A polifarmácia para o tratamento da epilepsia na rede pública de saúde: uma revisão integrativa de literatura

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v11i11.33621

Palavras-chave:

Epilepsia; Polifarmácia; Sistema Único de Saúde; Antiepilépticos; Idoso.

Resumo

Introdução: A epilepsia é uma alteração crônica com modificações das funções cerebrais, podendo levar à perda da consciência e apresenta crises epilépticas parciais ou focais. Existem diferentes etiologias para a epilepsia, caracterizando um tratamento variado de acordo com a particularidade do indivíduo, o que acentua a polifarmácia. Objetivo: Avaliar a polifarmácia relacionada ao tratamento da epilepsia na rede pública brasileira, reconhecendo o uso exacerbado ou inapropriado de medicações. Metodologia: Trata-se de uma revisão integrativa de literatura realizada entre os meses de abril e junho de 2022 nas seguintes bases de dados: National Library of Medicine (PubMed MEDLINE), Scientific Electronic Library Online (Scielo), Cochrane Database of Systematic Reviews (CDSR), Google Scholar, Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) e EBSCO Information Services. Resultados e discussão: Cerca de 50% dos pacientes com epilepsia consomem múltiplos medicamentos, o que eleva a morbimortalidade devido aos riscos dos efeitos adversos e a capacidade de aumentar as crises epilépticas.  A epilepsia propicia a autointoxicação em consequência à polifarmácia, principalmente de idosos, pelas interações farmacológicas, devendo ser monitoras pelos médicos. O Sistema Único de Saúde do Brasil possui assistência farmacêutica que promove o uso racional de medicamentos, buscando selecionar e padronizar os medicamentos que são indicados e disponibilizados. Considerações finais: Os pacientes epilépticos em uso de polifarmácia tendem a desenvolver problemas que atrapalham o desempenho psicossocial e apresentam maior risco de efeitos adversos pelas interações farmacológicas. Portanto, torna-se necessário o uso farmacológico racional pelo balancear dos benefícios e das desvantagens.

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Publicado

26/08/2022

Como Citar

PEREIRA, A. K. A. .; NOGUEIRA, E. C. .; BRITO , E. N. D. .; ALMEIDA , M. G. de .; NASCIMENTO, S. C. da S. .; SANTOS, S. C. dos . A polifarmácia para o tratamento da epilepsia na rede pública de saúde: uma revisão integrativa de literatura. Research, Society and Development, [S. l.], v. 11, n. 11, p. e398111133621, 2022. DOI: 10.33448/rsd-v11i11.33621. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/33621. Acesso em: 22 nov. 2024.

Edição

Seção

Ciências da Saúde