Controle da pressão do cuff na prevenção de broncoaspiração e desenvolvimento de pneumonias associadas à ventilação mecânica durante a manipulação da cavidade bucal: revisão integrativa
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v11i12.34926Palavras-chave:
Pneumonia associada à ventilação mecânica; Manuseio das vias aéreas; Equipe hospitalar de odontologia.Resumo
Objetivo: Descrever informações sobre a pressão do cuff, utilizada em pacientes intubados, como medida preventiva relacionada à broncoaspiração e ao desenvolvimento de pneumonias associada à ventilação mecânica (PAV). Metodologia: Trata-se de uma revisão integrativa da literatura, realizada nas bases de dados SCOPUS® e MEDLINE®. Os critérios de elegibilidade utilizados foram estudos publicados no período de 2010 a 2021, com texto disponível na íntegra, do tipo estudo retrospectivo, prospectivo, estudo de coorte, estudo observacional, estudo piloto, estudo multicêntrico randomizado e revisão sistemática. Estudos duplicados e publicações sem o texto disponíveis na íntegra foram excluídos do processo de seleção. Resultados: 11 estudos se enquadraram nos critérios de elegibilidade e foram apresentados de modo descritivo. Foi constatada que a mensuração da pressão do cuff mostrou-se uma forma segura na manipulação da cavidade bucal e que o controle contínuo do cuff contribuiu para prevenção e redução de complicações como broncoaspiração e pneumonia associada à ventilação mecânica. Além disso, o controle da pressão do cuff com lúmen para drenagem de secreção subglótica pode ajudar a prevenir a PAV em pacientes que necessitam de mais de 48 horas de ventilação mecânica. Considerações finais: os cuidados com a pressão do balonete dos tubos endotraqueais são de fundamental importância na redução de infecções em pacientes críticos, como as pneumonias associadas à ventilação mecânica. Além disso, o monitoramento da pressão do cuff, como forma profilática, torna-se fundamental na rotina protocolar da equipe multidisciplinar de Unidades de Terapias Intensivas e pode ser realizado por qualquer membro capacitado, incluindo o cirurgião-dentista.
Referências
Alzahrani, A. R., Al Abbasi, S., Abahoussin, O. K. et al. (2015). Prevalence and predictors of out-of-range cuff pressure of endotracheal and tracheostomy tubes: a prospective cohort study in mechanically ventilated patients. BMC Anesthesiol, 15 (147), 1-7.
Baeder, F. M. et al. (2012). Condição odontológica em pacientes internados em unidade de terapia intensiva. Pesquisa Brasileira em Odontopediatria e Clínica Integrada, 12(4), 517-520.
Blum, D. F. C et al. (2018). A atuação da Odontologia em unidades de terapia intensiva no Brasil. Revista Brasileira de Terapia Intensiva, 30, 327-332.
Blum, D. F. C. et al. (2017). Influência da presença de profissionais em odontologia e protocolos para assistência à saúde bucal na equipe de enfermagem da unidade de terapia intensiva. Estudo de levantamento. Revista Brasileira de Terapia Intensiva, 29, 391-393.
Burja, S. et al. (2018). Efficacy of a bundle approach in preventing the incidence of ventilator associated pneumonia (VAP). Bosn J Basic Med Sci, 18(1), 105-109.
III Consenso Brasileiro de Ventilação Mecânica. Jornal Brasileiro de Pneumologia. <http://www.jornaldepneumologia.com.br>
Coppadoro, A. et al. (2019). Non-Pharmacological Interventions to Prevent Ventilator-Associated Pneumonia: A Literature Review. Respir Care, 64(12):1586-1595.
Dat, V. Q. et al. (2018). Continuous versus intermittent endotracheal cuff pressure control for the prevention of ventilator-associated respiratory infections in Vietnam: study protocol for a randomised controlled trial. Trials, 19 (217): 1-10.
Duarte, N. M. D. C. et al. (2020). Insuflação de balonete de tubo traqueal por método subjetivo: desempenho de médicos residentes e especialistas em anestesiologia. Estudo prospectivo observacional. Revista Brasileira de Anestesiologia, 70(1), 9-14.
Dexter, A. M., Scott, J. B. (2019). Airway Management and Ventilator-Associated Events. Respir Care, 64(8):986-993.
De Pascale, G. et al. (2017). CO2 driven endotracheal tube cuff control in critically ill patients: A randomized controlled study. PLoS One, 12(5), 1-15.
Lorente, L. et al. (2014). Continuous endotracheal tube cuff pressure control system protects against ventilator-associated pneumonia. Crit Care, 18(2):1-8.
Mendes, K. D. S. et al. (2008). Revisão integrativa: método de pesquisa para a incorporação de evidências na saúde e na enfermagem. Texto & contexto-enfermagem, 17(4), 758-64.
Marjanovic, N. et al. (2021). Continuous Pneumatic Regulation of Tracheal Cuff Pressure to Decrease Ventilator-associated Pneumonia in Trauma Patients Who Were Mechanically Ventilated: The AGATE Multicenter Randomized Controlled Study. Chest, 160(2), 499-508.
Penitenti, R. M. et al. (2010). Controle da pressão do cuff na unidade terapia intensiva: efeitos do treinamento. Rev Bras Ter Intensiva, 22(2), 192-195.
Pereira, D. M. C. et al. (2010). Abordagem fisioterapêutica no paciente com via aérea artificial. Profisio - Fisioterapia em terapia intensiva adulto, 2(2):125-170.
Rouzé, A. et al. (2018). Airway Devices in Ventilator-Associated Pneumonia Pathogenesis and Prevention. Clin Chest Med, 39(4):775-783.
Spapen, H. et al. (2020). An endotracheal tube providing "pressurized sealing" prevents fluid leakage in mechanically ventilated critically ill patients: a pilot study. J Anesth, 34(1), 144-148.
Tomaszek, L. et al. (2021). Automatic Continuous Control of Cuff Pressure and Subglottic Secretion Suction Used Together to Prevent Pneumonia in Ventilated Patients-A Retrospective and Prospective Cohort Study. J Clin Med, 10(21), 1-12.
Wen, Z. et al. (2019). Is continuous better than intermittent control of tracheal cuff pressure? A meta-analysis. Nurs Crit Care, 24(2), 76-82.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Fernando Martins Baeder; Kauana da Silva Andrade; Paola Fernanda Leal Corazza; Keller de Martini; Ana Carolina Lyra de Albuquerque; Daniel Furtado Silva; Monique Alves Menoni; Gilberto Costa Teodósio; Rebecca Brito Ribeiro de Moraes Andrade; Andreia Medeiros Rodrigues Cardoso
![Creative Commons License](http://i.creativecommons.org/l/by/4.0/88x31.png)
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.