Assimetrias de gênero em um grupo de apoio a mulheres alcoolistas na cidade de São Paulo-Brasil
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v11i11.34096Palavras-chave:
Alcoolismo; Alcoólicos anônimos; Identidade de gênero; Sexismo; Pesquisa qualitativa.Resumo
O objetivo deste estudo qualitativo foi analisar como as assimetrias de gênero moldam e interferem no tratamento de trinta mulheres alcoólatras membros de Alcoólicos Anônimos (AA) em São Paulo, Brasil. A coleta de dados foi realizada por meio de entrevista semiestruturada. Três categorias foram identificadas no processo de análise: “O alcoolismo é uma doença única, mas para as mulheres é muito pior”; “As mulheres não podem expor seu sentimento íntimo em reuniões mistas de AA”; “Num encontro de mulheres de AA compartilho a natureza exata da minha dor e isso me fortalece”. As falas mostraram que as assimetrias de gênero interferiam decisivamente no tratamento das mulheres integrantes de AA, uma vez que elas não se sentiam à vontade para discutir detalhes de sua intimidade na presença de homens. Concluiu-se que o encontro exclusivamente feminino é fundamental no apoio e fortalecimento das mulheres alcoolistas em AA como complemento ao grupo de apoio de AA, sem as pressões da discriminação de gênero.
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