O ensino de estratégias de aprendizagem nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental: uma análise exploratória

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v11i12.34628

Palavras-chave:

Ensino Fundamental; Estratégias de Aprendizagem; Professores.

Resumo

As estratégias de aprendizagem consistem em um conjunto de procedimentos utilizados pelos estudantes para aprender. O ensino das estratégias de aprendizagem no contexto educativo pode favorecer a aprendizagem e o desempenho dos estudantes. Portanto, esta pesquisa teve como objetivo analisar as concepções de estratégias de aprendizagem de professores dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental e identificar quais estratégias de aprendizagem são ensinadas por eles no contexto escolar. Participaram do estudo oito professoras de uma escola pública localizada no interior do estado do Paraná. As professoras responderam a um questionário sociodemográfico e um questionário que investigava sobre o ensino das estratégias de aprendizagem. Os questionários foram elaborados especialmente para esta pesquisa. Os questionários foram enviados utilizando as ferramentas do Google Formulários. Os dados foram analisados a partir da Análise de Conteúdo proposta por Bardin (2016). Os resultados revelaram que apesar dos professores relatarem saber o que são estratégias de aprendizagem, a maioria as confunde com estratégias de ensino. Entre as estratégias de aprendizagem relatadas pelos professores, as estratégias cognitivas são as mais mencionadas, seguidas pelas estratégias metacognitivas e estratégias de autorregulação social. Considera-se importante o uso e ensino das estratégias de aprendizagem indepentende do nível de ensino em que os estudantes estejam e que elas sejam ensinadas nos cursos de formação inicial e continuada de professores para que estes, se tornem promotores das estratégias de aprendizagem nos ambiente escolares nos quais atuam.

Biografia do Autor

Natasha Hellen de Souza Lombardi, Professora na rede privada de ensino em Londrina

Licenciada em Pedagogia, pela Universidade Estadual de Londrina – UEL. Especialista em Neuropsicopedagogia. Professora na Educação Infantil na rede privada de ensino em Londrina.

Deivid Alex dos Santos, Universidade Estadual de Londrina

Possui graduação em Pedagogia pela Uninter. Mestrado e Doutorado em Educação pela Universidade Estadual de Londrina - UEL. Atua nas áreas de pesquisas de estratégias de aprendizagem, autorregulação da aprendizagem, motivação, intervenções psicopedagógicas. Docente do Departamento de Educação da Universidade Estadual de Londrina.

Natália Moraes Góes, Universidade Estadual de Londrina

Possui graduação em Pedagogia pela Universidade Estadual de Londrina e Mestrado pela mesma instituição. Doutorado em Educação pela Universidade de Campinas - UNICAMP - Faculdade de Educação. Atua nas áreas de pesquisas de estratégias de aprendizagem, autorregulação da aprendizagem, motivação, intervenções psicopedagógicas. Atua como professora no Departamento de Educação da Universidade Estadual de Londrina.

Referências

Almeida, L. S. (2002). Facilitar a aprendizagem: ajudar os alunos a aprender e a pensar. Psicologia Escolar e Educação, 6(2), 155-165.

Arcoverde, A.R.R., Boruchovitch, E., & Góes, N.M. (2022). Programa de intervenção em autorregulação da aprendizagem: impacto no conhecimento e nas percepções de estudantes de licenciatura. Revista de Educação, 27(e225513).

Bardin, L. (2016). Análise de conteúdo. São Paulo: Edições 70.

Beluce, A. C., & Oliveira, K. L. (2016). Escala de estratégias e motivação para aprendizagem em ambientes virtuais. Revista Brasileira de Educação, 21(66), 593-610.

Beluce, A. C., & Oliveira, K. L. (2018). Learning Strategies Mediated by Technologies: Use and Observation of Teachers. Paideia, 28(2809).

Benson, P. (2005). (Auto)biography and learner diversity. In: Benson, P., & Nunan, D. Learners’ stories: differences and diversity in language learning. Cambridge: Cambridge University Press.

Boruchovitch, E. (2014). Autorregulação da aprendizagem: contribuições da psicologia educacional para a formação de professores. Revista Quadrimestral da Associação Brasileira de Psicologia Escolar e Educacional, 18(3), 401-409.

Bzuneck, J.A., & Guimarães, S. E. R. (2010). A promoção da autonomia como estratégia motivacional na escola: uma análise teórica e empírica. In: E. Boruchovitch., J.A. Bzuneck., & S.E.R. Guimarães. Motivação para aprender: aplicação no contexto educativo. (2.ed). Petrópolis: Vozes.

Cohen, J. (2012). School Climate and Culture Improvement A Prosocial Strategy That Recognizes, Educates, and Supports the Whole Child and the Whole School Community. In: Philip M.; Brown Michael W.; Corrigan A. H. A. (eds.). Handbook of Prosocial Education. New York: Rowman & Littefield Publishers INC.

Coutinho, C., & Miranda, A. C. (2019). Formação inicial de professores de Ciências da Natureza: relatos de uma prática docente diferenciada. Revista Insignare Scientia, 2(2), 221-231.

Dansereau, D. F. (1985). Learning Strategy Research. (Vol.1). Lawrence Erlbaum Associates, Hillsdale.

Dassow, P. Z., & Santos, J. V. (2021). Estratégias de aprendizagem utilizadas por estudantes universitários brasileiros: uma revisão de literatura. Research, Society and development. 10(17), 1-14.

Dembo, M. H. (1994). Applying educational psychology. (5a ed). Longman.

Dembo, M. H. (2001). Learning to teach is not enough: Future teachers also need to learn to learn. Teacher Education Quarterly, 28(4), 23-35.

Dembo, M.H., & Seli, H. (2008). Motivation and learning strategies for college success. Routledge.

Derry, S. J. (1988). Putting learning strategies to work. Educational Leadership, 46(4), 4-10.

Denzin, N. K., & Lincoln, I. (2006). O planejamento da pesquisa qualitativa: teorias e abordagens. Porto Alegre: Artmed.

Dias, S. S., Menezes, J. M. S., Lira, P. D., & Carmo, D. F. M. Estratégias de aprendizagem no ensino remoto: um estudo com licenciandos em Química e Biologia. Research, Society and development, 10(8), 1-8.

Dignath, C., Dickhäuser, O., & Büttner, G. (2013). Assessing how teachers enhance self-regulated learning: a multiperspective approach. Journal of Cognitive Education and Psychology, 12(3), 338-358.

Fooladvand, M., Yarmohammadian, M. H., & Zirakbash, A. (2017). The effect of cognitive and metacognitive strategies in academic achievement: a systematic review. New Trends and Issues Proceedings on Humanities and Social Sciences, 1(3), 313-322.

Góes, N.M., & Boruchovitch, E. (2020). Estratégias de aprendizagem: como promovê-las. Vozes.

Góes, N.M., & Boruchovitch, E. (2022). Positive effects of an intervention program to strengthen the learning strategies of Brazilian High School teachers. Pro-posições, 33(e20200100EN), 1-26.

Gil, A. C. (2010). Como elaborar projetos de pesquisa. 5. ed. São Paulo: Atlas.

Jeronymo, G. F. D., & Alliprandini, P. M. Z. (2016). Perfil dos professores das licenciaturas de uma Universidade Pública do Paraná e suas concepções sobre estratégias de aprendizagem. Anais do I Seminário Internacional de autorregulação da aprendizagem e motivação. Campinas: FE/UNICAMP, 185-186.

Karabenick, S. A., & Berger, J.L. (2013). Help seeking as a self-regulated learning strategy. In: H. Bembenutty., T.J. Clear., A. Kitsantas. (eds.), Applications of self-regulated learning across diverse disciplines: A tribute to Barry J. Zimmerman. IAP Information Age Publishing, 237-261.

Marini, J.A.S., & Boruchovitch, E. (2014). Autorregulação da aprendizagem em estudantes de Pedagogia. Paidéia, 24(59), 323-330.

Oxford, R. L. (1990). Language learning strategies: what every teacher should know. Editora Harper Collins.

Peeters, J., Backer, F.D., Reina, V.R., Kindekens, A., Buffel, T., & Lombaerts, K. (2014). The role of teachers’ self-regulatory capacities in the implementation of self-regulated learning practices. Procedia - Social and Behavioral Sciences, 116, 1963-1970.

EMIHS – Ensino Fundamental. (2019). Projeto Político Pedagógico. Cambé/Paraná.

Pérez Cabaní, M. L. (1997). La formación del profesorado para enseñar estratégias de aprendizaje. In C. Monereo, Estratégias de aprendizaje (pp. 63-113, Edicions de la Universitat Oberta de Catalunya). Madrid: A. Machado Libros.

Prodanov, C. C., & Freitas, E. C. (2013). Metodologia do Trabalho Científico: Métodos e Técnicas da Pesquisa e do Trabalho Acadêmico. (2. Ed). Novo Hamburgo: Feevale.

Reeve, J., Bolt., & Cai, Y. (1999). Autonomy-supportive teachers: How they teach and motive students. Journal of Educational Psychology, 91, 537-548.

Santos, O. J. X. dos., & Boruchovitch, E. (2011). Estratégias de aprendizagem e aprender a aprender: concepções e conhecimento de professores. Psicol. cienc. prof. 31(2), 284-295.

Veiga-Simão, A. M., & Frison, L. M. (2013). Autorregulação da aprendizagem; abordagens teóricas e desafios para a prática em contextos educativos. Cadernos de Educação, 45(1), 1-19.

Veiga-Simão, A.M. (2004). O conhecimento estratégico e a auto-regulação da aprendizagem: implicações em contexto escolar. In: A.L. da Silva et al. (org.). Aprendizagem auto-regulada pelo estudante: perspectivas psicológicas e educacionais. Porto: Porto Editora, 77-94.

Vosniadou, S. et al. (2021). Beliefs about the self-regulation of learning predict cognitive and metacognitive strategies and academic performance in pre-service teachers. Metacognition and Learning, 16(3), 523-554.

Joseph, L. M., Alber-Morgan, S., Amspaugh, L. A., Ross, K., Helton, M., Konrad, M., & Davenport, C. (2019). Stop to Ask and Respond: Effects of a Small-Group Self-Questioning Intervention on Reading Comprehension Performance. Research and Practice in the Schools. The Official Journal of the Texas Association of School Psychologists, 6(1), 27–40.

Parnrod, U., & Darasawang, P. (2018). Group-work and learning strategies by EFL students with different cognitive styles: Closing gaps for implementing cooperative learning in language classroom. Journal of Institutional Research South East Asia. 16. 71-93.

Weinstein, C. E., Acee, T. W., & Jung, J. (2011). Self regulation and learning strategies. New Directions for Teaching and Learning, 16.

Zimmerman, B.J. (2002). Becoming a self-regulated learner: an overview. Theory into practice, 41(2), 64-70.

Zimmerman, B.J. (2013). From cognitive modeling to self-regulation: a social cognitive career path. Educational Psychologist, 48(3), 135-147.

Downloads

Publicado

17/09/2022

Como Citar

LOMBARDI, N. H. de S.; SANTOS, D. A. dos; GÓES, N. M. O ensino de estratégias de aprendizagem nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental: uma análise exploratória. Research, Society and Development, [S. l.], v. 11, n. 12, p. e350111234628, 2022. DOI: 10.33448/rsd-v11i12.34628. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/34628. Acesso em: 27 set. 2024.

Edição

Seção

Ensino e Ciências Educacionais