A percepção criminológica em Crime e castigo: elemento de integração entre literatura e filosofia em Dostoiévski e Nietzsche

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v11i13.35575

Palavras-chave:

Dostoiévski; Nietzsche; Má consciência; Criminologia.

Resumo

O presente artigo visa analisar a obra Crime e castigo (1866), que retrata profundamente o período de grandes reformas sociopolíticas na Rússia através de uma abordagem polifônica. Na obra, o autor representa o castigo por meio do tormento sofrido pela culpa e a (má) consciência após a prática do crime. Destarte, a pesquisa analisará, ainda, o que Friedrich Nietzsche, leitor de Dostoiévski, em seus estudos sobre a etimologia e genealogia da culpa e castigo, influenciado pelo russo, denomina má consciência, bem como o paralelo entre essas ideias e a tragédia Eumênides, de Ésquilo, na qual as Erínias, deusas que se assemelham, em sua significância, àquilo que Nietzsche trata por má consciência, assumem papel relevante na expiação da culpa. O trabalho busca relacionar as nuances entre os estudos antepostos e a criminologia, trazendo a importância da interpretação sobre o protagonista e a decorrente influência acerca da percepção do castigo. A metodologia utilizada foi a hipotético-dedutiva, com natureza teórica, abordando qualitativamente e objetivando a explicação do conteúdo, com o propósito avaliativo-formativo. Analisados os aspectos da culpa e da consciência em Crime e castigo e sua relevância em outros tempos, assim como a representação da importância dada à criminologia na época do romance, nota-se o impacto que o estudo acerca do estado de consciência do protagonista tem na sentença.

Biografia do Autor

Leonardo Vieira Ramos, Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Bacharelando em Direito pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) - CERES.

Oswaldo Pereira de Lima Junior, Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Doutor em Direito pela Universidade Estácio de Sá - UNESA, Mestre em Biodireito, Ética e Cidadania pelo Centro Universitário Salesiano de São Paulo - UNISAL (2009), Pós-graduado em Direito Processual Civil pelo Centro Universitário Salesiano de São Paulo - UNISAL (2005), Bacharel em Direito pela Universidade de Taubaté - UNITAU (1999). Professor Adjunto II do Curso de Direito da Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN, ex-professor da Universidade de Taubaté - UNITAU (SP) e da Faculdade Paraíso do Ceará. Possui experiência na área de Direto, com ênfase em Filosofia do Direito, Ética e Direito Privado, atuando principalmente nos seguintes temas: Bioética e Biodireito, Tutela Jurídica do Nascituro, Direito Digital e Proteção de Dados, Propriedade Industrial, Teoria do Direito e Direito Empresarial. Vice-Coordenador do Curso de Direito da UFRN (Universidade Federal do Rio Grande do Norte), no Centro de Ensino Superior do Seridó (2019-2021), Coordenador do Projeto de Pesquisa "Entre o biológico e o humano: pessoalização e conflitos parentais diante da gestação e do status moral do nascituro" e do Projeto de Extensão (En)Cine Direito, Coordenador do Grupo de "Pesquisa Direitos Fundamentais e Desenvolvimento Social" da UFRN e do Grupo de Pesquisa "JUstiça, DIreito e TEcnologia - JUDITE" da UEPB

Rommel Costa Furtado, Universidade Federal Rural do Semi-Árido

Advogado, possui graduação em Direito pela Universidade Potiguar (2011), com especialização em Direito Constitucional (2013) pela Universidade Anhanguera e em Educação em Direitos Humanos pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (2015). Professor na Universidade Potiguar de 2015 a 2017. Membro do grupo de pesquisa "Dimensões do Regime Vargas e seus desdobramentos"(UERJ). Vice-Presidente da Comissão do Meio Ambiente da Ordem dos Advogados do Brasil Subseccional de Mossoró (OAB - Mossoró). Possui atuação principalmente nas áreas de Direitos Humanos, História do Direito, Constitucionalismo e acessibilidade à justiça. Atualmente cursa mestrado em Direito na Universidade Federal do Semi-Árido (UFERSA), seguindo a linha de pesquisa "Constituição, desenvolvimento e as transformações na ordem econômica e social", sob orientação do professor Dr. Rafael Lamera Giesta Cabral.

Referências

Almeida, G. T. D. (2013). Pelo prisma biográfico: Joseph Frank e Dostoiévski (Dissertação de Mestrado em Literatura e Cultura Russa). Universidade de São Paulo, São Paulo.

Assoun, P. L. (1991). Freud & Nietzsche: semelhanças e dessemelhanças. (2a ed.). Brasiliense.

Bakhtin, M. (2013). Problemas da poética de Dostoiévski. (5a ed., Trad. Paulo Bezerra). Forense Universitária.

Bezerra, P. (2003, 10 de julho). Breves considerações sobre a obra de Dostoiévski. Cadernos de Letras da UFF (27), 119-141.

Brandão, J. D. S. (2009). Mitologia grega. Petrópolis, RJ: Editora Vozes Ltda.

Campos, L. V., Jr. (2019). Ego fatum: Nietzsche e o imperativo do impulso. 202f. (Tese de Doutorado). Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal.

Dostoiévski, F. M. (2000). Memórias do subsolo. (Trad. Boris Scnaiderman). 34.

Dostoiévski, F. M. (2001a) Crime e castigo. (Trad. Paulo Bezerra). 34.

Dostoiévski, F. M. (2001b) Os irmãos Karamázov. (Trad. Paulo Bezerra). 34.

Ésquilo. Eumênides. (1991). In: Ésquilo (Org.). Oréstia: Agamêmnon, Coéforas, Eumênides. (2a ed., Trad. Mário da Gama Kury, pp. 141-191). Jorge Zahar Editor.

Farias, C. C. D, Netto, F. B. & Rosenvald, N. (2019). Manual de Direito Civil. (4a ed.). JusPodivm.

Foucault, M. (1983). Vigiar e punir: nascimento da prisão. (27a ed.). Vozes.

Frank, J. (2006, 11 de setembro). A confluência da literatura com a filosofia. (Fiódor Dostoiévski: pelos subterrâneos do ser humano). IHU On-line (195), pp. 5-11. https://www.ihuonline.unisinos.br/media/pdf/IHUOnlineEdicao195.pdf

Frank, J. (2013a). Dostoiévski 1860-1865: os efeitos da libertação. Edusp.

Frank, J. (2013b). Dostoiévski 1865-1871: os anos milagrosos. Edusp.

Frank, J. (2018). Dostoiévski 1821-1849: as sementes da revolta. Edusp.

Hobsbawm, E. J. (1982). História do Marxismo II: o marxismo na época da segunda Internacional (Primeira parte, 3a ed.), Rio de Janeiro, RJ: Paz e Terra.

Hobsbawm, E. J. (1996). A era das revoluções. Paz e Terra.

Lopes, E. (2011). Discurso literário e dialogismo em Bakhtin. In: Barros, D. L. P. D. & Fiorin, J. L. Dialogismo, polifonia e intertextualidade: em torno de Bakhtin. (2a ed.) Edusp.

Mochulsky, K. (1967). Dostoevsky, his life and work. Princeton University Press.

Molina, A. G. P. D. (2002). Criminologia: uma introdução a seus fundamentos teóricos. (4a ed.). Revista dos Tribunais.

Nietzsche, F. (2009). Genealogia da moral: uma polêmica. (Trad. Paulo César de Souza). Companhia das Letras.

Nietzsche, F. (2000). Carta de 23 de fevereiro de 1887. In: F. M. Dostoiévski. Memórias do Subsolo. 34.

Nietzsche, F. (2012). A gaia ciência. (Trad. Paulo César de Souza). Companhia das Letras.

Nietzsche, F. (2017). Crepúsculo dos ídolos. (Trad. Paulo César de Souza). Companhia das Letras.

Oliveira, R. S. D. (2011, dezembro). Análise da polifonia e estudos do Self em Dostoiévski. Bakhtiniana: Revista de Estudos do Discurso 6(1). 10.1590/S2176-45732011000200011

Queiroz, R.M. R. & Feferbaum, M. (2022). Metodologia da pesquisa em direito. Saraiva.

Shecaira, S. S. (2018). Criminologia. Revista dos Tribunais.

Sobral, A. (2009). Estética da criação verbal. In: B. Brait (Org.). Bakhtin, dialogismo e polifonia. Contexto.

Vernant, J. P. (2008). Tensões e ambiguidades na tragédia grega. In: J. P. Vernant & P. Vidal-Naquet (Org.). Mito e tragédia na Grécia Antiga (pp 7-24). Perspectiva.

Downloads

Publicado

10/10/2022

Como Citar

RAMOS, L. V.; LIMA JUNIOR, O. P. de; FURTADO, R. C. A percepção criminológica em Crime e castigo: elemento de integração entre literatura e filosofia em Dostoiévski e Nietzsche. Research, Society and Development, [S. l.], v. 11, n. 13, p. e378111335575, 2022. DOI: 10.33448/rsd-v11i13.35575. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/35575. Acesso em: 5 jan. 2025.

Edição

v. 11 n. 13

Seção

Ciências Humanas e Sociais

Licença

Copyright (c) 2022 Leonardo Vieira Ramos; Oswaldo Pereira de Lima Junior; Rommel Costa Furtado

Creative Commons License
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.

Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:

1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.

2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.

3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.