O vivido do parto vaginal pela fenomenologia heideggeriana: contribuições para a enfermagem obstétrica
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v11i13.35191Palavras-chave:
Mulheres; Parto normal; Enfermagem obstétrica; Pesquisa qualitativa; Filosofia.Resumo
Objetivos: descrever os significados, sentidos e sentimentos das mulheres no parto normal e no puerpério e compreender o papel do enfermeiro nesse processo. Metodologia: pesquisa fenomenológica heideggeriana com 14 mulheres que passaram pelo parto vaginal. Foram realizadas entrevistas abertas gravadas e constituídas as unidades de significação, a compreensão vaga e mediana e a hermenêutica. Resultados: o vivido do parto significou: sentir bastante dor, ser demorado e não ter forças, e ter tido um pós-parto difícil com o filho e com o seu corpo; ter tido medo do parto, ter sido sofrido traumatizante e assustador; e ter passado por intervenções, ter tomado medicação, não ter tido um bom tratamento e nem orientação. A atuação do enfermeiro não foi definida e os relatos de situações desagradáveis não possibilitaram identificar um profissional específico. Conclusão do estudo: o vivido revelou violência obstétrica e temor, que podem ser evitados com condutas éticas, amparo legal, assistência qualificada e com o conhecimento dos direitos, pelas mulheres e pelos profissionais que cuidam, sobretudo os enfermeiros. A atuação da enfermagem obstétrica abrange a assistência qualificada e humanizada desde o pré-natal ao puerpério e deve ser expandida nas instituições de saúde materno-infantil.
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