Espiritualidade, ensino na graduação e prática profissional: uma revisão integrativa
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v9i6.3503Palavras-chave:
Espiritualidade; Psicologia; Estudante.Resumo
Ao longo das últimas décadas, a espiritualidade tem recebido destaque, incluindo ações por parte da Organização Mundial de Saúde (OMS), que modificou o conceito multidimensional de saúde, outrora descrito como “um completo estado de bem-estar físico, mental e social e não meramente a ausência de doença” para, posteriormente, “um estado dinâmico de completo bem-estar físico, mental, espiritual e social”. O artigo objetiva discutir acerca da espiritualidade no ensino de graduação como uma possível ferramenta para a formação em saúde. Trata-se de uma revisão integrativa de literatura realizada em bases de dados, com a seleção de 8 artigos (6 internacionais e 2 nacionais), publicados entre 2011 e 2016. Emergiram três categorias temáticas: o reconhecimento da importância da espiritualidade para os pacientes; a falta do ensino espiritual nas universidades e a universidade como causadora do afastamento da espiritualidade. Evidenciou-se que a espiritualidade tem sua importância reconhecida por estudantes e profissionais, mas não há um consenso sobre sua conceituação e de como deva ser utilizada na prática profissional, o que poderia ser visto como um reflexo da formação acadêmica. A dificuldade está presente na Psicologia, na Enfermagem, na Medicina e em áreas afins das Ciências da Saúde. Destarte, pesquisas sobre espiritualidade justificam-se pela lacuna ainda existente no conhecimento produzido.
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