Lavagem das mãos: profissionais de saúde, práticas e narrativas

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v11i11.33443

Palavras-chave:

Desinfecção das mãos; Representação social; Saúde.

Resumo

Este estudo objetivou analisar as práticas (observação participante) e narrativas (entrevistas) dos profissionais de saúde e administrativos de um hospital, diante da necessidade de higienização das mãos no ambiente hospitalar.  Trata-se de um estudo qualitativo, descritivo, exploratório de natureza analítica, utilizando-se a análise de conteúdo para o material empírico e a teoria das representações sociais (TRS), realizada com vinte e um profissionais (médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, fisioterapeutas, maqueiros e administrativos das unidades de saúde). Para a coleta de dados, utilizou-se 60 horas de observação participante e vinte e uma entrevistas. Os resultados demonstraram que duas categorias: ato de higienização das mãos – percepção do sujo e do limpo e as necessidades de higienização das mãos no ambiente de trabalho. O estudo demonstrou que a higienização das mãos parece um hábito de difícil modificação e este estudo mostra que a maioria dos profissionais de saúde higieniza as mãos de acordo com as suas necessidades, ou seja, quando eles têm a percepção de que as mãos estão realmente sujas ou em ocasiões que eles tiveram contato com o sujo, deixando de fazê-la nos momentos recomendados. Apesar das evidências de sua eficácia, a conformidade com a higiene das mãos é bastante baixa, como foi verificado na observação participante, isso pode ser devido à natureza da higienização das mãos ser uma ação impulsionada pelo comportamento social.

Biografia do Autor

Claudia Barbastefano Monteiro, Universidade Federal do Rio de Janeiro

Graduação em Enfermagem pela Faculdade de Enfermagem Luiza de Marillac (1986), Habilitação em Enfermagem de Saúde Pública pela Faculdade de Enfermagem Luiza de Marillac (1987), Licenciatura pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (1995), pós-graduação lato sensu em Assistência ao Psicótico, pelo Instituto de Psiquiatria da UFRJ/IPUB (2000) e mestrado em Enfermagem pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (2004). Doutora em Ciências pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (2019). Servidora  do Instituto de Psiquiatria da Universidade do Brasil/UFRJ no cargo de enfermeira assistencial das enfermarias e  preceptora da Escola de Enfermagem Anna Nery e da Residência Multiprofissional do IPUB/UFRJ. Atualmente no Polo de assistência em saúde mental dos trabalhadores da UFRJ - SAPS.  Experiência na área de Enfermagem, com ênfase em Enfermagem Psiquiátrica, atuando principalmente nos seguintes temas: enfermagem, enfermagem psiquiátrica, psiquiatria, saúde pública, atenção à saúde mental e saúde do trabalhador.

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Publicado

16/08/2022

Como Citar

GAMA JUNIOR, W. O. .; MONTEIRO, C. B. .; MIRANDA , R. de C. M. de; RÊGO, A. S. .; CHAGAS, M. R. .; LOYOLA , C. M. D. . Lavagem das mãos: profissionais de saúde, práticas e narrativas. Research, Society and Development, [S. l.], v. 11, n. 11, p. e76111133443, 2022. DOI: 10.33448/rsd-v11i11.33443. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/33443. Acesso em: 17 jul. 2024.

Edição

Seção

Ciências da Saúde