Comparação do perfil clínico de dois grupos de pacientes que foram submetidos ao protocolo de Morte Encefálica

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v11i11.33807

Palavras-chave:

Morte encefálica; Perfil clínico; Protocolo.

Resumo

Introdução: Morte encefálica (ME) é a cessação irreversível das funções das estruturas neurológicas intracranianas, cumprindo pré-requisitos como coma com causa conhecida e irreversível; ausência de hipotermia, hipotensão ou distúrbio metabólico grave e exclusão de intoxicação ou efeito depressor do sistema nervoso central. Metodologia: Aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP/UFU), utilizou dados de pacientes da Unidade de Terapia Intensiva Adulto do Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (UTIA/HC-UFU) em estado de coma para os quais foi aberto o Protocolo de diagnóstico de Morte Encefálica com realização de exame gráfico, procedendo análise descritiva e estatística. Resultados:  apresentam perfil do sexo masculino, com idade >41 anos, natural de outros municípios, com ensino fundamental completo. Apresentando 52,68% dos casos de etiologia por TCE, proveniente de acidente trânsito 23,65%, atropelamento 7,53%, ferimento por projétil de arma de fogo 6,45%, espancamento 5,38% e outros 21,51 %; a maioria não possuía comorbidades (50,53%), sendo que quando presentes a HAS e o etilismo também aparecem em maior porcentagem e em idade acima de 44 anos. Discussão: As principais causas de ME foram trauma cranioencefálico (TCE), acidente vascular cerebral (AVC) e hipóxia isquêmica (HI) pós parada cardíaca. Todos os protocolos abertos para diagnóstico de ME evoluíram a óbito, não tendo sido encontrado nenhum caso de abertura do protocolo com melhora do indivíduo. Conclusão: o perfil predominante foi maior que 40 anos, residentes fora de Uberlândia e de escolaridade média constando ensino fundamental completo, vítimas de AVC ou trauma, em uso de sedativos, com aumento significativo da pressão de CO2 e redução da pressão de O2 (p<0,001) entre o início da internação e o desfecho do quadro. Os principais achados dos pacientes admitidos foram a presença de comorbidades, o uso de sedativos e piora significativa em exames laboratoriais.

Referências

Bagnato, S., et al. (2010). Prognostic value of standard EEG in traumatic and non-traumatic disorders of consciousness following coma. linical Neurophysiology 121; 274–280.

Bertasi, R. A. O., et al. (2019). Profile of potential organ donors and factors related to donation and non-donation of organs in an organ procurement service. Revista do Colégio Brasileiro de Cirurgiões, 46(3) 1–8.

Cohen, J., Bistritz, Y., &Ashkenazi, T. (2015). Deceased organ donor characteristics and organ utilization in Israel, 2004–2013. Israel Medical Association Journal, 17(6), 365–369.

Conselho Federal de Medicina. (2017). RESOLUÇÃO CFM Nº 2.173, DE 23.11.2017.

Cui, G., et al. (2016). EEG Analysis for Differentiating between Brain Death and Coma in Humans. International Journal of Computer and Technology. 15(11) 7189-7201.

Eira, C. S. L., Barros, M. I. T., & Albuquerque, A. M. P. (2018). Organ donation: the reality of an intensive care unit in Portugal. Rev Bras Ter Intensiva. 30(2) 201-207.

Escudero, D. (2009). Diagnóstico de muerte encefálica. Med. Intensiva, 33(4) 185-195.

Hassanain, M., et al. (2016). Trends in brain-dead organ donor characteristics: a 13-year analysis. J can chir, 59(3) 154-160.

Johnson, R. J., et al. (2014). Organ donation and transplantation in the UK-The last decade: A report from the UK national transplant registry. Transplantation, 97(1) 1–27.

Juncos, J. M. M., & Velarde, J. C. (2000). Valor diagnóstico de la angiografía cerebral en la confirmación de la muerte encefálica. Ventajas e inconvenientes. Medicina Intensiva, 24(3) 135-141.

Lewisa, A., et al. (2020). Determination of Brain Death/Death by Neurologic Criteria in Countries in Asia and the Pacific. J Clin Neuro, 16(3) 480–490.

Mattia, A. L., et al. (2010). Análise das dificuldades no processo de doação de órgãos: uma revisão integrativa da literatura. Revista Bioethikos - Centro Universitário São Camilo, 4(1):66-74.

Morato, E. (2009). Morte Encefálica : conceitos essenciais , diagnóstico e atualização - Brain death: Essentials concepts, diagnosis and update. Rev Med Minas Gerais, 19(3) 227–236.

Rubiños, C., & Godoy, D. A. (2020). Electroencephalographic monitoring in the critically ill patient: What useful information can it contribute?. Med Intensiva. 44(5) 301-309.

Siqueira, M. M., et al. (2016). Indicadores de eficiência no processo de doação e transplante de órgãos: revisão sistemática da literatura. Rev Panam Salud Publica, 40(2) 90-97.

Wahlster, S., et al. (2015). Brain death declaration: Practices and perceptions worldwide. Neurology, 84(18) 1870–1879.

Walter, U., Noachtar, S., & Hinrichs, H. (2017). Digitale Elektroenzephalo-graphie in der Hirntoddiagnostik: Technische Anforderungen und Ergebnisse einer Umfrage zur Richtlinienkompatibilität digitaler EEG-Systeme bei Anbietern in Deutschland. Der Nervenarzt.

Westphal, G. A., Veiga, V. C., & Franke, C. A. (2019).Determinação da Morte Encefálica no Brasil. Revista Brasileira de terapia intensiva, 31(3) 403–409.

Downloads

Publicado

25/08/2022

Como Citar

SILVA, L.; PINHEIRO, F. E. da S.; VARANO, N.; CARRILHO, A. J. F. de P.; DESTRO-FILHO, J.-B. Comparação do perfil clínico de dois grupos de pacientes que foram submetidos ao protocolo de Morte Encefálica . Research, Society and Development, [S. l.], v. 11, n. 11, p. e386111133807, 2022. DOI: 10.33448/rsd-v11i11.33807. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/33807. Acesso em: 17 jul. 2024.

Edição

Seção

Ciências da Saúde