Análise crítica de uma intervenção extensionista
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v11i10.33039Palavras-chave:
Conhecimento; Participação; APAE; Enfoque extensionista.Resumo
A assistência técnica e a extensão rural (ATER) são serviços fundamentais no processo de reprodução social e econômica das populações rurais, podendo ir além da transferência de novas tecnologias, valorizando o conhecimento oriundo das comunidades rurais, ampliando a perspectiva participativa e fomentando o desenvolvimento rural. Dessa forma, o presente trabalho tem o objetivo de realizar uma análise crítica do Projeto A de acordo com suas características intrínsecas e enfoque extensionista. Utilizou-se, como estratégia metodológica, a abordagem qualitativa, que será desenvolvida a partir de análise documental de acervos cedidos pela entidade.A apreciação do caráter do Projeto A se deu por meio da análise de conteúdo, que propiciou as seguintes categorias de análise: Inclusão Social, Capacitismo, Processo Educativo, Ecológico e Ambiental. Além disso, o enfoque extensionista participativo foi analisado de acordo com as indicações de Haverroth (2012) e Valente (2005). Os resultados obtidos mostram que o Projeto A promove inclusão por meio da criação de um espaço de diálogo e aprendizado de uma atividade profissional para as Pessoas com Deficiência (PcDs), assim como a atenção ao capacitismo. O projeto contou com um processo educativo adequado para os alunos, que envolvia teoria, prática e desenvolvimento psicomotor.Quanto ao aspecto ecológico e ambiental o projeto foi capaz de ensinar sobre a reciclagem, sustentabilidade e possibilitou que eles se tornassem disseminadores da sustentabilidade. Já a análise do enfoque difusionista mostrou que o Projeto A, mesmo que tendo forte influência do enfoque participativo tem características também dos enfoques difusionista e sistêmico.
Referências
Alberti, R. (2020). Professores enquanto membros de categorias profissionais: um estudo sobre identificação e envolvimento com o trabalho no meio público. 73 f., Dissertação, Pós Graduação em Administração, Universidade Federal de Santa Maria.
Alves-Mazzotti, A. J. & Gewandsznajder, F. (2002) O método nas ciências naturais e sociais: pesquisa quantitativa e qualitativa. 2. ed. São Paulo: Pioneira Thomson Learning.
Amorim, A. C.; Gertner, S. R. C. B.; Feminella, A. P. & Louzeiro, R. (2021). Sobre o viver em uma cidade/sociedade capacitista: tempos pandêmicos. Research, Society and Development, 10(2).
Araujo, J. P. & Schmidt, A. A. (2006). inclusão de pessoas com necessidades especiais no trabalho: a visão de empresas e de instituições educacionais especiais na cidade de Curitiba. Rev. bras. educ. espec., 12 (2), 241-254.
Bardin, L. (2011). Análise de conteúdo. São Paulo: Edições 70.
BRASIL. (2003). Ministério do Desenvolvimento Agrário. Perfil das instituições de assistência técnica e extensão rural para agricultores familiares e assentados no Brasil. Brasília: Convênio de Cooperação Técnica MDA/FAO.
Cellard, A. A. (2008). Análise documental. In: POUPART, J. et al (orgs.). A pesquisa qualitativa: enfoques epistemológicos e metodológicos. Petrópolis: Vozes.
Dias, A. (2013). Por uma genealogia do capacitismo: da eugenia estatal à narrativa capacitista social. In: Anais do II SimósioInternacioanl sobre Deficiência, São Paulo, 5.
EMATER RS: Apresentação. (2021). Disponível em: http://www.emater.tche.br/site/a-emater/apresentacao.php#.X_YPCNhKjIU. Acesso em: 06 jan. 2021.
Esmerio, J. R.; Rodrigues, L. A. & Alberti, R. (2020). Sustentabilidade e economia solidária, abordagem conjunta na base de dados web of science (wos). Revista de Administração de Roraima - RARR, 10(1), 1-16.
Freire, P. (1983). Extensão ou comunicação? 8. Ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra.
Freire, P. (2014). Extensão ou comunicação? Rio de Janeiro: Editora Paz e Terra.
INSTITUTO ETHOS DE EMPRESAS E RESPONSABILIDADE SOCIAL. (2002). O que as empresas podem fazer pela inclusão de pessoas com deficiência. Marta Gil (coord). São Paulo. Disponível em: https://www3.ethos.org.br/wp-content/uploads/2012/12/25.pdf. Acesso em: 06 jan. 2021.
Haverroth, C. (2012). Extensão Rural Pública: métodos possibilidades e limites para a transição agroecológica no oeste catarinense. Dissertação, 185f, Programa de Pós Graduação em Extensão Rural, UFSM.
Kastrup, V. & Pozzana, L. (2020). Encontros com a deficiência na universidade: deslocando o capacitismo em oficinas de formação inventiva. Mnemosine, 16 (1), 33-52, 2020.
Lima, F. A. X., de Carvalho, F. P., & de Sousa Neto, E. R. (2020). Assistência Técnica e Extensão Rural em assentamentos de reforma agrária: uma análise do monitoramento dos contratos. Redes. Revista do Desenvolvimento Regional, 25(1), 316-341.
Mello, A. G. (2016). Deficiência, incapacidade e vulnerabilidade: do capacitismo ou a preeminência capacitista e biomédica do Comitê de Ética em Pesquisa da UFSC. Ciênc. saúde colet., 21(10).
Pinto, J. B. (1986). Planejamento participativo: rito ou prática de classe. Cadernos de Planejamento Participativo. Ijuí: Unijuí.
Santos, F. M. (2012). Análise de conteúdo: a visão de Laurence Bardin. Revista Eletrônica de Educação, 6 (1), 383-387.
Santos, J. T., Guimarães, J. C. S., Franco, A., Cordeiro, J., Alvarenga, C., Santos, C. I. F. dos, & Therezo, P. (2018). Organic Solid Waste: A Scientometric Analysis on the Use of Composting for Fertilizer Generation. Research, Society and Development, 7(12), e14712498. https://doi.org/10.33448/rsd-v7i12.498
Sasso, R. C., & Alberti, R. (2020). Trabalho e lazer: percepções do cotidiano de pessoas com deficiência física. Research, Society and Development, 9(11). https://doi.org/10.33448/rsd-v9i11.6949
Souza, A. O. et al. (2020). A fabricação de sabão ecológico e de vassouras de pets, tecnologias sociais e ambientais de baixo custo e de fácil aprendizado e que estão gerando empreendedorismo, renda, trabalho, inclusão social e sustentabilidade numa associação de P.C.D. 3° Congresso Sul-Americano de Resíduos Sólidos e Sustentabilidade, Gramado.
EMATER DE JAGUARI. (2020). Ações da Emater de Jaguari. Jaguari: Emater Rs.
Tommasino, H. & Hegedüs, P. de. (2006). Enfoque de sistemas em La investigación y extension agropecuárias. In: Tommasino, H. & Hegedüs, P. de. Extensión: reflexiones para laintervención em el médio urbano y rural. Montevideo: Universidad de La República, 155-180.
Valente, A. L. E. F. (2005). O ensino na interface da antropologia e da educação: um caso de extensão rural. Educação, Porto Alegre, Ano XXVIII, 2, 227-241.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Ricardo Alberti; Marlova Giuliani Garcia ; José Geraldo Wizniewsky; Fabricia Tadia ; Maria Albina Maffini
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.
