Lavagem das mãos: profissionais de saúde, práticas e narrativas
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v11i11.33443Palavras-chave:
Desinfecção das mãos; Representação social; Saúde.Resumo
Este estudo objetivou analisar as práticas (observação participante) e narrativas (entrevistas) dos profissionais de saúde e administrativos de um hospital, diante da necessidade de higienização das mãos no ambiente hospitalar. Trata-se de um estudo qualitativo, descritivo, exploratório de natureza analítica, utilizando-se a análise de conteúdo para o material empírico e a teoria das representações sociais (TRS), realizada com vinte e um profissionais (médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, fisioterapeutas, maqueiros e administrativos das unidades de saúde). Para a coleta de dados, utilizou-se 60 horas de observação participante e vinte e uma entrevistas. Os resultados demonstraram que duas categorias: ato de higienização das mãos – percepção do sujo e do limpo e as necessidades de higienização das mãos no ambiente de trabalho. O estudo demonstrou que a higienização das mãos parece um hábito de difícil modificação e este estudo mostra que a maioria dos profissionais de saúde higieniza as mãos de acordo com as suas necessidades, ou seja, quando eles têm a percepção de que as mãos estão realmente sujas ou em ocasiões que eles tiveram contato com o sujo, deixando de fazê-la nos momentos recomendados. Apesar das evidências de sua eficácia, a conformidade com a higiene das mãos é bastante baixa, como foi verificado na observação participante, isso pode ser devido à natureza da higienização das mãos ser uma ação impulsionada pelo comportamento social.
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