Perfuração biliar espontânea na infância: um achado inesperado – Relato de caso
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v11i11.33376Palavras-chave:
Perfuração espontânea; Via biliar; Colestase extra-hepática; Trombose venosa; Varizes esofágicas e gástricas.Resumo
Perfuração espontânea de via biliar extra-hepática é uma causa rara de colestase na infância em que muitas vezes o diagnóstico só é determinado através da laparotomia exploradora e a apresentação clínica aguda é incomum. O prognóstico é bom quando diagnóstico precoce. Objetivo: reportar o caso de perfuração espontânea de via biliar em lactente e suas possíveis complicações após tratamento cirúrgico. Caso clínico: Lactente de 2 meses que evoluiu com quadro de perda ponderal progressiva associado à acolia fecal, colúria intermitente e distensão abdominal há 1 mês. Os exames laboratoriais mostraram aumento de transaminases com função hepática normal. USG abdominal evidenciou ascite volumosa, realizada paracentese com drenagem de líquido bilioso. Colangiografia percutânea evidenciou possível perfuração a nível de ducto biliar comum, laparotomia foi realizada; perfuração do ducto biliar extra-hepático foi encontrado, realizada colecistectomia e rafia simples do colédoco. No estudo pós-operatório, aos 8 meses, paciente evoluiu com hemorragia digestiva alta secundária a varizes esofagianas por trombose de veia porta; necessitou tratamento com vasopressina no quadro agudo e seguimento com escleroterapia seriada associado ao tratamento clínico instituído. Comentários: A perfuração biliar é uma entidade rara condição que a torna um desafio diagnóstico e terapêutico. O prognóstico dependerá da intervenção precoce e dos achados intraoperatórios.
Referências
Ando, H., Ito, T., Watanabe, Y., Seo, T., Kaneko, K., & Nagaya, M. (1995). Spontaneous perforation of choledochal cyst. Journal of the American College of Surgeons, 181(2), 125-128.
Banani, S. A., Bahador, A., & Nezakatgoo, N. (1993). Idiopathic perforation of the extrahepatic bile duct in infancy: pathogenesis, diagnosis, and management. Journal of pediatric surgery, 28(7), 950-954.
Barnes, B. H., Narkewicz, M. R., & Sokol, R. J. (2006). Spontaneous perforation of the bile duct in a toddler: the role of endoscopic retrograde cholangiopancreatography in diagnosis and therapy. Journal of pediatric gastroenterology and nutrition, 43(5), 695-697.
Chardot, C., Iskandarani, F., De Dreuzy, O., Duquesne, B., Pariente, D., Bernard, O., ... & Valayer, J. (1996). Spontaneous perforation of the biliary tract in infancy: a series of 11 cases. European journal of pediatric surgery, 6(06), 341-346.
Evans, K., Marsden, N., & Desai, A. (2010). Spontaneous perforation of the bile duct in infancy and childhood: a systematic review. Journal of pediatric gastroenterology and nutrition, 50(6), 677-681.
García-Murray O, Hernández-Archunida EJ, Villafaña-Guiza LM, et al. Bile duct perforation in an infant. Revista Mexicana de Cirugía Pediátrica. 2005;12(2):111-114.
Gobbi, D., Leon, F. F., Gasparella, P., Gamba, P., & Betalli, P. (2010). Conservative treatment of spontaneous biliary perforationped_3307 594.. 618. Journal of Laryngology & Otology, 118, 996-8.
Goel, P., Jain, V., Manchanda, V., Sengar, M., Gupta, C. R., & Mohta, A. (2013). Spontaneous biliary perforations: an uncommon yet important entity in children. Journal of clinical and diagnostic research: JCDR, 7(6), 1201.
Hasegawa, T., Udatsu, Y., Kamiyama, M., Kimura, T., Sasaki, T., Okada, A., & Mushiake, S. (2000). Does pancreatico-biliary maljunction play a role in spontaneous perforation of the bile duct in children?. Pediatric surgery international, 16(8), 550-553.
Jeanty, C., Derderian, S. C., Hirose, S., Lee, H., & Padilla, B. E. (2015). Spontaneous biliary perforation in infancy: management strategies and outcomes. Journal of Pediatric Surgery, 50(7), 1137-1141.
Kasat, L. S., Borwankar, S. S., Jain, M., & Naregal, A. (2001). Spontaneous perforation of the extrahepatic bile duct in an infant. Pediatric surgery international, 17(5), 463-464.
Livesey, E., & Davenport, M. (2008). Spontaneous perforation of the biliary tract and portal vein thrombosis in infancy. Pediatric surgery international, 24(3), 357-359.
Nunes, T. F., Santos, R. F. T., Tibana, T. K., & Szejnfeld, D. (2020). Percutaneous transhepatic approach to endoscopic placement of a 10F plastic biliary stent: step-by-step description of a novel technique. Radiologia Brasileira, 53, 281-283.
Sood, B., Jain, M., Khandelwal, N., Singh, P., & Suri, S. (2002). MRI of perforated gall bladder. Australasian radiology, 46(4), 438-440.
Tedesco, B. A. N (2022). Questionário sobre a conduta dos cirurgiões pediátricos do Brasil no manejo das doenças da vesícula biliar em crianças. Dissertação de mestrado, Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Botucatu, SP, Brasil.
Thompson, B. J., & Sherman, R. A. (2021). Comprehensive Review of Biliary Peritonitis. Topics in Companion Animal Medicine, 44, 100532.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Anahy Albaneze Vianna; Alessandra Chaves Miranda; Leonardo Rodrigues Resende
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.