas seu consumo é limitado não só pela região, mas também por serem frutos sazonais e perecíveis. Assim, esse trabalho teve a intenção de caracterizar física, química, nutricional e antinutricionalmente as frações casca, polpa e semente para utilização, pela indústria alimentícia, dos frutos inteiros ou suas frações. Foram realizadas analises de diâmetro horizontal, transversal e massa nos frutos inteiros, e nas frações as seguintes analises (Aw, cor, sólidos solúveis, pH, acidez titulável, umidade, proteína, lipídios, cinzas, carboidratos, valor calórico, antioxidantes (DPPH, FRAP, e fenólicos), vitamina C, compostos cianogênios, fitatos e taninos, onde os resultados obtidos foram tabelados apresentados juntamente com desvio padrão e realizado uma análise de variância nas medias. Os resultados mostraram que em ambos os frutos e, dependendo de suas frações, encontram-se teores significativos de proteínas e vitamina C, além de possuírem atividade antioxidante. Na casca e semente dos frutos de murici e gabiroba não foram encontrados teores de inibidores de proteases, glicosídeos cianogênios tão pouco de fitatos; a presença de taninos não compromete a utilização na alimentação humana, apenas necessita-se de cuidados na incorporação e ingestão com alimentos ricos em cálcio e magnésio. Logo, a inserção das frações casca, polpa e semente dos frutos murici e gabiroba, em produtos alimentícios, é viável, contribuindo-lhes com agregação de valor e colaborando com a redução do lixo orgânico.
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