Análise do eletrocardiograma diante de alteração do posicionamento dos eletrodos: ensaio clínico controlado

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v11i10.33051

Palavras-chave:

Pesquisa; Eletrodos; Eletrocardiografia; Cardiologia; Cardiopatias; Diagnóstico.

Resumo

Objetivo:  Analisar o registro eletrocardiográfico diante da intervenção no posicionamento dos eletrodos no tórax comparada ao método standard. Método: Ensaio clínico controlado, simples cego, realizado com 41 pacientes, que compuseram o grupo controle e intervenção, gerando registros que foram laudados por dois profissionais de saúde, proficientes em cardiologia. Resultados: Foram analisados 82 eletrocardiogramas, tendo como direcionamento os protocolos controle e intervenção, nos quais constavam a descrição das técnicas correta e incorreta, respectivamente. A maioria das variáveis estudadas não apresentou diferença estatística significativa quanto aos laudos analisados diante da comparação entre os protocolos aplicados. A exceção foi referente à onda P, apresentando-se negativa em V1 quando deveria estar positiva, evidenciada na comparação entre 14 pares de eletrocardiogramas (P = 0,003). Conclusão: O posicionamento incorreto dos eletrodos afetou o registro da derivação V1. Considerando-se o eletrocardiograma de doze derivações usualmente realizado na prática clínica, salienta-se quanto ao possível confundimento devido aos marcos anatômicos base de outros procedimentos, como, por exemplo, os focos de ausculta cardíaca. Sugere-se o desenvolvimento de critérios adicionais e tecnológicos para o reconhecimento e detecção de erros de localização do eletrodo, bem como a capacitação profissional ser condição sine qua non para a realização do exame de eletrocardiografia. (ReBEC - NCT: RBR-9h4tp3).

Referências

Azeredo, A. F. (2017). Ensaios clínicos randomizados e as fases da pesquisa clínica. HTAnalyze Consultoria e Treinamento. https://www.htanalyze.com/blog/ensaios-clinicos-randomizados-e-as-fases-da-pesquisa-clinica/

Bond, R. R., et al. (2012). The effects of electrode misplacement on clinicians' interpretation of the standard 12-lead electrocardiogram. Eur J Intern Med. 23(7), 610-615.

BRASIL. (2014). Ministério da Saúde, Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução da Diretoria Colegiada, RDC no 51, de 29 de setembro de 2014. Brasília, DF.

Burch, G.E., de Pasqual NP. (1964). A history of electrocardiography. Chicago: Yearbook Medical Publishers Inc.13-129.

García-Niebla, J. (2009). Comparison of p-wave patterns derived from correct and incorrect placement of V1-V2 electrodes. J Cardiovasc Nurs, 24(2), 156-61.

Hallake, J. (2012). Eletrocardiografia. (4ª ed,) Rubio, 43.

Jekova, I., et al. (2016). Inter-lead correlation analysis for automated detection of cable reversals in 12/16-lead ECG. Computer Methods and Programs in Biomedicine.134, 31-41.

Köche, J. C (2011). Teoria da ciência e iniciação à pesquisa. Edição Digital. http://www.adm.ufrpe.br/sites/ww4.deinfo.ufrpe.br/files/Fundamentos_de_Metodologia_Científica.pdf

Koehler, N. R. (1993) Alterações do eletrocardiograma em V1 por malposição do eletrodo precordial. Arquivo Brasileiro Cardiologia. 61, 99-101. http://publicacoes.cardiol.br/portal/portal-publicacoes/Pdfs/ABC/1993/V61N2/61020007.pdf

Lama, A. (2004). Einthoven: El hombre y su invento. Rev Méd.132, 260-264

Lehmann, M. H., et al. (2012). Proposed bedside maneuver to facilitate accurate anatomic orientation for correct positioning of ECG precordial leads V1 and V2: a pilot study. The Journal of Emergency Medicine. 43(4), 584-92.

Lopes, M. A. C. Q., et al. (2020). Pintando a História da Cardiologia do Brasil. Arquivo Brasileiro Cardiologia. 115(6), 1047-50.

Mehta, N. J., et al. (2002). Cardiology’s 10 greatest discoveries of the 20th century. Tex Heart Inst J. 29(3), 164-71.

Mirvis, D. M., et al. (2015). Electrocardiography. In: Braunwald E. Braunwald’s Heart Disease: a textbook of cardiovascular medicine. 10.ed 114-154.

Pastore, C. A., et al (2016). III diretriz da sociedade brasileira de cardiologia sobre análise e emissão de laudos eletrocardiográficos. Arquivo Brasileiro Cardiologia, 106 (4Supl. I), 1-23.

Pereira, M. L. O. R., et al. (2020). Aplicação da metodologia Wavelet Shrinkage para redução de sinais ruidosos em Eletrocardiograma. Brazilian Journal of Development. 6(6), 35395-35402.

Piccolino, M. (1998). Animal electricity and the birth of electrophysiology: the legacy of Luigi Galvani. Brain Research Bulletin, 46(5), 381-407.

Piccolino, M. (2006). Luigi Galvani’s path to animal electricity. C R Biol, 329(5-6), 303-18.

Rajaganeshan, R., et al. (2008). R. Accuracy in ECG lead placement among technicians, nurses, general physicians and cardiologists. Int J Clin Pract,62(1),65-70.

Ribeiro, D. G., & Barros, F. F. (2020) Conhecimento da equipe de enfermagem de setores críticos na realização e interpretação de eletrocardiograma. Rev Espaço para a Saúde, 21(1), 47-58.

Santos, E. C. L., et al. (2017). Manual de eletrocardiografia. Cardiopapers. (1ª ed,) Atheneu.

Thaler, M. S. (2013). ECG Essencial Eletrocardiograma na prática diária. (7a. ed.)Artmed.

Thygesen, K., et al. (2012). Third universal definition of Myocardial Infarction. European Heart Journal, 33, 2551–2567.

Vasconcelos, B. C. E. (2016). O cegamento na pesquisa científica. Rev. cir. traumatol. buco-maxilo-fac, 16(1), 5-5.

Waller, A. D. (1887). A demonstration on man of electromotive changes accompanying the heart’s beat. The Physiological Society, 8(5), 229-34.

Walsh, B. (2018). Misplacing V1 and V2 can have clinical consequences. American Journal of Emergency Medicine. 36(5), 865-870.

Downloads

Publicado

12/08/2022

Como Citar

CALAZANS, J. de O. .; CARVALHO, L. X. R. .; PEREIRA, M. G. .; SILVA, R. F. A. da . Análise do eletrocardiograma diante de alteração do posicionamento dos eletrodos: ensaio clínico controlado. Research, Society and Development, [S. l.], v. 11, n. 10, p. e511111033051, 2022. DOI: 10.33448/rsd-v11i10.33051. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/33051. Acesso em: 17 jul. 2024.

Edição

Seção

Ciências da Saúde